O caso de Maurício - apanhado no Porto a horas impróprias e com taxa de álcool acima do permitido para a condução, agravado pela circunstância de horas antes ter disputado um jogo em Lisboa - traz novamente à actualidade a questão da disciplina.
Há neste caso um tratamento diferente que ressalta à vista de todos por comparação com o sucedido anteriormente com Ruben Semedo, apanhado a conduzir sem carta. A gravidade das acções equivalem-se porém Maurício vai, ao que tudo indica jogar, e Rubem Semedo sofreu uma despromoção à equipa B, ficando temporariamente afastado também dos jogos.
Estas actuações discrepantes são obviamente comentadas por nós adeptos são-o também comentadas, pelo menos entre círculos restritos, no seio do grupo de trabalho. A credibilidade de quem aplica as sanções sofre inevitavelmente uma erosão com a sugestão de arbitrariedade, bem como a indispensável imagem de equidade a que está obrigado quem delibera sobre estas matérias.
Para evitar situações como estas, nada melhor do que a existência de um regulamento interno - cujo conteúdo seja do conhecimento de cada jogador no inicio de cada época, o que pressupõe que esteja escrito em tantas línguas como as existentes no plantel - onde as sanções para cada tipo de comportamento desviante estejam bem definidas e desta forma aplicadas. Não sei se esse regulamento existe mas este episódio sugere uma de duas coisas: ou que não existe ou, pior, que ele foi ignorado num caso e aplicado pela versão mais dura em outro. Regulamento que só em casos excepcionais deve prever o afastamento do jogador: o clube já é penalizado ao ver o seu nome associado a este tipo de comportamentos.
Bem avisado também me parece que estas matérias sejam tratadas "dentro de casa". Foi a publicidade excessiva, contendo informações que vieram de dentro, do caso de Rúben Semedo que agora "obrigaram" à saída de várias noticias em tom de preparação para o desfecho que agora se conhece: Maurício vai jogar.
Estou longe de ser um apologista da mão de ferro na disciplina em
qualquer área e no futebol penso de igual forma. Mais do que temer um
castigo pesado os jogadores devem entender os benefícios que advêm da
observância das regras de convivência em grupo e em particular das
normas de conduta a que estão obrigados os profissionais. No que este
caso em concreto diz respeito, se o jogador não tiver em linha conta os
prejuízos pessoais que sobre ele e sobre as suas ambições profissionais
podem recair não será uma multa passageira que o irá dissuadir.
Para terminar importa dizer que Jardim sintetizou bem este caso: Se todos os jogadores fossem controlados de noite todas as noites eram noite de muitos Mauricios, pelo que não vale a pena dramatizar. Todos os que tiveram a idade dele sabem como é, embora nem todos tivessem a a mesma disponibilidade financeira. Não é menos verdade que nem todos tínhamos as obrigações de um profissional de futebol. Que Maurício tenha aprendido é o que também se espera.
Não concordo quando dizes isto: "A gravidade das acções equivalem-se". É que não se equivalem em nada. O Ruben Semedo foi apanhado sem carta, o que é crime. Enquanto que Mauricio foi apanhado numa contra-ordenação grave, que é o mesmo que ir a 160Km/h numa autoestrada.
ResponderEliminarO regulamente interno FOI aplicado. Não esquecer que há diversos castigos consoante a gravidade da situação.
Mike,
ResponderEliminarConheces o regulamento para fazer essa afirmação. Eu não tenho esse conhecimento (nem tenho que ter).
Quando me refiro é equivalência da gravidade das acções não me refiro apenas às suas implicações criminais ou cíveis mas também à da condição de um futebolista.
LdA,
ResponderEliminarNão preciso de conhecer o regulamento em detalhe, basta ler o que LJ disse sobre isso: http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=461247
Mike:
ResponderEliminar"Não preciso de conhecer o regulamento em detalhe"
Isso quer dizer que conheces o regulamento ou...
Não sejas teimoso e lê o que disse o LJ sobre o regulamento.
ResponderEliminarHá uma grande diferença entra os dois casos. Ruben Semedo foi apanhado em véspera de treino, e o Mauricio foi apanhado em vespera de folga.
ResponderEliminarSó isto faz alguma diferença entre os dois casos.
Segundo o que li, o regulamento interno do Sporting obriga os jogadores a estarem em casa até as 3h da manha em dia de folga, e até as 23h em dia de trabalho. Pelo menos foi o que li por ai nos jornais, não sei se é verdade ou não.
É obvio que a transgressão em vespera de dia de trabalho é sempre mais grave, mas a verdade é que em ambos os casos tanto o mauricio como o semedo desrespeitaram o regulamento do clube.
Já nem vou entrar pelo que alegadamente fizerem a nivel criminal(onde é obvio que o semedo fez borrada maior).
A realidade é que em ambos os casos foi desrespeitado o regulamento, e em ambos os casos deveriam ser castigados de igual forma.
Isto claro se o suposto regulamento interno não diferenciar as punições para a transgressão em dia de folga, ou em dia de trabalho. Isso aí já não sei.
Situação complicada, e que era de evitar. Mas o jogador de futebol infelizmente continua a ser uma especie muito dificil de tratar, e onde a inteligencia muitas vezes não abunda.
É por isso que não sou totalmente contra o tratamento do fica aí encostado uns mesinhos para aprender...
Desculpem lá mas este caso é uma absoluta vergonha. Então o Semedo fica 3 semanas sem treinar com a equipa principal e o Mauricio leva uma multazita? O que pensará o Semedo sobre isto? O que pensarão os restantes produtos de Alcochete perante esta vergonhosa dualidade de critério, mesmo a dizer que os putos castigam-se forte e feio para serem o exemplo, os outros, os que vieram de fora, aceitam-se as desculpas e está o caso arrumado. Que imagem quer passar esta direção com esta dualidade de tratamento? Quem pode levar a sério esta amostra de regulamento com duas faces? Como se pode pedir isenção a quem está fora do Sporting Clube de Portugal se dentro do Clube não são isentos? Como se pode respeitar quem falta ao respeito desta forma grotesca para com os jovens do nosso Clube? Sinceramente isto deixa-me muito triste... quero lá saber que o LJ tenha que estrear dois centrais para vila do conde. A disciplina e o respeito têm que ser iguais para todos dentro do Clube. Jamais pode haver esta de "dois pesos e duas medidas", jamais!
ResponderEliminarLeonardo Jardim disse ainda que a atitude do central brasileiro não é comparável à de Rúben Semedo, jovem leão que foi intercetado pela polícia a conduzir sem carta no passado mês de novembro.
ResponderEliminar«A situação do Semedo foi diferente. O recolher é às 23 horas e ele foi apanhado a conduzir sem carta Às tantas da manhã, quatro ou cinco horas depois da recolha. De resto, os jogadores jovens da nossa Academia sabem que têm de ser os maiores exemplos para que no futuro consigam chegare ao patamar que pretendemos», frisou.
Sinceramente acho absurdo dizer que as situações são iguais. Eu vi e ouvi o treinador a explicar as razões da diferença. O Maurício quebrou o regulamento em menos de um hora. Parece implicito que o recolher obrigatório é às duas da manhã. O Semedo foi apanhado às cinco da manhã. O Maurício tinha 0,54 de álcool no sangue. Se fosse 0,49 não havia castigo por isso. E o Maurício estava de folga enquanto o Semedo tinha treino no dia a seguir (umas quatro horas depois de ser apanhado). Para além de estar a cometer um crime ao conduzir sem carta.
ResponderEliminaro regulamento interno existe. Já foi dito pelo presidente epelo treinador. Pelas palavras de LJ os jogadores tem recolher obrigatório às duas da manhã( não sei se tanto em dias de folga como em dias de treino). Não podem quebrar a lei (mas logicamente o tipo de crime ou erro terá castigos diferentes.
Comparar o caso com o do Rúben Semedo é parvoice desmedida. Deixem quem sabe, tratar do assunto.
ResponderEliminarsituações muito diferentes...
ResponderEliminarSe todos os jogadores fossem controlados àquela hora haveria mais Maurícios» - Leonardo Jardim
Leonardo Jardim diz que o comportamento de Maurício não foi suficientemente grave para justificar o afastamento do central brasileiro do jogo com o Rio Ave.
«Maurício continuará a jogar. A situação foi pública, ele foi apanhado fora da hora limite em uma hora, com 0.54 em termos de álcool. Não estava embriagado nem foi apanhado às cinco ou às seis da manhã. O jogador retratou-se logo no dia. Telefonou-me durante a noite, não atendi e falámos pela manhã», contou o treinador leonino, em conferência de Imprensa, explicando que o jogador foi multado de acordo com «os regulamentos internos do clube».
«A sanção desportiva não passa por retirá-lo do jogo, o acontecimento não o justifica. Houve uma sanção em termos disciplinares, através de uma multa e de uma chamada de atenção por parte da equipa técnica», indicou, recusando fazer um drama do comportamento do brasileiro:
«Maurício nem uma hora esteve fora do regulamento e com 0.49 já não acusava nada. É uma situação normal. Se todos os jogadores portugueses fossem vistoriados àquela hora haveria mais Maurícios naquela situação. Os jogadores não tomam álcool para se embriagarem. Duas cervejas são suficientes para se atingir aquele valor. Não vale a pena empolgar para outra dimensão».
Leonardo Jardim disse ainda que a atitude do central brasileiro não é comparável à de Rúben Semedo, jovem leão que foi intercetado pela polícia a conduzir sem carta no passado mês de novembro.
«A situação do Semedo foi diferente. O recolher é às 23 horas e ele foi apanhado a conduzir sem carta às tantas da manhã, quatro ou cinco horas depois da recolha. De resto, os jogadores jovens da nossa Academia sabem que têm de ser os maiores exemplos para que no futuro consigam chegar ao patamar que pretendemos», frisou.
Existe uma outra diferença que não mencionas:
ResponderEliminarO Semedo pertencia à equipa B e pelas boas prestações estava a ser premiado a trabalhar com a A; pelo que o regresso à equipa B pode ser visto como o retirar de um privilégio e não tanto como um castigo.
Quanto ao Maurício... faz parte da equipa A. Não há aqui um privilégio para retirar.
Sportinguistas parece que nunca estamos bem.
ResponderEliminarCriar casos, ver cabelos em ovos onde não os há.
Oiçamos o treinador. Excelente explicação.
O que me está a intrigar é a tolerância zero da polícia.
Porque não voltou a bufar até baixar.
Queimar um gajo por 0,54 é ridículo.
E sim 0,54 está muito longe de bêbedo.
Recordo que a taxa limite é 0,50, mas durante muito tempo era 0,80.
Portanto 0,79 era = normal e 0,80 = bêbedo.
Uma nota para os que fizeram "o favor" de fazer copy-paste das explicações do Leonardo Jardim: não era necessário uma vez que, até pelo que está escrito no post, eu também as li. No entanto faço a minha própria interpretação do sucedido, que não tem necessariamente que ser igual à dele ou de qualquer outra pessoa.
ResponderEliminarDi,
parvoíce é não pensar pela própria cabeça e ainda por cima não reconhecer esse direito.
Peyroteo,
"Sportinguistas parece que nunca estamos bem.
Criar casos, ver cabelos em ovos onde não os há."
Uns dias melhores outros piores, mas não tenho passado mal. Não fui eu que mandei o Mauricio meter-se no carro no final do jogo e ir beber uns copos com o seu amigo Magrão. Nem fui eu que colocou a noticia no jornal.
Não criei caso nenhum comentei um caso que existe o que devia ser entendido com toda a normalidade e como um direito e não como se quem o comentasse quisesse criar o que quer que fosse.
Como ninguém acredita que a "sanção disciplinar" seria a mesma se o Rojo estivesse disponível, também nos permitimos acreditar que as justificações apresentadas para não punir desportivamente o Maurício valem o que valem... e é pouco.
ResponderEliminarEm tudo isto há que registar mais dois epifenómenos, sempre aprazíveis. O primeiro, a reiterada afirmação do treinador principal do Sporting - já o tinha feito da 1ª vez, com a despromoção do Ruben Semedo à equipa B - de que o critério para os jovens da formação do Sporting é mais exigente do que para os demais jogadores. Se alguém se interroga sobre a existência de dois pesos e medidas, ela é assumida ipsis verbis pelo treinador do Sporting. Uma vez mais, é uma questão meramente polítíca, mas para que haja alguma coerência interna da parte dos responsáveis, espero que o regulamento interno também preveja sanções diferentes consoante a origem formativa e/ou a idade dos jogadores.
Por outro lado, a sempre cómica Brigada de Brunette que vem justificar o injustificável. E os argumentos são todos de rir. Uns dizem que a gravidade da sanção disciplinar depende da gravidade da contraordenação estradal: portanto se o Maurício estivesse completamente grosso, mas não estivesse ao volante, não haveria qualquer problema (nesta lógica, claro). Outros dizem que o Maurício foi apanhado pouco tempo depois da hora de "recolher obrigatório", o que sugere menor gravidade que o Semedo. Certo, mas foi apanhado... no Porto (cidade, não estava ali para as docas de Santo Amaro)! Justificação aliás também apresentada pelo treinador do Sporting, que passou uma imagem de absoluta normalidade que um jogador dê ali um saltinho a 320km de distância só para beber uns copos (a mais).
Por fim, o melhor argumento de defesa da decisão é o do dever da suspensão de qualquer exercício crítico: "é são situações muito diferentes" (tanto que o próprio Leonardo Jardim as compara), "deixem tratar do assunto quem sabe" (vamos lá todos bater palminhas), "ver cabelos nos ovos onde não os há" (e comer o que nos põem no prato, sem refilar sff!!) e "comparar ... é uma parvoíce desmedida" (porque quem não pensa como eu é parvo e é bom que o saiba...).
A pièce de résistance é a forma como as desculpas do Maurício e a dúvida metódica do Bruno vêm a lume durante a semana, bem como a "dura" sanção disciplinar e o sanção mais dura que será aplicada ao Magrão (reincidente... mas espera... não foi o próprio Jardim a dizer que isto era normal? em que ficamos?). Acho que o Bruno deveria apressar-se a alargar a auditoria aos fornecedores de azulejos nos balneários em Alcochete que aquilo está cheio de microfones escondidos.
Isto é o que se chama de verticalidade flexível.
É obvio que ser apanhado numa situação destas em vespera de folga é muito menos grave do que ser apanhado em vespera de treino. Penso que todos concordamos nisto, e é aqui onde reside a principal diferença nos 2 casos.
ResponderEliminarPoderá haver diferenças a nivel de regulamento interno(que nunca li nem sei se há) nas sanções para estas situações distintas. Uma coisas são as folgas, outra coisa são dias de trabalho.
É o beneficio da duvida que dou nesta situação, porque se assim não for, então acho que a direção cometeu um erro grave, porque 2 pesos e 2 medidas num balneario de futebol é o primeiro passo para deitar tudo a perder.
E nós sabemos bem disso, porque fomos refens desta forma de trabalhar durante muitos anos...por isso ficamos em 7º lugar o ano passado.
E alguns já andam com saudades...
Se há coisa que me chateia são regras que não é possível aplicar equitativamente, como é que isto se controla? Então e o Magrão (pelo menos...) também não incumpriu o regulamento? Quem afere as horas a que estão em casa os jogadores é a PSP? Quantos colegas não terão feito o mesmo e apenas não ficou registo numa operação STOP? Há dia melhor para um profissional se ir divertir do que após o seu trabalho e antes de uma folga? Com que direito se impõe um "recolher obrigatório", com que objectivo? Não tem um clube formas muito mais simples, directas e equitativas de controlar o profissionalismo dos seus jogadores?
ResponderEliminarA diferença é muito simples:
ResponderEliminarO Ruben Semedo é jogador da equipa B.
O Maurício é titular da equipa A e fez isto antes de um jogo em que já temos o Rojo castigado.
A realidade é que há 2 pesos e 2 medidas, ou alguém duvida que se fosse o Magrão a ser apanhado não calçava durante 3 semanas como o Ruben Semedo???
O preocupante aqui é a mensagem que é transmitida: Se és da equipa A e importante na equipa estás safo.
Por agora a maioria concorda pois temos um jogo complicado, mas e quando voltar a acontecer???
A verdade é que fica a ideia que a haver um regulamento interno ele depende jogador para jogador.
O Inocêncio crédulo foi muito infeliz no comentário. Vai buscar brunetes e chama parvos a quem não pensa como ele. Também eu poderia pensar que está triste por o Sporting hoje ter ganhado o jogo, uma vez que BC é o presidente. Mas adiante. Nunca votei BC assim como muitos dos que comentam aqui, sou é sportinguista esteja lá um brunete ou um croquete, para usar a sua linguagem. Em relação ao post: costumo estar de acordo com o Leão de Alvalade, mas hoje não. 1) O Maurício estava de folga 2) Estar a 300 ou 600 km de Alvalade não tem relevância, pois tinha todo o dia para descansar. 3) A ocorrência deu-se 1 hora depois do recolher 4) ter 0,54 de álcool equivale a 2/3 cervejas. Quem é que não as bebe em dia de folga? 5) R. Semedo conduzia sem ter carta de condução o que é gravíssimo 6) R. Semedo foi "apanhado" 4 horas depois do recolher 7) R. Semedo era jogador da equipa B, e a ela voltou. Penso que está bom de ver que as situações não são iguais embora tenha apreço e consideração por ambos os jogadores! E digo mais, fosse um ou outro que prevaricasse hoje poria qualquer um deles a jogar em Vila do Conde. Há muitas ocasiões e "timings" para castigar e/ou multar. Mas a ausência de Rojo teria que ser substituída. A equipa e o clube é que não podem ser prejudicados. Agora é que é caso para dizer...Não sejamos anjinhos.
ResponderEliminarApesar dos pesares, e de alguns bate-boca entre mim e alguns comentadores aqui no blog, gostei da vitória do vosso clube, pois mantém a pressão sobre os rivais da frente e os obriga a ganhar.
ResponderEliminarSe perdessem ou empatassem ontem em Vila do Conde, entregavam de mão beijada o resto de esperança que ainda tem no título, e deixava principalmente os benfas mais tranquilos para o jogo de hoje com o Guimarães(espero que não haja 3 penaltis em 12 minutos desta vez).
E a verdade é a seguinte:se quisermos ainda sonhar com alguma coisa, o benfas obrigatoriamente tem que perder pontos com o Nacional e com o Braga, e Porto e Sporting não podem perder mais pontos, embora ainda haverá clássico em Alvalade, e alguém de certeza vai perder pontos.
Por isso o benfas tem obrigatoriamente que perder pontos, na madeira e em Braga, senão, bye bye campeonato...