Jogo extremamente complicado aquele que o Sporting teve que disputar no estádio dos Arcos e que, por pouco, não significou uma perda de pontos amarga. Para a complicação contribuíram em iguais partes uma equipa do Rio Ave bem organizada, com alguns elementos individuais muito interessantes e um onze do Sporting muito desligado.
Se é verdade que há mérito do adversário nas dificuldades impostas não é menos verdade que algumas opções de Jardim se podem considerar no mínimo estranhas. É certo que o treinador acompanha durante a semana os seus jogadores e estará habilitado para perceber os que estarão em condições para lhe oferecer maiores garantias. Mas também me parece certo que, na hora de escolher os jogadores para as alas, o treinador parece ter visto a lista ao contrário. Carrillo, Carlos Mané e Capel - por esta ordem - parecem ter mais para oferecer à equipa do que Héldon e sobretudo Wilson Eduardo. As condições do terreno, a indicar que se agravariam com o decorrer do jogo, mais recomendavam a utilização inicial dos jogadores tecnicamente mais dotados.
Sobre estes dois últimos jogadores parece-me importante dizer mais qualquer coisa. Héldon acabou de chegar e é ainda um pouco cedo para uma apreciação definitiva, mas ainda não justificou o segundo lugar no pódium das aquisições mais caras da actual época, logo a seguir a Montero. Veremos o que se segue nos próximos jogos, mas até agora não lhe vi aquilo que pensava que iria trazer à equipa: velocidade e maior criatividade.
Se a minha impressão inicial estiver correcta, é provável que os golos marcados pelo Marítimo contribuíram para uma miragem muito habitual e que, de alguma forma também se aplica a Wilson Eduardo e ao que fez na Académica: uma coisa é jogar no Marítimo, outra é jogar no Sporting. Ao Marítimo não se dedicam nem tantos cuidados nem atenções. Ao Sporting espera-se lá atrás com muitos mais homens e espaços reduzidos, exigindo-se por isso mais aptidões a quem veste a camisola. Para terminar diga-se que Wilson Eduardo está longe de ter a técnica e a velocidade necessária para extremo, ficando afastado das zonas centrais onde pode usar uma das suas melhores armas, o remate.
Há que dizer também que Jardim tem que reinventar o posicionamento e funções de André Martins, uma vez que é evidente a cada jogo que as actuais estão esgotadas. Como defendi aqui em
post exclusivo sobre o tema, não estão em causa as qualidades do jogador - embora sejam cada vez menos os que pensam ao contrário - mas o que se lhe pede e o que ele pode dar. Insistir no actual modelo é pernicioso para a equipa e para o jogador, apesar do empenho com que se entrega ao jogo.
A juntar a estas opções tivemos em Vila do Conde uma equipa menos pressionante e com os jogadores muito afastados entre si, sobretudo na primeira parte, o que contribuiu para mais 45 minutos oferecidos de avanço, sem um único remate ou jogada dignos de registo.
O inicio da 2ª parte trouxe o golo do Rio Ave. Um golo fortuito - Maurício teve uma semana azarada... - mas que tinha estado iminente ainda na 1ª parte e que havia sido salvo in extremis pelo mesmo Maurício e por Patricio. Atendendo ao que a equipa tinha feito até aí para chegar ao golo cheguei a temer o naufrágio como inevitável.
Seria determinante a entrada de Mané para agitar as águas e com o inevitável complemento de Slimani e Carrillo. Um golo de cada um dos dois primeiros, uma assistência do segundo e chegaríamos a uma vitória que se pode afirmar com segurança que foi o banco que rendeu.
Arrecadaram-se 3 pontos importantes mas este momento parece inevitável que Jardim repense o seu modelo. A equipa não naufragou nas águas bravas do Rio Ave mais pelo arreganho do que pela qualidade. E da luta ficaram feridas que tornam vulnerável no próximo jogo em casa, com o Braga, com os impedimentos de Montero e Adrien. Mas a tantas vezes invocada atitude é apenas uma fracção que não dispensa a qualidade de jogo e essa esteve quase sempre ausente. Sem ela todos os jogos e adversários serão sempre muito difíceis.
eu acho é piada a levarmos com um arbitro de braga, jogarmos com o braga na próxima jornada e pumba, pumba, amarelinhos ao Monteiro e ao Adriano...
ResponderEliminarAntónio Gomes,
ResponderEliminarO amarelo ao Montero no estádio pareceu-me uma estupidez do... Montero. O do Adrien também não me pareceu nenhum escândalo. Parece-me exagerado esse choradinho.
O do Montero é bem mostrado, o do Adrien é uma falta banal, uma mão no peito ao de leve.
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ResponderEliminarClaro que sim Leão basta olhar os critérios seguidos durante todo o jogo para concordar com os amarelos de Montero e Adrien...
ResponderEliminarSobre o jogo 1º parte péssima mas uma boa resposta na 2º parte, 3 pontos importantes contra 1 adversário que se estava a habituar a não "temer" o SCP.
Nota: o meu comentário sobre o amarelo ao Adrien foi feito sem ter visto as imagens do jogo. O lance ocorreu do outro lado do estádio e não fiquei com nenhuma ideia concreta sobre ele. Visto o lance na tv tenho dúvidas até que tenha sido falta.
ResponderEliminarCaros,
ResponderEliminarMeu comentário referia um arbitro de braga e nós jogarmos na jogada seguinte com o braga, isso não vi aqui rebatido. Eu não acredito em bruxas, mas que las hay, las hay...
... A carinha do arbitro não engana, aquele sorriso só quer dizer este já está venha o próximo (se não fosse nesse havia de arranjar outro)
No capitulo técnico não há mt a apontar a Jorge Ferreira... Tomara eu que o nível demonstrado em Vila do Conde fosse o nível...habitual. E isto nem é bem um elogio, é mais uma não critica, o que para os tempos que correm, realmente, quase que se pode considerar como um louvor... Já no capitulo disciplinar, digamos que o sr árbitro estava com a pontaria afinada. Se é vdd que Montero não sofreu falta no lance em que foi amarelado, não é menos vdd que já li lances bem mais leves ser considerado falta. Pareceu-me exagerado amarelar o Freddy logo tão cedo no jogo por simulação... Até porque o lance ocorre mt longe da área do Rio Ave. Mas pronto, admito que a minha condição de sportinguista (leão escaldado de água fria tem medo...) possa estar a cometer neste lance específico, algum juízo injusto para com o apaf de sábado à noite. Já o amarelo a Adrien... Bem, se seguisse com aquele critério o Ferreira teria que o ter expulso, pq Adrien fez faltas bem mais durinhas depois de amarelado, do que propriamente no lance em que viu amarelo e que foi, como escreveu o FCS, uma falta banalíssima ou mesmo inexistente...
ResponderEliminarSobre o jogo: concordo com o post. A rmeira parte do SCP foi confrangedora…. Não sair a perder para o inetrvalo foi uma sorte. Depois do golo sofrido, e qd começamos a correr atrás do prejuízo, sim, houve mt mais Sporting. O triunfo acaba por ser merecido até pq na altura do jogo em que tivemos “por cima” criamos maior número de oportunidades que o Rio Ave. O SCP actual é mutio isto: garra, luta e Super Slim a desbloquear…
Sobre o André Martins já disse tudo. Continuar com aquela missão é condenar o rapaz…
Jardim acabou por ser feliz porque as mexidas ao onze inicial resultaram em pleno. Não só os golos foram obtidos por elementos que entraram durante o jogo, como a sua entrada melhorou significativamente o rendimento colectivo da equipa. De modo que teve mérito nisso.
Bom, bom era o Jajusa se engasgar com as cascas duns ‘peaners’ (traduzinndo para prétuguês: ‘minuins’) vimaranenses logo à noite… :D
SL!
ah!!! E concordo com o António Gomes que deveria ter existido maior cuidado na nomeação do árbitro... Se a coisa corre mal... Lá tínhamos um vizinho do Mota sob suspeita. O que eu acho é que o Vitinho Pereira, nem para a própria classe que lidera é bom.
ResponderEliminarAbç.
Para não existir suspeição, um árbitro de Braga não deveria ter arbitrado este jogo. E vendo muitas das entradas de William que não levaram cartão e o amarelo a Adrien, percebe-se que quando há a possibilidade de um 5º cartão, isso condiciona o trabalho dos árbitros (nomeadamente nos jogos do Sporting).
ResponderEliminarO Sporting jogou mal. Não vale a pena esconder isso ou suavizar tal facto com a conquista da vitória (que foi muito importante e justa). Naquele estádio, onde normalmente perdemos ou empatamos, o Benfica e Porto venceram, sem jogarem melhor do que nós. O Porto teve a ajuda de um golo em fora de jogo e o Benfica de um frango e de um golo de livre, em que a falta foi um mergulho de Matic.
Preocupa-me que a equipa jogue muito espaçada, com demasiada largura no campo e sempre longe, muito longe da baliza. Preocupa-me que Carrilo demonstre que é melhor e não tenha mais minutos e que, no sentido contrário, Heldon e Wilson demonstrem menos e sejam titulares.
Estamos a estagnar em termos exibicionais mas os resultados continuam muito bons.
E acredito que o jogo em casa com a Académica tirou-nos a possibilidade de lutar por esta Liga (que terá ficado, ontem, entregue).
ps: Dier não pode voltar ao banco, depois de mais um excelente jogo na sua posição, defesa central.
ps2: as exibições que fizemos, em casa, com Nacional, Académica e Rio Ave, com o Estoril teria dado derrota. Ainda os vamos receber em Alvalade, na última jornada. Difícil...
Virgilio e Cantinho,
ResponderEliminarConcordo com o cuidado que devia haver e não houve na nomeação do árbitro, mas não me parece que tenhamos muita razão de queixa neste jogo até nas questões disciplinares. O Jefferson poderia ter visto mais do que o amarelo quando encostou a cara ao árbitro, o William podia ter sido amarelado.
Depois há o facto de o Custódio não jogar contra nós. O pessoal do Braga ainda vai dizer que o Duarte Gomes nos quis dar o jeito. Logo quem...
Leão,
ResponderEliminarSó há motivos de queixa no amarelo a Adrien. Só isso. Por isso é como não existissem motivos de queixa. Fosse sempre assim!
Não jogar o Custódio é bom para as nossas bolas paradas defensivas.
Duarte Gomes ajudar-nos? Desde do penalty do Jardel na Luz que ninguém duvida que ele é nosso amigo. Enfim...