Antes de ir propriamente à questão da substituição de William Carvalho há que dizer que, no mínimo, o jovem jogador foi imprudente. Depois do jogo, visto e revisto o lance, William podia ter evitado até respirar durante uns segundos para que nem o jogador da AAC nem o árbitro tivessem a oportunidade para contribuírem para aquele desfecho. O jogador tem revelado desde os jogos iniciais grande capacidade para aprender, melhorando o seu jogo a olhos vistos, e por isso dificilmente o veremos a comportar-se da mesma forma em lances semelhantes no futuro.
Não interessa ou interessa muito pouco se o lance é digno de castigo,
isto no sentido que não será essa a discussão que nos tornará nem mais
fortes nem mais preparados para o importante jogo do derby. Mas há algo que é inevitável constatar: o critério do árbitro. Fosse sempre o seguido no que ditou o amarelo a William nenhum jogo acabaria com onze. Neste jogo em particular com a AAC o adversário teria terminado com menos vários elementos. Algumas das faltas foram a roçar a violência e por isso teria que merecer punição mais severa que o amarelo a William. Dentro deste critério até Rojo poderia ter sido expulso numa falta rispida ainda na primeira parte, mas que foi antecedida por uma outra sobre Montero que Paulo Baptista e os seus auxiliares preferiram ignorar. O futebol português é isto, infelizmente.
Atribuir directamente, sem mais, a culpa ao jogador pode até ser bastante injusto. Quando inicia a disputa do lance ele apenas controla os seus movimentos, não sabe exactamente como vão ser os do adversário. Naquele momento o foco está na bola e ganhá-la para tentar ainda chegar ao golo e não que, caso qualquer coisa corra mal, se veja impedido de jogar o derby. E, como o futebol é um jogo de imponderáveis, não sabemos se, caso William se tivesse alheado do lance, a jogada tem continuado e resultado num golo, e estaríamos agora ainda mais preocupados. Afinal o resultado do jogo com a AAC já não poderíamos mudar e não há nada que nada que nos condene a perder o derby só porque o William não o vai jogar, Capelas, Duarte Gomes e quejandos à parte.
Mas com certeza que William é uma ausência de peso. Como seria noutra equipa qualquer a de um dos jogadores mais preponderantes e que acaba de deixar sair o jogador que o poderia substituir, Rinaudo. Acontece que o Sporting foi, dos três grandes, o clube mais activo a contratar na reabertura de mercado e nenhum dos jogadores recém-chegados faz a posição. Isso é a declaração, sem necessidade de reconhecimento no notário, que Jardim e a direcção da SAD entenderam que, em caso de lesão ou castigo, o lugar poderia ser preenchido sem colocar em causa a competitividade da equipa.
O primeiro na linha para tal efeito será obviamente Eric Dier. Já fez o lugar o ano passado, o treinador de então, vaticinava-lhe um grande futuro na posição. É provável que seja ele quem Jardim tem em mente, mantendo intacto o centro da defesa, ao não deslocar Rojo para lateral-esquerda pela quase certa ausência de Jefferson. Piris é a outra possibilidade e até já fez a posição precisamente com o mesmo adversário.
Ao contrário de muitos juízos que vejo frequentemente expressos, mudar um ou mais jogadores, não é o mesmo que por peças novas no motor de um carro. É esse o enorme handicap em desfavor de Dier: a falta de ritmo. Não só a falta de minutos nas pernas, mas também a falta de rotina no lugar. E isso não tem nada a ver com a valor do jogador. Se for ele o eleito para 6 acredito que irá sofrer bastante quer para responder ao ritmo e itensidade elevados que a equipa de Jesus imporá naquele sector, quer para aguentar a totalidade do jogo. Fosse outro jogo com outro adversário e a preocupação seria bem menor.
Em teoria, é Adrien quem me parece o jogador mais capaz para a função no imediato. Conhece o lugar, atravessa um grande momento de forma, detém elevados níveis de confiança. Perde apenas para Dier na capacidade para se opor ao jogo aéreo. Mas levantaria outro problema: que faria o seu lugar? Não me parece que seja Magrão. O brasileiro colecciona aparições fugazes com exibições discretas, faltando muito para justificar a contratação que o seu curriculum - provavelmente o melhor dos contratados - anunciava. Vítor que tem revelado muitas dificuldades em fazer o lugar de André Martins, poderia render melhor uns metros atrás?
Outra possibilidade, de todas a mais improvável, é que Jardim mexa no 4x3x3 para optar por uma outra solução menos treinada. Por norma mexidas estruturais feitas à medida para um jogo e adversário em particular dão a este um ascendente psicológico importante.
Toda uma série de perguntas que seguramente ocuparão estes dias pela cabeça de Jardim. Estou certo que na sua tomada de decisão terão factor preponderante factores que lhe assegurem estabilidade e equilíbrio construídos a partir de trás. Porque essa tem sido a sua marca desde que assumiu funções no clube. É claro que Jardim entende que uma equipa está sempre mais perto de ganhar se não sofrer golos, o que, no limite, a impede de perder. Dois dos resultados "possíveis e necessários" para poder continuar a sonhar nos jogos que faltam para terminar a época.
Caro Leão,
ResponderEliminarVou ser mais directo na questão William:
- o jogador leva "aquele" amarelo porque já tinha 4 e o próximo tirava-o da luz. Não vale a pena tentar questionar, lamentar ou atacar o William (que fez um grande jogo, tentando sempre não tocar em ninguém).
- e mais! um árbitro que tira um jogador, daquela forma, do jogo mais importante da época não está ali para proteger o espectáculo e a profissão. Ele tinha mais essa missão e cumpriu-a (era um jogo em que ele tinha "prémios" por objectivos e terá cumprido quase todos, faltando Montero). O jogador da Académica está no meio-campo, a caminho do balneário, aos 92m e leva um toque de peito do William... por favor...
Alguém acredita que um jogador importante do Benfica ou Porto levava o 5ª amarelo naquelas condições antes de um clássico ou derby?
Substituto? Dier.
E jogar assim (4:1:3:2):
Patrício
Cedric, Maurício, Rojo, Píris
Dier
Martins, Adrien, Vítor (ou Magrão)
Heldon (Wilson ou Carrilo); Montero
Foi falta para amarelo e acho exagerado tentar encontrar conspirações nesse lance. Já em outros...
ResponderEliminarEu acho que este foi daqueles jogos que matam esperanças e ambições.
O Sporting tinha que ganhar o jogo e ponto final. E até nem se pode dizer que não estavamos avisados. Já tinhamos empatado antes um jogo quase da mesma maneira.
Não aprendemos claramente a lição e agora arriscamo-nos a ver o Benfica a 5 pontos.
A perda do William para este jogo, a par da óbvia falta que este jogador nos vai fazer, tira-nos muita da confiança para enfrentar o Benfica.
Eu apostava no Adrien a trinco, Vitor a meio campo e A.Martins mais solto na frente.
Mas claro, não é nada a mesma coisa...
Devo confessar que estou um pouco pessimista.
J.
ResponderEliminarNão é tanto a questão de ser ou não amarelo mas sim o critério adoptado, como expressei no post.
Sim eu percebi, mas entrar por aí acho que é perder tempo. Para mim, o William foi precipitado nesse lance, um pouco tb pela frustação de ver que já não iamos ganhar o jogo contra a Académica. Tivessemos a ganhar e aquele lance nunca aconteceria.
ResponderEliminarCantinho,
ResponderEliminarO Magrão não me dá confiança nenhuma, fazer frente ao meio-campo do SLB requer ritmo, concentração e muita disponibilidade coisa que ainda não lhe vi.
Carrillo e Capel, o jogo vai ter espaço para eles. Ou Carrillo e Wilson. Só apostaria em Heldon se tivesse a certeza que era uma aposta ganha mas ele não conhece a equipa e respectivas dinâmicas nem a equipa conhece as movimentações dele.
Abraço
Leão,
ResponderEliminarVítor deixou cair muito do seu crédito em Penafiel. Aquela atitude de distraído (que teve o auge no golo do Penafiel) já dura a algum tempo e creio que Jardim já o deixou cair. Tenho pena porque fui grande apologista da sua contratação.
Visto que não há mais ninguém para o meio campo (e nem há a certeza que Adrien vá jogar) talvez tenha-se mesmo que recorrer a Magrão (o que se vê bem a nossas limitações).
Magrão pode ter revelado muita disponibilidade mas para jogar na luz também é preciso saber recepcionar uma bola, joga-la bem ao 1º toque e acerto no passe (além que sem Jefferson não há quem saiba cruzar de pé esquerdo). E isso Magrão tem.
As limitações atacantes também são grandes, visto que Slimani só jogou no domingo pelo factor psicológico que impõe à equipa, adeptos e adversário. Pela parte física (está, claramente, lesionado), não assusta ninguém.
Visto que Capel é limitado, Mané é verde e ainda terá que pedir desculpa quando levar um pau de Maxi ou Fejsa qualquer (como o Bruma com o Matic, na época passada), Wilson só vê baliza (e de olhos fechados) e visto que Carrillo foi cortado por Jardim, resta Heldon.
Se é o melhor que se pode arranjar? Logo se vê.
Eu queria era o Jefferson a jogar e não lesionado. Mas se calhar o que originou a sua lesão foi um lance normal de futebol e não quero correr o risco de "tentar encontrar conspirações nesse lance". Já com o Nacional foi igual. Mas é mais uma coincidência.
Estou como o J. Este jogo tinha de ser ganho! Tirava completamente pressão para a ida a Luz.
ResponderEliminarFaço 3 críticas a Leonardo Jardim:
1) Os amarelos têm de ser geridos (à primeira oportunidade os jogadores do Sporting vão ser amarelados). William tinha de ter visto amarelo em Arouca. Até para proteger Dier...uma coisa é jogar a 6 contra a Académica em Alvalade, outra coisa é jogar fora contra o Benfica.
2) Mané está ainda muito verde para ser titular no campeonato.
3) Carrillo é de longe o nosso melhor extremo, tem de entrar neste tipo de jogos.
Sobre o jogo na Luz Jardim não vai alterar o modelo. E ainda bem! Vamos jogar em 4-3-3. Magrão não é opção para titular. Vai jogar o Dier a 6.
SL
Mas o Dier nem na equipa B jogou a trinco?
ResponderEliminarSe é para ganhar rotinas não vai ser num jogo contra o Benfica na Luz concerteza.
Eu já estou como o outro, se é para a arrebentar com o campeonato, mandamos para lá o Slimani e o Chikabala lá na frente.
;)
Ontem o Piris e o Magrão foram titulares na equipa B, creio que poderá indiciar que, pelo menos neste momento, o Jardim está a ponderá-los para o jogo da Luz.
ResponderEliminarLdA, embora perceba o ponto, estou com o J. no tema do amarelo. E convenhamos que havia várias formas de parar aquele lance sem levar amarelo, o William na próxima saberá gerir melhor a situação.
Já agora, J., em Arouca o Jardim pouco podia fazer para forçar esse amarelo: o jogo estava por ganhar quando o William, precisamente o William, foi substituído. Só se demorasse a sair do campo mas isso não está no ADN dos nossos jogadores (em particular quando estamos empatados e queremos rapidamente dar a volta ao jogo). E ainda bem.
SL
J rotinas sinceramente acho que o Dier não terá a 6. Fez uns jogos no ano passado com Jesualdo mas acho que o lugar natural dele não é ali. Vai ser utilizado quando o William não puder.
ResponderEliminarNa próxima época gostava que fosse um dos centrais titulares, depois da previsivel saída de Rojo.
Shikabala não estará ainda em condições mas o Heldon não me surpreenderia que fosse titular. No momento actual de Capel, prefiro o ex-Marítimo.
A resposta está na equipa B: Elias.
ResponderEliminarUm meio-campo com Dier-Elias-Adrien seria a melhor opção.
A solução para substituir Willian é Elias, sem dúvida e a partir daí para continuar
ResponderEliminarElias? lol
ResponderEliminarDar a titularidade a um jogador "proscrito" com meia duzia de treinos na B, com um historial de empenhamento pelo Sporting tremendo, depois de ter ameaçado o clube com a fifa, e de toda a gente saber que ta com a cabeça noutro lado...dar a titularidade a isto em deterimento de tantos outros que lá estão e estavam muito antes dele, e que apesar de não mostrarem o mesmo potencial, se calhar mostram muito mais empenhamento...bem...
Há aqui malta que com certeza está farta de ver o Sporting "bem" outra vez....
Leão (veremos se desta vez é publicado, visto que já tentei 3 vezes, a primeira logo após responderes ao meu comentário),
ResponderEliminarQuando se fala de Vítor ou Magrão para serem titulares no jogo mais importante da época, é sinal que o nosso plantel é, de facto, muito limitado para aquilo que luta (pelo título).
Magrão dá pouca confiança, ainda mais porque tem jogado pouco e não se tem destacado. Fisicamente é pouco comprometido e isso pode ser fatal contra o Benfica. Por outro lado, tem qualidade de passe, boa % no passe, tem bom 1º toque e recepção e é um pé esquerdo numa equipa sem Jefferson.
Vítor terá dado as últimas em Penafiel. A sua lentidão, desconcentração e a forma escondida como joga não o favorecem. Leonardo já o terá deixado cair. Tenho pena porque queria a sua contratação.
Nas alas, Mané é verde para estes jogos e o mais certo era ter de pedir desculpa ao Maxi ou Fejsa quando levasse um pau deles, à imagem de Bruma com Matic, na época passada com Capela.
Wilson só vê baliza (mas de olhos fechados) e as suas qualidades não se coadunam com a titularidade na luz.
Capel é limitado.
Carrillo nem com a Académica joga (o único dos extremos que não jogou), logo não deve contar muito.
Sobra Heldon...
Mas o que eu queria era o Jefferson a jogar mas, tal como no Nacional, teve uma infelicidade ficará de fora. Mas é só mais uma coincidência, pois não quero "tentar encontrar conspirações nesse lance." (como referiu o J para o lance do William Carvalho).
"É futebol..." (como referiu Pedro Martins quando Rodrigo marcou um golo ao Marítimo em claro fora de jogo)
Será Dier e mais 10! Nesse aspecto estou confiante na maturidade e compromisso com o jogo do inglês. Creio que mesmo "existindo" Rinaudo a opção recairia sobre Dier. É o mais parecido com William (físico, capacidade técnica e cumprimento tático).
ResponderEliminarVamos lá recuperar o optimismo malta! Os nossos homens têm de nos sentir fortes e prontos a apoiá-los. Temos de deixar a frustração (e que frustração caramba!!!) para trás.
Mas digo só isto sobre o jogo com a académica: bastava o árbitro ter sido competente ao apitar braço nítido na grande área do adversário e estaríamos todos a exultar o nosso completo domínio contra a equipa de Coimbra após uma vitória que teria tanto de difícil, como de justa!
O trabalho foi encomendado, ainda por cima depois do tropeção dos lampiões, que nem com a ajudinha ao cair do pano conseguiram arrecadar os 3 pontos em Barcelos. O Sporting (ainda) é o elo mais fraco e a situação assim continuará nos próximos tempos.
Vejo BdC a evidenciar alguma estratégia que me parece correcta: obrigar o sistema a ser mais transparente. Não queremos ser beneficiados, queremos, sim, transparência. Devíamos também procurar mais apoio na comunicação social para esta causa (em busca da transparência no futebol português) para não deixar o assunto "morrer". Já vimos que existem vários clubes com "vontade" em mudar as "regras" do "sistema".
Os árbitros, quando erram... Coitadinhos... Quem não erra!
Mas se cada vez que errassem com más decisões influenciando o resultado final ficassem inibidos de arbitrar os próximos 2-3 jogos (sem receber o respectivo pagamento), dando lugar a outros... De certeza que errariam muito menos no futuro!
Todos vimos que o jogador quando abordava os lances ia a medo, nem parecia o William que nós conhecemos, sempre com medo de ser amarelado, aquele lance é em desespero, tentar ganhar a bola, para relançar o ataque. Se jogarmos como temos feito com espírito de equipa. Podemos sair de lá vitoriosos. Um abraço.
ResponderEliminarIsto é maldade pura...
ResponderEliminarhttp://s809.photobucket.com/user/Captomente/media/Jeffersonlesatildeo_zpsa317ac4b.gif.html
Para cortar o cruzamento nunca se vai com aquela perna. A intenção é clara.
Eu sou um admirador confesso do Drier. Mas para este jogo concordo que o Adrien é a melhor solução. Precisa apenas de abdicar mais da sua função construtor e jogar simples e fácil. É capz de o fazet muito bem. Temo que a elevada mobilidade dos médios do Benfica coloque problemas ao Drier. Uma alternativa interessante num cenário em que o egípcio estivesse em condições de jogar era construir um meio-campo mais de contenção com Adrien e Drier ambos numa posição mais central e o terceiro médio actuar como jogador livre atrás do ponta-de-lança. Para as alas aposto em Capell e Heldon, que tem estado a jogar e a marcar.
ResponderEliminarIsto de gerir um clube de futebol, nao é como jogar o Football Manager.
ResponderEliminarNao é so ver quanto um jogador vale e pôr-lo a jogar.
O Elias nao voltará a vestir a camisola do Sporting, como aconteceu antes com Labyad e Jeffren. Apesar de todos terem potencialidades, ganham muito (demasiado até para aquilo que o clube pode pagar) e demostraram por vezes comportamentos pouco profissionais (pelo que se ouviu dizer por aí).
Goste-se ou nao, este é o critério deste Sporting para que um jogador deixe de jogar pelo clube. Discutivel, na minha opiniao, mas coerente!
E nao me parece agora no caso do Elias que irao alterar isso
Com a decisão da liga a dar razão ao Sporting,porque raio tem a federação que dar o veto final?
ResponderEliminarEstá mais que visto que Fernando Gomes das faturas do Porto não vai esquecer as origens.