Pré-época do Sporting:entre elogios precoces e derrotismo antecipado, a realidade chega no sábado
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| Imagem do Twitter do @Sporting_CP |
Uma derrota e uma vitória são um saldo ambivalente do nosso regresso ao prestigiado Torneio Teresa Herrera. Essa sensação mista marca uma pré-época em sentido descendente, que a vitória de hoje não apaga por completo. Hoje, nenhum golo de bola corrida adensa a ideia das dificuldades de construção de jogo atacante, que se confirma pelas dificuldade se penetração e registo de jogadas envolventes no último terço. A ausência de golos na nossa baliza permite algum alivio, com abertura para os julgamentos mais optimistas: voltamos ao bom caminho. No outro extremo considerar-se-á que Sarr, tendo melhorado de forma quase dramática em relação à má prestação anterior, dificilmente encontrará tão poucas dificuldades.
O meio-campo será aquele, se William ficar. Um sector que até começou bem mas que, subitamente, perdeu fulgor, quer no apoio à frente, quer na segurança para o sector recuado. O ataque sofre com a "ausência" de Montero, que a presença de Slimani não anula, a que se soma a debilidade dos extremos. Talvez os elogios iniciais tenham sido precoces, e o derrotismo de há dias seja exagerado, a dúvida, que se justifica, é se há qualidade para as exigências desta época. Especialmente se os reforços não serão apenas aquisições, a dúvida presente em grande parte das conversas.
A realidade começará a dar-nos as suas respostas, sendo que me parece determinante a forma como a equipa conseguir chegar à jornada com o SLB.
Um pouco melhor que ontem... apenas isso. É muito mais confortável falar sobre uma vitória, mas temos de ser realistas e afirmar que esteve longe de ser um bom jogo. Eu ainda não estou tranquila (como já estive previamente, depois de bons jogos frequente a Ultrech, Benfica e Lazio).
ResponderEliminarApós o jogo de ontem, gostei das palavras de Marco Silva. Mostrou desilusão para com a performance dos seus jogadores. Realçou que o jogo não traduziu as suas ideias, chamando a atenção para a notória falta de intensidade e velocidade, muito diferente do que a equipa já tinha demonstrado nesta pre-epoca.
Aliás, o grande elogio que se poderia fazer a Marco Silva no inicio da pre-epoca era que, usando a mesma equipa de Leonardo Jardim, conseguiu elevar o melhor de cada jogador, com notório acrescento de qualidade na fase organização ofensiva... talvez arriscando um pouco mais na defesa mas, ainda assim, mostrando boa organização nas várias vertentes do jogo. De realçar o papel positivo das suas ideias em Martins e Carrillo particularmente.
Mas hoje, a primeira parte esteve outra vez longe dessa intensidade já demonstrada. A primeira parte de hoje foi muito semelhante à de ontem. Pouca velocidade, jogadores desconcentrados (Adrien, Cedric, o próprio William), jogadas atabalhoadas, passos falhados comprometedores por parte do trio de meio campo (pouco habitual...).
Mas ainda assim conseguimos criar oportunidades. Sem dúvida que o golo ajudou a desbloquear a equipa.
É por isso que ainda estou de pé atrás. Vou-me esforçar por ser optimista como sempre fui em relação ao nosso sporting. Bem sei que estes jogos valem 0 pontos e no próximo Sábado é que interessa ganhar.
Mas confesso que esperava mais evolução e não retrocesso ao longo da pré-época. É também por já ter visto boas ideias de Marco Silva que não gostei assim tanto de o ouvir hoje no pós-jogo, referindo que estava satisfeito com a exibição.
Nota satisfatória para Sarr. Já tinha gostado do atleta e do seu jogo de pés no Egipto. Hoje voltou a estar bem nesse capítulo. Claramente demonstra mais auto-confiança que Oliveira, e isso é muito importante para os colegas. Mas tem pouca velocidade. O ideal seria "emparelhar" com um defesa central que garantisse rapidez. Por isso não acredito que tire a titularidade do indiscutível Rojo. Que o mercado os proteja nesta reta final e que nos permita manter jogadores nucleares. Com a despedida de Dier, Rojo tornou-se um desses jogadores!
Gostei da entrada de Mané. Quando a equipa está voltada para o ataque ele é muito bom, mas o jogo não é só ter bola! há que saber jogar sem ela.
William em curva ascendente durante o jogo.. gostei de o ver a recuperar toda a qualidade que já nos habituou. Jefferson claramente melhor e Cedric também melhorou no segundo tempo.
Dentro de uma semana é a valer! Vamos lá equipa!
O ataque do Sporting , tem de ser reforçado com extremos abre latas , verdadeiras trutas , e um ponta de lança que se integre no jogo e seja ao mesmo tempo referencia de area , resumindo um Slimani tecnicista , pois não podemos continuar a jogar futebol de amadores , de cruzamentos sem nexo só porque ele parece que joga de galojas.
ResponderEliminarCédric hoje voltou ao mesmo , uma exibição medíocre e displicente , eu lamento imenso é que Esgaio também não saiba defender , mas acredito que se trabalhar pode ir certamente mais longe que Cédric , que parece que desaprendeu a cruzar , hoje fez um jogo rigorosamente falhado. Jefferson apesar do golo , continua também a cruzar sempre em força e sempre disparatado , com faixas laterais onde os extremos não desequilibram , os laterais não cruzam bem e defendem mal , assim é muito difícil.
André Martins , não pode jogar a 10 no Sporting , tanto ele como João Mário são 8s... Ou o Sporting tem extremos que façam muitos movimentos interiores e disfarcem a ausência de um 10 , ou então jogar com dois 8s é deixar a equipa curta no meio campo ofensivo e pouco ambiciosa. Vemos o Martins pequenino em campo , a espera de receber a bola , estático , e depois é sempre carregado pois não aguenta o contacto , lamento imenso mas não tem categoria para jogar no Sporting.
Mais uma época, mais uma revolução, esta mini mas muito importante, pois lá se foi o grande responsável pelo ressurgimento surpresa do Sporting, Leonardo Jardim.
ResponderEliminarPara o seu lugar veio o Marco, já por muitos considerado o novo "Mourinho" (mais um!...). A escolha foi óbvia e, atendendo às alternativas existentes, parece-me que foi a mais acertada.
Mas não são tudo rosas Senhor.
A primeira coisa estranha na vinda do Marco para Alvalade foi o facto de ele não ter trazido nenhum dos seus boys. E um deles muito me agradaria ver no Sporting, mas foi parar ao fcp, o Evandro. A justificação desta "surpresa" veio há dias pela boca do nosso Presidente que disse do seu congénere do Estoril, referindo-se à situação da Liga, que falava de mais. Além da ironia subjacente (alguém falará mais do que o nosso Presidente?) mostra que as relações não são boas, e como para comprar é preciso que alguém nos aceite vender, do Estoril não veio, obviamente, o seu melhor jogador, mesmo tendo no nosso clube o treinador que o projectou, tendo acabado num rival.
Mas os principais espinhos são mais profundos. Apesar da equipa continuar a revelar-se coesa e organizada nos seus princípios de jogo, porventura ainda mais com Marco Silva, o que é natural, pois, quanto mais tempo os jogadores estiverem juntos maior o seu conhecimento individual, maior o entrosamento, maior a capacidade colectiva, na verdade o Sporting parece um pãozinho sem sal a jogar.
Sim, um pãozinho sem sal. Daqueles que faz bem a muita merda mas não entusiasma nada e que acabamos sempre por engolir a custo, com a ajudinha de um copo de água, em vez de um bom tinto.
E tudo isto porque o Sporting é um bando de bons rapazes, cada vez mais organizados, bons tecnicamente, mas que, à excepção do Carrillo, não têm um rasgo individual que faça a diferença. O mais engraçado é que este último é capaz de ser o jogador mais contestado do Sporting... Como é possível?
É que, meus amigos, a organização faz uma boa equipa, mas uma grande equipa, além da organização, precisa de jogadores geniais, imprevisíveis, que num simples toque desmontem a organização adversária.
O futebol é assim e não vale a pena andar com merdices. O Barça era toquezinho atrás de toquezinho, muita organização, mas se não tivesse um Xavi a fazer um passe impensável de vez em quando, um Iniesta a tirar dois do caminho num drible ou um Messi a tirar três ou quatro da frente num simples arranque, acham que o Barça tinha sido o que foi?
ResponderEliminarA Alemanha é só organização, dizem alguns, mas na verdade apenas voltou a ser campeã do mundo quando passou a ter jogadores virtuosos capazes de ver mais além da sua natural organização.
E agora falemos do nosso cantinho. A organização do Sporting, cada vez mais sólida, até é capaz de ser suficiente para ganhar a maioria dos jogos, mas organização com organização se combate, e uma equipa inteligente é bem capaz de, sem muito esforço, anular este Sporting.
Mas mesmo que se consiga, tal como o ano passado, ganhar jogo após jogo, nem que seja pela margem mínima, há jogos que são quase impossíveis de ganhar sem um mínimo de criatividade. Sim, falo dos nossos rivais que (ainda) têm Gaitan e Enzo ou (pior ainda!) dos rivais tripeiros que se reforçaram com jogadores bastante criativos a juntar a alguns bons que já lá existiam, com Jackson e Herrera à cabeça.
Ganhar estes jogos, com aquilo que temos visto, apenas é possível de duas formas. Com muita sorte nossa, ou com muito azar deles. É que, meus amigos, com muita pena minha, esqueçam o fcp da época passada... (e mesmo assim recordo que apenas ganhamos um jogo por 1-0 e perdemos outro por 3-1...)
E não vou falar da Champions pois tudo vai depender do sorteio e do conhecimento que os nossos adversários tiverem de nós. Mas digo já uma coisa - tal como no ano passado fomos surpreendentes a nível nacional, acho que temos mais hipótese de surpreender na Europa, onde somos um claro outsider, do que na nossa casa, onde já todas as equipas conhecem os nossos processos de jogo.
Ou seja, sem mais uma ou duas peças criativas que tenham lugar de caras na equipa principal do Sporting, designadamente um 10 e um ala esquerdo, é uma pura ilusão considerarmos que estamos na pole position para o campeonato. E estas ilusões não podem ser boas para a equipa, nem para os adeptos, e muito menos para a Direcção que vai ser cobrada pela gestão de expectativas.
No entanto, como o futebol português é pródigo em situações anormais, esperemos que toda esta análise não passe de um mero exercício pessimista e que os nossos dirigentes estejam a ver bem mais além do que eu. Como eu gostava!
SL
divaleonino excelente comentário, à sua forma disse tudo.
ResponderEliminarNão temos jogadores que façam a diferença onde é preciso , na zona 10 , e nos alas , e o Carrilo que é o mais desequilibrador , é um jogador inconstante , e se é esse o nosso melhor jogador , então podemos esperar sentados.
Eu até acho que o jogador fica pressionado pelas expetativas dos adeptos em cima dele , ele deveria ser sempre segundo protagonista numa equipa , ou seja o Sporting tinha de ter um jogador na outra ala , superior ao Carrillo para que este pudesse subir de nível , sem que estejam os adeptos todos a espera que Carrillo seja um Ronaldo. Para mim vinham mais 2 extremos de grande qualidade para competir com ele , mas a minha duvida prende-se em saber se o teto salarial é proposto pela direção ou se é uma imposição dos credores, porque estes trutas ganham muito , mas por exemplo ganham o mesmo que o Capel. Não entendo se vendendo o Capel porque não substituir no seu ordenado por um verdadeiro truta?
É preciso um indiscutível na ala , e lamento imenso que MS não conte com Gauld para 10 , porque ele é um ÁS do ultimo passe e é um desiquilibrador , demos quase 4M , eu esperava que ele tivesse protagonismo na equipa , mas pronto , certamente irá aparecer mais tarde.
O problema é que o problema continua lá , de imediato que era a nossa maior necessidade , não temos o tal extremo , o tal 10 capaz de abrir espaços , e tenho dúvidas do Slimani neste estilo de jogo.
O que o divaleonino foi dizer... Pois a verdade é que o melhor "reforço" leonino está a ser o Carrillo. O nosso melhor central é o Rojo (sendo quase certo que vai sair). Tudo gente muito mal amada pelos limitados do costume, porque vieram para o Sporting pela mão da anterior direcção. Só gente profundamente limitada pode embirrar com jogadores devida a quem os comprou.
ResponderEliminarQuanto ao futebol do Sporting ser pouco entusiasmante, é um facto. E pelo que se vê dos rivais, o beifica apesar de bastante inferiorizado por comparação com a época passada, continua a ter um plantel mais forte do que o do Sporting. O porto, apesar de estar a construir uma equipa, pode depois subir de nível (se os jogadores forem bons), e dar de abalada, como fizeram os lampiões na segunda volta da época passada. Já o Sporting dificilmente rende muito mais do que isto, e isto se não sair nenhum titular e se um ou dois dos reforços vierem a ser alguma coisa de jeito e sobre estes só tenho expectativas sobre o Slavchev. Os outros para mim são "palha" para enfardar.
É verdade que o futebol apresentado tem sido um pouco menos eficaz (não menos trabalhado) do que na época anterior.
ResponderEliminarMas acho que uma análise mais profunda mostra que o nosso meio campo é bastante desequilibrador e os nossos alas costumam cumprir nas tarefas ofensivas. William ganha (ou ganhava) com uma simplicidade que muitas vezes deixava dois adversários pelo caminho. O Adrien tem uma qualidade técnica que põe em uso sem ninguem realçar, mas que muitas vezes abre espaços interessantes e o André Martins tem jogos fantásticos a criar jogadas na frente. O que nos falta é o Montero na forma da época passada e os cruzamentos e as movimentações para os aproveitar mais afinados.
Mas é verdade que competição nas alas para ter mais jogadas perigosas e um jogador no meio campo com qualidade de passe, drible e remate melhoravam muito a nossa capacidade de ter jogadas mais imprevisiveis.
No entanto, como disse em cima, acho que com uns processos afinados (e com Slimani ou Montero de volta) esta equipa mostra capacidade de enfrentar qualquer uma do nosso campeonato e fazer boas figuras na europa.
Vamos ver é se há saídas...
SL