Dizer que ainda não se viu o melhor Sporting é arriscar receber imediatamente de volta a pergunta:
Então e o jogo em Madrid, não foi o melhor Sporting?
Sim, em certa medida sim, mas é possível e até desejável acreditar que o melhor Sporting não deixaria fugir uma vitória histórica por entre os dedos, a segundos do final. E é possível e desejável e até exigível que cresçamos até esse nível, aproximando-nos assim de uma grande equipa, como é certamente o desejo de todos. Parece-me também que esse crescimento é necessário para que objectivo primordial da época - ser campeão - se torne realidade, uma vez que a concorrência vai deixando bem claro que poderá ser um erro confiar em demasia nas respectivas escorregadelas.
Por onde pode então crescer esta equipa ou, se quisermos, onde estão os problemas por resolver? Do ponto de vista da clareza de ideias relativamente ao modelo de jogo e a forma como ele é trabalhado por Jorge Jesus parece-me não haver nenhum problema, o Sporting é talvez a equipa melhor trabalhada do nosso campeonato e cujo modelo melhor se adapta às necessidades e ambições de um candidato ao titulo. Aquilo que alguns, com razão chamam o "efeito Jesus".
Ora a melhor ideia passa sempre pela forma como os jogadores a executam, são eles sempre os actores principais. Ou deveriam ser. E é por aí que me parece haver questões por resolver. Será que estão a jogar os melhores nos seus lugares? Vejamos:
- As laterais estão há muito tempo identificadas e não valerá a pena perder muito tempo mais, por se tratar de um caso muito claro de limitação dos elementos que compõem o sector e não há muito mais a fazer da parte do treinador, pelo menos enquanto estes subsistirem. Há quem seja levado a pensar que esta é uma questão de pouca importância, para o perceber é estar atento a quantidade de ataques que se perdem por jogo, por má definição dos lances, bem como o perigo que nasce a cada encontro por deficiências claras a defender a partir das laterais.
- A partida de João Mário parece passar despercebida mas o meio campo seria seguramente mais equilibrado e consistente com ele. Esse desequilíbrio fica bem mais claro, sobretudo no preenchimento dos espaços e na reacção à perda de bola, quando Adrien sai. Basta lembrar o que aconteceu no jogo anterior, para não ter que "voltar" até Madrid.
- Está também por encontrar a melhor companhia para Bas Dost. Aqui as opções de Jesus até são várias e é também aqui onde me parece ser claro que as respectivas opções podem ser questionáveis.
- Alan Ruiz não pegou, apesar da insistência. É para já um caso claro de inadaptação, levando inclusive a perguntar se aquele é lugar dele de origem.
- André tem sido o que tem correspondido melhor quando chamado a jogar ali, mas denota estar mais à vontade como "9", lugar onde sempre jogou. A questão que fica é se pode ser adaptado.
- No jogo com o Estoril foi Markovic o escolhido mas a aplicação do jogador deixou muito a desejar, a sua participação tem que ser muito maior do que resumir-se a uns piques. Nomeadamente a sua participação na transição defensiva, após a perda de bola.
- Campbell parece-me o jogador que no imediato mais poderia dar à equipa: tem "chegada" forte à frente, tem técnica para jogar no pouco espaço que fica "dentro da caixa" e entre linhas, ou para contemporizar, para permitir a subida da equipa, quer para criar espaço para Dost, tendo este demonstrado que as suas qualidades não se ficam pela altura e respectivo jogo de cabeça.
Concordo inteiramente, a melhor companhia para o bas dost, na maioria dos jogos, será o campbell.
ResponderEliminarParece-me que pode haver duas versões do nosso scp: jogos mais dificeis jogar com quem cumpre melhor tacticamente (Bryan na esquerda, BC no meio - ou vice versa -) e jogos "de sentido único" meter mais criatividade na frente, prescindindo do BC e talvez poupando o Bryan.