Quem lê este blogue com regularidade sabe o que eu penso sobre Jorge Jesus, pelo que me sinto à vontade para o criticar, com o é o caso hoje. E as minhas criticas nem vão sequer beliscar a categoria do treinador. Acontece que um treinador é ante de mais um homem e é a sua tão proverbial sobranceria que se opõe há obtenção de ainda mais êxito.
Há que contextualizar devidamente o que sucedeu em Madrid. Se é verdade
que fizemos uma bela exibição, não é menos verdade e sobretudo é mais
importante perceber que não ganhamos ou sequer empatamos. As repercussões mediáticas, em particular os elogios - merecidos, grande parte deles - parecem ter-nos afastado do essencial, neste caso particular também o treinador. Ora a equipa
de futebol do Sporting não é uma equipa de exibições ao género dos Globetroters. É a equipa de
um clube que precisa de resultados e as grandes equipas conseguem-nos e
as outras não, mister Jesus.
Embora nós tenhamos todas as condições de construir uma grande equipa, isso é uma tarefa que ainda está por realizar. E o tempo não corre a nosso favor pois, como o jogo em Vila do Conde acaba de provar, há ainda muito trabalho pela frente para jogadores de quem muito esperamos estejam à altura de dar uma resposta adequada quer para a equipa, quer mesmo para a sua própria afirmação.
A conferência de imprensa que antecedeu o jogo já fazia prever que o jogo de Vila do Conde não ia ser abordado com o rigor que deveria ter sido. Quando Jesus decide mudar a equipa esqueceu-se de dois pormenores importantes: historicamente o Sporting sente quase sempre grandes dificuldades, mesmo até quando ganha em Vila do Conde e a nossa prioridade devia estar centrada em assegurar os três pontos e só após isso fazer a necessária rotação.
Infelizmente começou-se pelo fim, isto é, pela rotação de jogadores, com alguns deles a deixarem indicações de ainda não estarem preparados para tal ou outros mesmo deixando sérias dúvidas se alguma vez tal irá suceder. Terá ajudado também muito pouco um inicio em que até podíamos ter sido um pouco mais felizes e construído outro resultado, contribuindo quiçá para acentuar a ideia de que ganhar era uma inevitabilidade, uma questão de tempo. O que não ninguém contava foi que o pequeno Rio Ave desaguasse três vezes consecutivas na nossa área, deixando-nos com água linha da água por cima das nossas cabeças. A eficácia que precisávamos ter tido tiveram-na eles.
A abordagem de Jorge Jesus ao jogo foi infeliz no inicio e assim permaneceu após o intervalo. E se o falhanço deve ser considerado sempre de forma colectiva, foi claro que ele acentou em escolhas erradas de jogadores que não estiveram à altura do que era exigido e cujas falhas comprometeram a equipa.
- Alan Ruiz é neste momento uma perfeita nulidade. Ou como disse em tempos JJ, este Ruiz tem de nascer dez vezes para merecer a titularidade... num jogo particular. Num jogo a doer estamos conversados. Para lá de demonstrar ter um pé esquerdo potente, não defende e não dá nada ao nosso jogo atacante. Jesus parece querer dar-lhe tempo de jogo, mas ao não o por a jogar em Madrid demonstra saber que ele ainda não está à altura. Porque o faz num jogo do campeonato, onde os pontos contam e é a nossa competição alvo, ficamos por compreender.
- André tem bons pés, demonstrou-o algumas vezes mas com um Alan Ruiz nas costas é um ilha completamente fora dos horizontes do resto da equipa. Na segunda parte, no lugar do argentino, conseguiu pelo menos ser útil, ajudando ligar o nosso jogo no ataque.
No golo de Tarantini cabia a um deles ter descido com Roderick, não permitindo que ele fosse por ali abaixo, quebrando linhas, até fazer uma assistência letal. Mas não só, a forma como ele passou por toda a nossa equipa sem que alguém fizesse sequer recurso à falta revela a displicência e arrogância com que o lance e provavelmente todo o jogo foi encarado. Quando se perceberam as consequências já foi tarde para remediar.
- Campbell é esquerdino mas não sabe o que fazer daquele lado, nota-se o seu incómodo quando recebe a bola. E não apoia a defender. Nas incursões de Gil Dias (que bela surpresa, este miúdo de 19 anos!) nem ajudou Bruno César nem seguiu o miúdo nas diagonais, de forma a permitir o reequilíbrio de forças o meio-campo.
As substituições na segunda parte eram inevitáveis. Mas mais uma vez aí Jesus não fez as escolhas mais adequadas. Ou, se preferirmos e quiçá para ser justo na avaliação, foi a visão de Capucho a sair premiada. A inclusão de Bas Dost adivinhava-se e provavelmente justificava-se. Mas com o Rio Ave a subir a linha defensiva reduziu o espaço disponível para atacar.
Nos flancos Gélson quase nunca conseguiu as suas diagonais letais e Bruno César, a demonstrar cansaço com o passar do tempo, ficou obrigado a fazer todo o corredor. Com Dost e André ao centro o Sporting não tinha jogadores com velocidade disponível para por à prova o muito espaço disponível nas costas dos defensores rioavistas. Quando Markovic, que o podia fazer, entrou, já era tarde e com tão pouco tempo já disponível Capucho voltou a fazer descer as linhas. Quando o golo de Dost surge era já tarde. Bom, talvez não fosse, caso Coates não falhasse aquele "encosto" a poucos metros da baliza.
Esta derrota, se devidamente analisada e percebida tem pelo menos a vantagem de ter ocorrido num momento inicial do campeonato. Se é verdade que os três pontos já não podem ser recuperados se pelo menos se perceber como é que eles foram perdidos, nem tudo se perde. Tal como no ano passado, antes de se recorrer ao auto-elogio, à arrogância, à desconsideração e desrespeito pelos adversários convém primeiro ganhar-lhes.
Nota: o post original foi revisto e aumentado relativamente à sua versão original. As minhas desculpas para quem já tinha lido e comentado.
Infelizmente o melhor treinador do mundo e arredores ainda não pode jogar. E como os jogadores são fraquinhos... O que vale é que o outro nem treinador é. E já agora, o Villa-Boas não está no Porto. Se a época passada foram quase dez pts na 2ª volta com o rookie Villas foram quase vinte. Ai o chip.
ResponderEliminar"Hoje o Rio Ave foi melhor do que nós e os meus jogadores não souberam contrário o adversário."
ResponderEliminarParece que hoje a culpa foi do "nós". Já na quarta o Raul José esteve muito mal nas substituições.
Concordo com o Leão de Alvalade. Começámos a perder com a forma como abordámos o jogo. Não respeitámos o adversário que é uma boa equipa e pior do que isso demos "jogadores de avanço", isto é utilizámos algumas nulidades e outros que pioraram com o contacto. Schelotto é um desastre, parece estar alucinado. Alan Ruiz é um flop, por muito que possamos elogiar a sua qualidade técnica. É um jogador adinâmico e que não defende. Concordo que Campbell rende no outro lado, mas a ideia de ir buscar Markovic obriga a esta deslocalização. Além de que Gelson na forma actual - quando tem alguém com quem combinar, o que não será o caso de Schelotto - torna incomreensível tanta aquisição para a ala do lado direito.
ResponderEliminarFomos arrogantes e percebia-se no banco dos suplentes - com aquelas coisas vermelhas despropositadas - que os jogadores não estavam confiantes e que adivinhavam a asneira. Com assinatura:JJ.
Três pontos muito mal perdidos. Mais tarde veremos a falta que nos fazem.
Ele é arrogante mas eu sou diferente, simplesmente gosto de acentuar as suas falhas extra futebol, para "colorir" o meu comentário. Refira-se que também não concordo com muitas das atitudes de JJ, mas estarmos constantemente num processo de inferiorização do mesmo pelas suas características extra futebol, também não abona a favor de quem as refere.
ResponderEliminarHá quem em momentos de infortúnio, chamemos-lhe assim, que entre em processo de histeria compulsiva e destrutiva, mas isso cura-se.
“Diferente.”
EliminarEle é arrogante e ignorante mas é sobretudo um traste como profissional. Com metade do valor que apregoa já tinha sido pelo menos vinte vezes campeão nacional. Mas não! Por acaso só foi campeão no Benfica. O clube que por unanimidade controla o sistema. E bastou ver os túneis logo na 1ª época de JJ. Que conveniente. E ainda assim, três vezes em seis e sempre com grandes orçamentos. Ou seja, metade e em épocas em que o principal adversário vacilou sempre muito. Ou seja, a coroa de glória do mais melhor bom resume-se aos túneis, ao descalabro do Paulo Fonseca e ao Flopetegui. Até porque ninguém ganha nada sozinho. De onde se conclui que está muito longe de ser aquilo que pensa que é. Evidentemente, com pontos fortes e pontos fracos. Como todos. Com uma particularidade, até do desconhecido Vítor Pereira fez um grande treinador… Até Domingos fez muito mais em Braga! Ou o que não é treinador na 1ª época na Luz.
Tal e qual aliás o mito da saída do Benfica. Que ele próprio nunca explicou muito bem porque nunca aceitou as novas regras da SAD encarnada: menos contratações todas as épocas. Para depois aproveitar um ou dois e passar a ser o maior fazedor de jogadores do mundo. E esta é que é foi a única verdade. Independentemente de também como foi óbvio, o Benfica também lhe reconhecer pontos fortes. Ao ponto de inclusive não o querer como adversário na Liga. Então o Benfica segurava-o nas derrotas e não o segurava campeão? Se calhar porque JJ se tornou mesmo insuportável ou sobretudo insustentável. Ou se calhar porque JJ acha que ele é que sabe tudo e os outros só servem para passar os cheques.
Infelizmente hoje os benfiquistas só dizem o que os sportinguistas sempre disseram e vão voltar a dizer. Tão certo como dois e dois… “Diferentes” são os sportinguistas que nunca viram com bons olhos um traste como JJ no banco do Sporting. Vença ou perca porque no Sporting nunca se ganhou nada a qualquer custo. Sempre houve critérios muito mais importantes que ganhar a qualquer custo. Como evitar sempre certos caracteres e/ou certas atitudes. A que infelizmente assistimos hoje amiúde. E foi assim que se construiu a grande história do grande SCP. Desde 1906, com vitórias e derrotas. Mas pior que um traste só mesmo dois trastes e que infelizmente coincidem nesta fase no SCP. Mas com JJ ninguém precisa de carvão...
E depois de tanta criticas a orçamentos anteriores… E nem era preciso ressuscitar o Elias. Bastava lembrar o que JJ teve para dizer das contratações do Sporting em 2011. Não foi por acaso os sete pontos logo nas primeiras jornadas. Todos limpinhos, limpinhos. Nem há processo nenhum chamado ganhar. Ganhar é só uma etapa do processo. Que podia e devia ter seguido com Jardim ou Marco Silva. Dois bons técnicos, com carácter. Não foi assim e de relevante até agora só conseguimos hipotecar a melhor geração de sempre de Alcochete. E zero tituli… O maior azar do SCP foi o trastezeco não ter ganho logo em 2011. Tão falidos como em 2013 e como a banca ainda não tinha dado o estoiro que os sportinguistas sentiram todos muito bem, sem reestruturação financeira. Ao tempo que alguém estava na Rússia a assentar parquet. Quiçá com o mais melhor bom à volta das obras de arte.
Tanto ódio acumulado faz mal.
Eliminar1º - Os Benfiquistas nunca perdoaram, nem vão perdoar ao JJ ter vindo para o Sporting. Mérito para a máquina benfiquista que de um treinador de êxito conseguiu transformá-lo num imbecil;
2º - Alguns Sportinguistas não perdoam ao JJ a sua postura para com o Sporting enquanto treinador do Benfica;
3º - Alguns Sportinguistas não aceitam JJ pelo fato de ele ser um treinador de BdC.
Quanto à relação com os benfiquistas entendo como curioso o seguinte, JJ chegou ao Benfica oriundo do S C Braga, trazendo no seu curriculum, zero títulos, contudo tal não foi impeditivo para que o Benfica o contratasse, tivesse que pagar ao Braga para o libertar e ele passasse a auferir um ordenado milionário. No Benfica permaneceu 6 épocas, com eles partilhou títulos, aventuras na Europa, mas a Estrutura que de tão boa se apregoa findo as 6 épocas e vários títulos conquistados lá vislumbrou que afinal o dito cujo era um imbecil, ao menos o Sporting quanto o contratou ele já trazia no seu curriculum títulos. Outra curiosidade hoje toda a gente, incluindo os benfiquistas, ridiculariza o JJ quando este se põe a tentar falar outras línguas, mas esquecem-se que ele andou com eles 6 épocas por essa Europa, e nunca tiveram a preocupação de o instruir. Agora é humilhante, porque interessa que o seja.
O traste até conseguiu perder para o Victor Pereira, convenhamos que este estava apoiado na outra estrutura (posso argumentar assim?) e raios nos anos que venceu a máquina houve um aproveitamento da inépcia do Paulo Fonseca e ao Lopetegui. Mas não é isto uma demonstração de competência tê-los superado, ou quando eles ficam à frente do JJ, este já é um incompetente, quando se verifica o contrário foi por desleixo do adversário.
O mito da saída do Benfica sê-lo-á esclarecido quando terminar a ação judicial interposta pelo Benfica ao JJ, até lá aguarde-se. Quanto a aceitar as novas regras da SAD encarnada: menos contratações todas as épocas, penso que tal só será implementado na próxima época (a ver vamos, não é que me interesse). É inegável que foi no período em que JJ permaneceu à frente da equipa técnica do Benfica que mais vendas se efetuaram e por montantes mais elevados, não foi aproveitar um ou dois. Diga-me então se o JJ é um traste como profissional, porque é que o Benfica o quereria segurar, até como diz o Dias da Cunha, o Sporting fez um favor em ir buscá-lo.
Não questione se o Sporting pretende ganhar a qualquer custo, não pode é fazer associações levianas a partir de premissas assentes em julgamentos emocionais, sendo que parte do princípio errado que os intervenientes estão predispostos a assumir uma postura de adulteração. Não é que “sempre houve critérios muito mais importantes que ganhar a qualquer custo”, porque colocar essa hipótese é como aceitar que existe, para além da vontade de vencer, a vontade de enganar e de corromper e isso é inaceitável. É certo que a Grande História do Grande SCP, se construiu desde 1906, com vitórias e derrotas, contudo a história do Sporting continua, a sua massa Adepta exige a Glória e a ausência da mesma torna-os impacientes, espetaculares têm sido eles.
Eu sou defensor de processos críticos assentes em criticas construtivas, racionais, que visam a abordagem das competências a criticar e não gosto nem aceito processos que visam a inferiorização das pessoas, o achincalhar, na praça pública, ainda mais trazendo ao “debate” factos que em nada relevam a critica, mas visam somente diminuir a pessoa em causa.
Não faço a defesa de ninguém somente do Sporting do qual sou Adepto e Sócio, contudo e como num processo democrático, o maior azar do SCP foi manifestado por uma maioria de Sócios e desvalorizarmos tal facto é retirarmos deles mesmos o poder de “participarem” na vida do Clube.
SL
Meu caro,
EliminarNinguém odeia dois trastes porque os trastes não se odeiam. Ou se desprezam ou no caso muito particular de JJ, presta-se mais ao trote.
Lembrei-me de um jogo em Guimarães, também numa ressaca europeia, onde levámos um correctivo similar (3-0), duvidei na altura que o Vitória conseguisse repetir um jogo de igual intensidade, hoje digo o mesmo, duvido que o Rio Ave volte a produzir um jogo com a intensidade que o fez principalmente na primeira parte.
ResponderEliminarTal como nós não fomos capazes de repetir o jogo de Madrid.
Tínhamos obrigação de fazer mais e melhor, nomeadamente se fossemos mais humildes déssemos o controlo do jogo ao Rio Ave matando depois em contra ataque, quisemos fazer um jogo de domínio, como estamos habituados a fazer mas não tivemos pernas e cabeça para isso, o Rio Ave foi sempre mais intenso, pressionou o que quis como quis e venceu bem. Mais uma lição, mas como a maioria dos jogadores também estiveram nessa noite fria de Guimarães já não se pode falar de falta de experiência, há que assumir soluções ou obrigatoriamente teremos de abdicar cedo da Europa.
Agora é descansar, recuperar e preparar o jogo de sexta.
LMGM
EliminarLembras-te da resposta que te dei no teu comentário sobre o "Cruel, Cruel, Cruel!"?
Qualquer menino com uns aninhos disto adivinhava o que se ia passar!
Abraço
8, passei a primeira parte a lembrar-me...
EliminarAinda não há post parvo no facebook pois não? Parece que pelo menos isso foi aprendido...
ResponderEliminarAfinal o que mudou da época passada para esta? Não, não estou a falar nos "ajustamentos" dos ordenados de Jorge Jesus e Bruno de Carvalho. Estou a falar do resto. O ano passado era o Rui Vitória que nem sequer era considerado treinador pelo Jesus (porque ele na sua cabeça é o supra-sumo dos treinadores) e eram os ataques constantes e complexados por parte de BdC ao Benfica. Achavam que só porque esta época se colocou um rapazola chamado Saraiva a escrevinhar tudo o que o presidente lhe dita que seria diferente?!? O que dizer desta gente que não aprende nada de nada?!?
ResponderEliminar