Quando este post conhecer a luz faltará muito pouco para se reiniciar a Liga 16/17. Atendendo a que as primeiras jornadas foram jogadas ainda antes do composição definitiva dos plantéis, sou dos que acha que estará agora a começar um novo campeonato, pelo menos até o mercado poder ser novamente reaberto. Este é um post breve sobre o que vão os três grandes à procura neste campeonato, qual é o seu lugar de partida e um vaticínio sobre as suas possibilidades.
SLB: lutar pelo inédito e manutenção da hegemonia
Dos três grandes é o clube que mais títulos recolheu mas é o único que nunca conseguiu alcançar um tetra. Tendo celebrado recentemente o tri a ambição para o alcançar é mais que natural. Como campeão em titulo tem que ser tido como o principal candidato. Reparte com o FCP o número de títulos conquistados na década em curso, mas o facto de aos seus três títulos corresponderem os últimos três anos reforçam a sua candidatura.
É clara a sua aposta na manutenção da composição vencedora, com a manutenção da equipa técnica e da quase generalidade dos titulares. Regista como perdas relevantes Nico Gaitan e Renato Sanchez mas largamente compensadas em número: Carrillo, Cervi, Zivkovic, Danilo e Rafa serão os de quem mais se esperará. Se colectivamente o seu jogo continua a deixar algumas dúvidas, estes jogadores vão-se juntar a Jonas, Pizzi e Mitroglu reforçando a capacidade individual de arranjar soluções.
Pontos fortes: Muita qualidade individual à disposição do treinador. Muito poder de fogo, que tem sido capaz de conseguir golos em praticamente todos os jogos, permitindo quase sempre a vantagem inicial.
Pontos fracos: Jogo interior pouco trabalhado, o que só não tem trazido problemas uma vezes porque não tem encontrado oposição suficiente ou porque o tal poder fogo mitiga a falha.
Sporting, à procura do fim do travessia
É já longa travessia sem títulos, para já a segunda maior da história. Para encontrar a porta deste labirinto o Sporting sobe consecutivamente a parada na hora de apostar as fichas no campeonato. Do seu ponto de partida continua a estar muito próximo do rival, mantendo-se a perspectiva de uma luta ombro a ombro, à semelhança do que se verificou no campeonato passado.
A aposta na manutenção da equipa técnica revela que a confiança não foi abalada por um ano muito aquém do esperado no binómio títulos / esforço feito. Essa confiança advirá certamente do número de pontos alcançados e da qualidade do futebol jogado na Liga anterior, onde foi líder isolado um número muito apreciável de jornadas.
Um numeroso rol de reforços, com vários nomes consagrados - Bas Dost, Douglas, Elias - e outros promissores - Joel Campbell, André, Castaignos - parece ter pelo menos pensado nas soluções quer para as saídas de Slimani e João Mário, quer para a falta de soluções criativas e de banco. Somando a isto a ideia colectiva melhor trabalhada e operacionalizada pelo trabalho do treinador o mínimo que se pode dizer é que hoje é ainda mais candidato que era há um ano.
Pontos fortes: Continuidade do treinador e da generalidade da equipa anterior, apesar da importância de Slimani e João Mário.
Pontos fracos: A necessidade de reconstruir toda a frente de ataque sob um calendário apertado, sem pausas.
FCP, à procura do alma e do coração
Quem diria ainda há poucos anos que estaria a entrar na quarta época sem celebrar nenhum título? Quem pensava que a ausência de títulos não faz vacilar as convicções até dos mais experimentados tem aqui a prova do contrário. Basta olhar para o critério tão díspar na escolha dos treinadores dos últimos anos para perceber que o norte era encontrado com mais facilidade. Menosprezar o FCP pode ser um erro, mas parece ser dos três o que parte atrás.
A escolha de Nuno Espírito Santo revela, até pela coincidência do nome, que cada vez mais se acredita em milagres, ao invés de um processo claro e bem definido. Isso é tudo que as equipas treinadas pelo seu actual treinador nunca revelaram. A aposta de cariz emocional num treinador com "escola Porto" é repetida na escolha do ponta-de-lança da casa, sem dúvida um jovem com um largo futuro à sua frente, mas que está a ser chamado a tamanha responsabilidade demasiado cedo. Um perfil bem diferente de todos os que, com muito sucesso desportivo e financeiro, o antecederam. Pedir aos vinte anos de André Silva o mesmo nível de eficácia, qualidade determinante para se ser campeão em Portugal, parece-me confiar demasiado na sorte.
O apelo às forças nortenhas feito há dias por Pinto da Costa não é
apenas serôdio e em contraciclo com a modernidade da cidade Invicta, é
também o pressentimento - ou assentimento? - de que a centralidade no futebol nacional está hoje completamente deslocada para a capital. Por culpas próprias e porque na vida tudo tem um principio e um fim.
Pontos fortes: Apesar de se notarem alguns desequilíbrios é inegável que continua a dispor de jogadores de grande qualidade nos diversos sectores, sendo que é a linha intermediária onde isso é mais evidente.
Pontos fracos: Para lá das dúvidas sobre o que poderá o treinador aportar à equipa, e do facto de ser o que tem menos tempo para consolidar ideias, fica a ideia de que o eixo da defesa e a reduzida escolha ao centro do ataque, que já vem do ano passado, podem vir a ser os principais problemas.
Perdão pelo off topic mas queria só chamar a atenção para o desaparecimento de alguns blogues do blog rool. Nomeadamente os únicos dois ou três que ainda valem a pena a par com o a Norte. E independentemente da razão obrigado.
ResponderEliminarOs blogues não desapareceram simplesmente não estão ser actualizados, julgo que por problemas com respectiva plataforma, a Sapo.
ResponderEliminar