Rescaldo de Madrid: Aprender para crescer, porque não há lugar no museu para vitórias morais
- Contentarmo-nos com a exibição, indiscutivelmente de grande nível, mas sem perceber que ela não foi imaculada, tendo os erros cometidos, mesmo que poucos, contribuído para o desfecho final.- Individualizar em excesso o foco nos erros cometidos, sem assentir que o resultado final é o somatório de todos, bem como o produto do confronto com uma grande equipa, por sinal a titular da competição.
- Atribuir importância excessiva aos erros de terceiros, como o árbitro, sem olhar para os nossos.
- Menorizar o que foi feito em Madrid, que equipas com outros pergaminhos não têm conseguido, ignorando o crescimento colectivo para um nível do qual temos estado afastados há muito tempo.- Não enquadrar o que foi já alcançado num processo de crescimento que não acontece de um dia para outro, e quando ainda se integram os últimos reforços.
Para reflectir:
Bruno de Carvalho: A dado momento da transmissão há uma imagem brutal dele, sozinho no banco, de braços cruzados, já com o resultado em 0-1. Não é preciso ser adivinho para pelo menos pressentir o turbilhão de pensamentos e emoções que lhe estariam a ocorrer naquele momento. Algumas dessas emoções acabaram por ser verbalizadas na comunicação feita à imprensa após o jogo. O excessivo enfoque dado à arbitragem parece-me um erro. Não que não lhe reconheça razão no essencial, mas porque nem a arbitragem tem erros assim tão claros e só para um lado para lhe sustentar a narrativa. E ver os árbitros serem simpáticos com o Real Madrid, seja em casa ou fora, é já tão natural como as noites se sucederem aos dias.
Tendo o Sporting estado tão bem dentro e fora das quatro linhas, conseguindo a atenção e o espanto de muitos, teria sido mais útil capitalizar esses momentos aos microfones para afirmar pela positiva o nome do clube, com afirmações do género:
"Há três anos, quando chegamos, estávamos arredados dos contactos internacionais, algo de impensável e inadmissível para um clube que tem estes adeptos ferverosos que vocês viram hoje. Ninguém o diria, quando nos viram hoje aqui. Este é o Sporting que queremos e que estamos a construir e que queremos que a Europa do futebol se habitue novamente a pronunciar".
Certamente muito mais construtivo para a imagem do clube e até para a própria equipa. Isto quando sabemos que a UEFA não aprecia particularmente estes puxões de orelhas e que lhe evitaria a comparação indesejada com Pinto da Costa por parte da comunicação social espanhola. Pior mesmo só, já sem a desculpa de estar a falar quente, virmos insistir na mesma tecla, via comunicação do director de comunicação. Querer fazer crer que o Sporting perdeu ontem por culpa exclusiva da arbitragem é não querer ser melhor, não querer crescer.
Jorge Jesus: é pacifico afirmar que grande parte da responsabilidade pela bela exibição de Madrid tem que lhe ser imputada. Depois do jogo é muito fácil afirmar que deveria ter mexido ali, tirado aquele, naquele determinado momento. Falarei em pormenor mais abaixo de algumas das mais comentadas, mas a única critica que me parece justa e que lhe devia merecer reflexão advêm de uma constatação feita pelo próprio : "teria sido muito mais difícil para o Real Madrid se eu estivesse ali nos minutos finais". Alguém em quem confiamos a tarefa de nos resgatar da ideia de "jogar como nunca, mas perder como sempre"e que não é propriamente um novato, tem de ser mais contido e perceber o contexto onde se movimenta para depois não ter que se lamentar.
Laterais: fazer um enorme esforço para construir uma equipa forte e esquecer as laterais da nossa defesa, é ter as portas abertas a todas às correntes de ar e depois estranhar por se ter apanhado um resfriado. Quer à direita quer à esquerda venha o diabo e escolha. Ontem isso ficou mais evidente com o cansaço de todos e depois de perdidos os auxílios e compensações de Gélson, quando saiu, e de Ruiz e Bruno César quando estoiraram.
Substituições: Antes de deliberar em definitivo sobre a qualidade e utilidade dos jogadores que entraram (Elias, Markovic e Campbell) e sobre a justeza das opções, há que considerar que todas ocorrem no melhor momento do adversário. Como agravante há que ter presente que o lhes foi pedido era de elevada exigência para as suas circunstâncias particulares: pouco tempo de identificação com a equipa e o elevado ritmo de jogo, que equivale a algo semelhante a tirar o carro da garagem directamente para uma autoestrada de grande circulação.
Bas Dost: Temos que nos habituar à ideia de que Slimani já não mora aqui. Provavelmente, se morasse, a história de ontem teria um epílogo diferente. E, embora valha a pena lembrar o que era o argelino quando chegou, e que o holandês está já em patamares mais elevados, não deixa de ser ainda um corpo estranho nesta equipa. Mas talvez seja melhor começarmos a interiorizar a ideia de que será tão útil ou ainda mais, mas num registo completamente diferente. No imediato, veria como muito útil jogar com algum apoio mais próximo e não de forma tão solitária.
Não percebo as críticas a Bas Dost. Fez o seu trabalho muito bem. Pressionou os defesas, fez inúmeras tabelinhas com sucesso, segurou quando foi preciso. Era o que se pedia dele. Chegou atrasado a dois lances, sendo que no primeiro não tinha qualquer hipótese de chegar.
ResponderEliminarTenho muitas dúvidas que o Sporting conseguisse trocar a bola da mesma maneira se lá estivesse o Slimani. O argelino era excelente mas Dost também pode ser... Jogadores distintos
Nesta concordo com LdA.
ResponderEliminarEle não está a criticar o Bas Dost, está a dizer que não é, e nunca será, o Slimani e que está uns furos acima ao Slimani aquando esse chegou. Apesar disso nunca será o Slimani, mas tem potencial para noutro registo fazer tb a sua história no Sporting e ser muito útil.
O director de descomunicaçao em grande a culpar o árbitro. Estava a ver quanto tempo mais aguentava sem ser calimero.
ResponderEliminarBruno de Carvalho encarou o jogo com o Real como uma oportunidade excelente não para enaltecer o Sporting mas tentar promover a sua própria imagem. Isto na semana que antecedeu a partida e no próprio dia do confronto. No fim do jogo, falando sobre o jogo, mostrou aquilo que é: um verbo-de-encher sem qq capacidade para perceber o que se passou.
ResponderEliminarMesma coisa para o Saraiva, desconhecedor se falou por sua iniciativa ou se se limitou a reproduzir o que lhe disseram para reproduzir.
Parece que até em Espanha já perceberam a personagem. Andrés Palop, antigo guarda-redes espanhol, não foi de modas:
Eliminar"És o presidente, o dono, o fanático. Conseguiste o que querias: PROTAGONISMO. Deixem trabalhar os profissionais".
LdA,
ResponderEliminarmuito bom, mais uma vez.De facto estamos cheios de vitórias morais mas infelizmente todo o folclore que se seguiu ao jogo indica que uma parte muito grande dos adeptos do meu clube fica satisfeita com estes arrufos de quase ganhar sem perceber que ao fim e ao cabo o que aconteceu foi deixarmos passar entre os dedos uma vitória e sem elas não há prestigio nem dinheiro. Chega de quases!
O mesmo se aplica ao Jesus, é preciso ter muita lata e muito pouca consideração pelo seu adjunto para dizer uma atoarda daquelas sem perceber que era a ele que estava a incriminar. E é absolutamente lamentável a forma de actuar do novo director de comunicação, que não perde uma oportunidade para nos deixar ficar mal. Às vezes parece-me que ele deu a palavra passe ao BdC...
Tanto odio ao Bruno de Carvalho.Porque sera?Doi assim tanto ver o Sporting ao fim de tantos anos a apanhar bones,fazer frente aos maiores clubes da Europa?Doi assim tanto?
ResponderEliminarAnónimo, não percebi se o seu comentário era para quem o antecedeu ou para oy pelo que está escrito no texto. Não me parece que o que está escrito no texto justifique o seu comentário mas, pelo sim pelo não, sempre lhe adianto ódio é uma palavra que não existe para mim a não ser no dicionário.
EliminarAnónimo, não percebi se o seu comentário era para quem o antecedeu ou para oy pelo que está escrito no texto. Não me parece que o que está escrito no texto justifique o seu comentário mas, pelo sim pelo não, sempre lhe adianto ódio é uma palavra que não existe para mim a não ser no dicionário.
EliminarO ano passado então, na Liga Europa, os maiores clubes da Europa até tremeram. Mas nessa altura não vi o Carvalho a tentar promover-se ...
EliminarO Raul José é o maior herói do futebol tuga. Há tantos anos a aturar uma besta.
ResponderEliminarEsta gente diz-se sportinguista? Sempresa, sempre a dizer mal do Bruno de Carvalho e do Jorge Jesus! A quem se deve a equipa estar a jogar muito bem? De certeza que não é pelos que aqui só dizem mal! Contenham-se.
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