Nas minhas passagens por África contactei de perto com a terrível doença do sono. São diversos os sintomas, dependendo do estádio da doença, recebendo a sua designação pela sonolência e apatia que caracterizam a sua fase mais grave. Chegada aí, sua cura é difícil, obrigando à administração de fármacos de elevada toxicidade, que, não raras vezes, ameaçam a vida do paciente. Sendo certo que o enfermo morrerá da doença, pode muito bem morrer na tentativa de lhe administrar a cura.
Quando olho para o futebol do Sporting vejo algo de semelhante. Com sintomas de doença instalada há já algum tempo, esperou-se que o doente se curasse por si próprio. Como é comum acontecer nestes casos, a inacção apenas contribuiu para o agravamento do estado de saúde. A terapia introduzida não permite detectar grandes melhorias, começando a instalar-se a dúvida, sempre perniciosa, se o medicamento e a dosagem é a mais indicada.
O jogo do Sporting de ontem foi igual a muitos outros desta época, dividindo-se em 2 partes distintas: antes de começar, em que sobrevém a esperança que a desejada melhoria aconteça, e o jogo propriamente dito, em que pouco ou nada de substancial se altera. O Sporting parece jogar mais, porque consegue gerir melhor a posse de bola, mas não joga melhor, porque essa posse é estéril. Não conseguindo colocar elementos entre a linha média e a linha defensiva dos adversários, não consegue criar desequilíbrios. Ao ponta-de-lança fica reservado o papel de Robinson Crusoé, sem direito à companhia de um Sexta-feira, mesmo que anacrónico. Com gente fora dos últimos 20 metros o Sporting não consegue infundir respeito, ou criar perigo. E para defender bem os adversários nem precisam de recorrer a inovações tácticas. Tal como para anular o losango, basta-lhes baixar as linhas e aguardar. Muitas vezes quase a assobiar, à espera que o cronómetro faça o resto.
Se me parece que Carvalhal diagnosticou bem os males da equipa, está na altura de se interrogar se a terapia é a mais apropriada, tendo em conta as características do plantel que herdou. Ou se a mensagem está a ser correctamente entendida. Se a sua margem era diminuta, as derrotas não a aumentarão, seguramente. Muito menos declarações pouco avisadas, podendo ser interpretadas como complacentes com uma derrota embaraçosa, tendo em conta a valia do adversário. Num aspecto porém, reconheço-lhe razão: o plantel precisa de concorrência interna. Todos percebemos, e os jogadores serão os primeiros a senti-lo, que há lugares que só podem ser bem desempenhados pelos mesmos de sempre. O problema é com que dinheiro se vai comprar jogadores para concorrer com Moutinho, Veloso, Vukcevic (banco, já!), Izmailov. Uma palavra final para Saleiro: duvido que Liedson fizesse melhor!
LdA, a cura vai ocorrer com baixas, vai existir quem morra da doença, quem fique em quarentena a esperar melhores dias e a entrada de alguns pacientes novos que se espera tenham anticorpos para infectar no grupo dos que podem ser salvos.
ResponderEliminarSobre o corpo clinico, para mim é cedo para grandes análises, entraram com a enfermaria cheia e vários casos terminais.
Mais que a doença do sono que afecta toda a pseudo equipa e estrutura directiva, preocupa-me o estado da grande maioria dos Sportinguistas, adormecidos perante tal catastrofe que vemos dia pra dia. ACORDEMOS !
ResponderEliminarHTTP://ESTESPORTINGFORNEVER.BLOGSPOT.COM
Caro Leão de Alvalade,
ResponderEliminaro problema de ontem é o mesmo desta época, ninguém é responsabilizado, o principal é o presidente, que não tem qq capacidade de dar a volta ao texto, talvez sejamos para o ano campeões, mas da 2ª.
O treinador Carlos Carvalhal faz o que pode, mas há qualquer coisa interna que não funciona e não transparece... E quando não se sabe resolver problemas, assume-se esse handicap, e demite-se ou despede-se a pessoa.
Outra ilusão patente nos últimos anos em Alvalade, é que para ser presidente, temos de pertencer à elite da gestão privada, e não é necessário saber de futebol.
Acompanhei as declarações do Carvalhal pelo rádio e o nosso treinador disse a dada altura:
ResponderEliminar"Desde que estou no Sporting, só tive oportunidade de trabalhar com pés e cabeça a partida com o Benfica. Depois disso, entrámos num ciclo sucessivo de jogos onde o treino esteve focado na recuperação dos jogadores para a próxima partida em vez da consolidação de processos."
Ora, como seria de esperar, nada disto iria mudar de um momento para o outro. No entanto, ao contrário do que muita gente pensa, acho que há muitos aspectos interessantes a reter dos jogos recentes.
Adrien por mais ingénuo que seja em alguns lances, acrescenta muito ao futebol do Sporting mais que não seja recuperações de bola - ontem foi uma mão cheia delas apesar das dificuldades em termos de jogo aéreo.
Mourinho fica a ganhar com a presença em zonas centrais e sentindo que tem um médio como Adrien (e não como Veloso) nas suas costas.
De resto, a equipa está desmotivada? Sim. Está a exibir-se a um nível pobre? Sim. Está com evidentes dificuldades físicas? Sim. Mas olhem que por exemplo no jogo com o Leiria, o Sporting teve mais oportunidades de golo que o somatório dos jogos em casa com o Twente, Belenenses e Marítimo.
A finalizar, LdA subscrevo a tua nota final.
Hugo, LdA,
ResponderEliminaresperava que o CS9 fosse mais solução na capacidade de segurar a bola. A questão da bola não lhe chegar é dupla: é tanto dele que não se coloca no campo de modo a recebê-la e é dos companheiros que estão habituados a canalizar o jogo pela lateral. Mas as poucas que ontem lhe chegaram para servir de pivot ofensivo foram muito mal aproveitadas. O Sporting de facto precisa de lhe dar tempo e rotina de jogo (que não tem e nunca sozinho na frente) antes de o lançar na equipa.
Como disse ontem, acho que ficou provado que o Sporting, apesar de algumas limitações, tem um "banco" recheado de jogadores que são opção para acrescentar qualquer coisa à equipa.
E acho que ontem ficou também provado que é difícil contratar jogadores para o Sporting. MF14 foi um achado por €3,6M e tarda em impor-se, SV10 foi €2M por 50% do passe e tarda em impor-se, MI7 custou €4,5M. Todos são jogadores (ao contrário do LG18) que justificam esse preço, nenhum deles tem facilidade em impor-se. Portanto o Sporting talvez precisasse de contratar um jogador na casa dos €7-8M. Mas se o risco desportivo diminui, o risco financeiro aumenta sobremaneira quando se faz uma operação dessas. É preciso ter isto presente.
Quanto à terapia correcta, pressinto no LdA o mesmo que me assolou a mim ontem depois do jogo. Sentimos que estamos a oferecer a cura ao Sporting, mas que ele não está a melhorar. E por isso pomos em causa a medicação. Não seria melhor deixá-lo no registo anterior?
A minha resposta foi não. Não pode ser. Se há um método melhor, é porque esse método é melhor. Este método é melhor do que o de PB. Disso não há dúvidas. Acho que nenhum de nós duvida. Só duvidamos do seu resultado. E por isso abordei noutro espaço a questão do ponto de vista emocional, do ponto de vista dos choques entre a Razão e a Vontade. A Vontade nem sempre é racional, faz-nos procurar soluções que não são as mais racionais.
Por isso, aqui e ali, procurei recordar às pessoas os jogos com o Marítimo e com o Ventspils. Que foram mais do mesmo, mas pior do que o mau a que estávamos habituados. Esse caminho era o caminho de uma involução. O caminho actual leva-nos para um caminho que desconhecemos, mas em que ainda podemos acreditar.
(continua)
Uma nota - contudo - de profundo desacordo com o LdA. Nenhuma posse de bola é estéril. Ela só é estéril aos olhos dos adeptos. Por 2 razões. Em 1º lugar, porque não é possível manter-se a posse de bola sem atacar os eixos verticais e horizontais do campo. Isto é, não se consegue manter a posse de bola sem colocar o adversário preocupado com as investidas em direcção à baliza e isso só se faz investindo em direcção à baliza. Portanto o mero facto de se conseguir manter a posse de bola, de ter uma elevada posse de bola, de se ter uma posse de bola com continuidade e inteligência, significa os jogadores/equipa estão a atacar a baliza adversária. Se estão a conseguir chegar lá, em uma coisa totalmente diferente. Mas há a iminência de perigo, porque senão perder-se-ia a posse de bola.
ResponderEliminarUm exemplo disto? A forma como o Sporting perdia a posse de bola com PB. O recurso ao jogo directo do AP4 era isso mesmo: um recurso. Uma equipa pressionada sem opções de passe colocava a bola nos avançados directamente (sem qualidade e com uma percentagem de sucesso ínfima) na esperança de a recuperar e recomeçar tudo de novo. Mas, como recurso que era, a percentagem de sucesso desta iniciativa era baixa: os jogadores do Sporting, geralmente de costas para a baliza à espera de um passe, tinham de virar-se e disputar a bola. Os adversários estavam de frente e bastava-lhes cortá-la para um homem mais livre que pudesse variar o flanco. A vantagem era do adversário.
E este exemplo diz-nos o que é boa e má posse de bola. A do Sporting de PB era má, porque raramente conseguia desequilíbrios colectivos. Os golos eram segundas bolas recuperadas e, portanto, contra equipas que não efectuassem erros (vide Marítimo) ou que simplesmente jogassem todas as bolas para fora do terreno (não tentasse mudar o flanco), o Sporting tinha enormes dificuldades. Esta é a verdade. Má posse de bola = incapacidade de desequilibrar colectivamente.
Mas esta história conta também outra coisa que se alterarou com a posse de bola com CC: o tempo que o adversário tem a bola nos pés para atacar o Sporting. A posse de bola nunca é estéril porque atinge pelo menos um objectivo: defender. Quanto menos o adversário tiver a bola, menos poderá atacar a nossa baliza (Guardiola dixit). E, portanto, achar que a posse de bola do Sporting é estéril é não compreender que com ela se está - simultaneamente - a atingir dois dos processos mais importantes no futebol: defender a nossa baliza e atacar a baliza adversária.
Está a resultar em pleno? Não. Ainda é preciso melhorar muito.
Depois de 4 anos de PB, era previsível que 1 mês de CC revolucionasse a equipa? Também não.
Os indícios que vemos são maus? Eu acho que não. O Sporting já conquistou a posse de bola, já só faltam os últimos 20 metros. E um bocadinho de sorte.
PLF:
ResponderEliminarQuando afirmo que a nossa posse de bola é estéril, quero dizer que é pouco ou nada objectiva, inconsequente. E isso parece-me indesmentível, por agora, no nosso futebol. Obviamente que, enquanto temos a bola, não sofremos golos, mas isso é deixar o futebol pela metade. E tal como aconteceu ontem, como não podemos guardar a bola do principio ao fim, se apanharmos um adversário que tenha um pouco de sorte, arriscamos-nos a perder.
Não conhecia as declarações de CC, que o Hugo fez o favor de transcrever, mas elas são reveladoras das dificuldades que sente um treinador obrigado a implementar mudanças com o campeonato a decorrer. Se elas já não são, por vezes, assimiladas à 1ª no decurso de pré-época, após mudança de técnico, muito mais o serão assim.
Concordo com o Hugo, no que diz respeito à criação de oportunidades de golo. Mas, mais do que qualquer recriminação aos métodos de CC, cujo tempo de actuação é manifestamente curto, preocupam-me as derrotas. Mesmo que decorram de acidentes do jogo, como ontem, não há derrotas que animem ou dêem confiança, talvez a componente com maior deficit, neste momento, no nosso futebol. Temo os efeitos que a ausência de vitórias possa ter no balneário e na bancada.
Vejo os jogadores das outras equipas a jogarem sempre para a frente a levarem a bola para a frente e vejo os anões da nossa equipa com rodriguinhos e mais passes e mais dribles e mais para tráz e não se vê remates a baliza..PORQUE SERÀ?
ResponderEliminarLeão de Alvalade,
ResponderEliminartememos ambos.
Mas aquilo que procurei transmitir é que uma posse de bola nunca é inconsequente ou estéril. O que falta é encontrar melhores caminhos do que aqueles que nos permitem guardar a posse de bola. Mas os caminhos estão lá desenhados em campo, porque senão não seríamos capazes de a guardar.
Veja, com CC, a qualidade da posse de bola contra o Heerenveen. Foi nula. Porque aquela que se tentava passava por uma circulação de bola na linha intermédia sem qualquer profundidade.
Desde então, foi-se acrescentando alguma profundidade ao jogo do Sporting. Já há mais profundidade nas laterais, já há mais capacidade de fazer os laterais (mesmo que maus, mesmo que PS5, LG18 e A78) participar nos processos ofensivos. Falta capacidade de colocar a bola em zonas de finalização.
Eu sei bem que esta é - pela acumulação das derrotas e não pela derrota de ontem - uma altura difícil para os sportinguistas. Mas não podemos fechar os olhos ao que se melhorou, porque isso será colocar em causa o que de bom se fez.
Para terminar, o problema da confiança só se resolve com vitórias. Mas como atingir essas vitórias? Não é seguramente pelos métodos do PB e o que o CC anda a implementar está a demorar algum tempo a materializar-se. Eu acredito, como o CC, que ontem se deu um passo em frente. Não para ganhar um jogo, mas para ganhar 10 jogos seguidos. Porque, como digo há muito, para se ganhar em futebol - para se ser campeão - tem de se mostrar sempre superioridade sobre os adversários, mesmo quando se perde. Ora, foi isto que o Sporting fez ontem. Era isto que o Sporting não fazia quando ganhava com PB.
É verdade que a derrota não vem nada a calhar. Mas que raio de culpa tem o CC que o MI7 tenha chutado a bola com a canela em plena pequena área ou que o fiscal de linha tenha decidido levantar a bandeirola quando o BP25 fez aquele passe açucarado para o SV10? É que nem sequer podemos culpar a qualidade dos intervenientes!
É que a diferença destes 2 momentos de jogo infelizes de ontem, para os jogos do PB (e peço desculpa de ir buscar o passado, mas é o único termo de comparação) é que estes 2 momentos de jogo resultaram de movimentos colectivos!! O Sporting está a começar a ser capaz de desequilibrar colectivamente. É esse o caminho!
Meus caros,
ResponderEliminarO poblema é só um: QUALIDADE A MAIORIA DOS JOGADORES É MUITO FRACA
Fisicamente estamos mal preparados, os jogadores não têm pique para driblar, poder de antecipação e sobetudo temos ma equipa mt baixa, nomeadamene em termos defensivos, onde cada cruzamento é um problema mt grave
Tecnicamente os jogadores estão cheios de deficiências. Poderia falar de todos os jogadores mas falarei apenas hp
oje da defesa, das mais salientes nos jogos que tenho gravado. Abel defende razoavelmente mas não sabe atacar, mt menos cruzar. P Silva ataca razoavelmente mas não sabe defender. Do lado esquerdo Caneira só sabe defender enquanto Grimi é mt precipitado. Mt das jpgadas de perigo contra o Sporting nascem de erros dele. Polga é (está) um autentico desastre não ganha uma bola de cabeça e Carriço é mt baixo para a fnção. Tonel é o melhor no jogo aéreo.
Mentalmente a equipa quando está a aganhar não tem instinto para matar o jogo, conformando-se facilmente. Entra em todos os jogos de forma displiscente (mesmo que dominando ou tendo mais posse de bola) e acorda sempre tarde para o jogo. Em frente da baliza temos pouca objectividade. Quando sofremos um golo os jogadores sentem mt esse facto, transparecendo sempre para o exterior uma incapacidade de dar a volta ao jogo, quase como que uma fatalidade.
Taticamente não ocupamos os espaços, raramente ganhamos uma segunda bola, não conheço cantos ou livres estudados, etc...
Resumindo. CC precisa de novos jogadores e de qualidade e tem mt trabalho pela frente.
Edu Mart
Edu Mart,
ResponderEliminarnão os conhece, porque não conhece bem o jogo. Ou os jogadores do Hertha eram melhores porque eram maiores?
A única coisa que vejo de fraco por aqui qualidade da sua análise. Mas ainda vai a tempo de aprender... Empenhe-se!
PLF
ResponderEliminarConheço melhor do qe tu pensas. Analisa os jogos como deve de ser e deixa-te de retórica.
Lá por terem ganho, os jogadores do Herta não eram melhores, mt menos por serem maiores. Mas já agora diz-me. Porque perdemos? Qual foi (foram) a (s) causa (s)?
Edu Mart
Edu Mart,
ResponderEliminarfaço "contigo" o que fiz com o gajo que estava atrás de mim que se queixava, contra o Leiria, da susceptibilidade de entrar o AS6 - um médio-defensivo.
Depois de lhe demonstrar mostrar que estava a criticar o que não tinha factos para criticar, disse-lhe que quando uma equipa tem jogadores de qualidade a probabilidade de aumentar a qualidade do jogo é maior. Quando ele me perguntou "e ele é um jogador de qualidade" respondi-lhe o que te respondo a si. Não lhe vou explicar. Porque quem não quer entender, ou quem não tem essa capacidade, não merece que se perca tempo.
Mas não pense que aqueles que dizem anormalidades ou só dizem mal merecem o mesmo tempo de antena do que aqueles que procuram (pelo menos) compreender as coisas. Quando a premissa é "o problema é que está tudo mal", o problema começa no declarante. E muitas vezes circunscreve-se a ele.
PLF
ResponderEliminarCom humildade tenho que aceitar que tu percebes desta poda mt mais do que eu. Aliás eu apenas constato factos, que os tenho gravados e com estatisticas.
Vou circunscrever-me na minha ignorância.
Um abraço sincero e que o Sporting comece a ganhar para nossa alegria e orgulho e para que deixemos de nos gladiar entre nós sportinguistas, um mal muito em voga,
Nota: Continuas sem me dizer ( na tua opinião) porque perdemos. É que estava curioso.
Edu Mart
Edu Mart,
ResponderEliminaro Sporting perdeu (e nós perdemos com ele) porque o Hertha marcou um golo, num canto atípico e "nós" não conseguimos marcar nenhum, apesar de "termos" tido ocasiões bem melhores que o Hertha para o fazer.
Diz bem quando refere que os sportinguistas devem deixar de digladiar-se. Mas acho que o entende mal. Porque me parece - sinceramente - que haverá muitos sportinguistas (desconheço se será o seu caso, mas a forma como coloca tudo no mesmo saco é disso indicativa) que só não haverá lutas extremadas e pedidos de revoluções se o Sporting estiver a ganhar. E isso, honestamente, porque o Sporting tem de lutar contra 2 outros clubes que são seus semelhantes em capacidade, significa que os sportinguistas estariam a digladiar-se 2/3 do tempo.
Isso, quanto a mim, é muito insuficiente.
Por isso me indignam os sportinguistas que varrem tudo (ou que aspiram tudo, como hoje vi) de uma penada, como se no universo por eles imaginado - mas impossível de concretizar porque irreal - a solução alternativa esmagaria esta fatalidade competitiva do Sporting ser apenas 1 de 3 grandes. Não percebendo sequer que é a grandeza dos adversários que torna maiores os feitos do Sporting.
De este sportinguista, tudo estará bem quando o Sporting estiver a tratar bem do passado, do presente e do futuro. Por isso, para este sportinguista, as vitórias de hoje que signifiquem as derrotas de amanhã não trarão paz, mas contestação. Mas as derrotas de hoje que signifiquem as vitórias de amanhã e a continuidade do clube para as futuras gerações, trarão o elogio próprio de quem reconhece a dificuldade de se manobrar num mundo em que as emoções dos adeptos dependem de um acontecimento que - pura e simplesmente - esmaga as emoções de outros adeptos.
Neste frenesim de querer deixar todos contentes, podem estar todos a caminhar para o abismo. É isso que me preocupa. É isso que vejo quando se pedem revoluções ou refundações. Pessoas que não compreendem o ridículo alcance das suas próprias afirmações, ou que esperam que as pessoas que as lêem as relativizem àquilo que pensam.
Sobre a minha análise ao jogo, se tivesse um bocadinho mais de curiosidade ou se tivesse seguido este post com atenção, tê-la-ia encontrado mais acima. Mais do que aquilo não digo.
SL.
LdA:
ResponderEliminarEh páh, se bem me lembro da estória o Robison Crusoe ainda teve que penar na ilha deserta um bocadinho até a parecer o sexta-feira… Aguardemos.
O gde problema na minha opinião, isso observa-se mais ao vivo (eu notei e referi logo esse aspecto após o jogo de Alvalade contra o beifica), é que o Liedson (ou Saleiro, ou Postiga) joga(m) mt afastado(s) do resto da equipa. Este SCP ataca com mt pcs elementos. É verdade que parte desse problema já vem de trás. Já repararam a raridade que constitui um golo em transição ofensiva rápida por parte do SCP? E contra-ataques então é grupo… De qlq forma parece que CC não conseguiu, ainda, solucionar isso. E agora com o isolamento do PdL, a tendência não tem sido no sentido de melhorar. Pq? Pq a equipa encontra-se quase sp mt atrás. Esta é a percepção q tenho. Só qd instalado no meio campo adversário à alguns minutos é q se começa a notar mais elementos na construção / participação do jogo ofensivo. Isto tb poderá dever-se ao fraco desempenho físico q alguns elementos do plantel apresentam.
Os médios ofensivos estão muito mais próximos dos dois médios cento (+ defensivos) do que do único elemento mais avançado do terreno. Assim, é mais complicado conseguirmos ser perigosos no ultimo terço do terreno dos nossos adversários até pq, obviamente, qd se encontram a defender enchem aquela zona do terreno com quase tds os elementos da equipa, reduzindo enormemente os espaços. O SCP continua a jogar com os sectores muito afastados entre si, apesar de a defesa ter mais apoio dos médios centro do q aquele de que dispunha no tempo do losango. É preciso aproximar o meio-campo do ponta-de-lança. De qlq forma tem-se notado maior fluência da posse de bola em ataque continuado, falta profundidade e aceleração nalguns momentos da partida.
Gde Abraço!
----------
PLF:
Não pude responder-lhe no post de ontem pelo que o faço aqui. Ao condenar as declarações de RP1 (como gosta de se referir aos nossos jogadores ;) ) apenas pretendo expor que um jogo em q o SCP perde com um clube modesto, sem história, e com um passado recente repleto de derrotas, jamais, se poderá afirmar (menos um profissional do nosso clube) que se realizou uma - mt atenção para o termo -, excelente exibição!!!! Fiquei revoltado com tais declarações. Independentemente de apenas ter assistido aos últimos 10-15 minutos do jogo (dado o horário em que decorreu) nc poderia aceitar tal classificação. Concordo que se tem notado melhoras na qualidade da posse de bola, mas isso, pos si só não pode chegar. Se ao fim de 90 minutos o SCP não consegue concretizar um único golo, o jogo de certeza q não foi excelente. Até admitiria ter sido razoável e msm bom, dependendo do adversário e de algumas circunstâncias (mt azar ou roubalheira da grossa) q pelos visto é unânime que não foi o caso de ontem. Excelente, depois de uma derrota? Definitivamente, não.
SL!
Virgílio,
ResponderEliminaré exactamente a entrada da bola na zona 10 e na zona 9 que é preciso trabalhar!
É um diagnóstico que - parece-me - todos aqueles que percebem o jogo conseguem fazer. Foi isso, por exemplo, que permitiu ao Sporting - contra a UDLeiria - fazer 15 minutos finais de excelente nível. Digo (e repito!) excelente. Porque não é por se perder que se deixa de fazer coisas excelentes.
Contra a UDLeiria foi o HP23 a permitir esse tipo de movimentos de apoio, que permitissem que a bola entrasse na zona 10 e na zona 9,5. Os mesmos movimentos do Saviola que é quem faz o Benfica jogar. Sinceramente, acho que falta ao Sporting apenas afinar esse detalhe.
E pelas substituições de ontem, pelo que os jogadores fizeram em campo, diria que se perfila essa solução para o jogo contra a Naval. Acho que o CC vai fazer alinhar o seguinte 11:
RP1; A78, DC3, AP4 e MV24; AS6, JM28, BP25 e MI7; HP23 e L31.
(ou seja, o 11 que acabou o jogo contra a UDLeiria)
Veremos se assim se consegue resolver o problema da ligação entre o 9 e o meio-campo. Estou confiante que sim.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar