Muito se tem falado na possibilidade de Rui Patrício poder vir a ser transferido no final da temporada. E quando essa hipótese é colocada em cima da mesa as opiniões dividem-se. Uns acham que não deve sair este ano, outros vêem com bons olhos essa possibilidade, mas nunca por valores inferiores à da cláusula de rescisão, que são uns módicos 20 milhões. Há também quem aceite a negociação desses valores, lote esse onde me incluo, por razões que explicarei adiante. Entretanto os que achavam que Patrício “dado já era caro” e que se faziam ouvir ou pelo numero ou pelo ruído ainda há pouco tempo parecem ter desaparecido ou estão a aguardar pela próxima escorregadela para voltar à carga.
Na minha opinião não me parece razoável esperar que apreça alguém a bater a cláusula de rescisão. Há na Europa guarda-redes de valor superior – assim de repente lembro-me de Maarten Stekelenburg do AJax ou de Manuel Neuer – com outro estatuto e numa fase mais evoluída da carreira, ou até com outra visibilidade e igualmente promissores – De Gea, Loris – que estão uns degraus acima de Patrício e poderão ser adquiridos por valores inferiores. E para conferir algum realismo ao debate que se pode seguir, deixo a lista dos guarda-redes mais caros de sempre, para perceber onde poderia o nosso guarda-redes ser encaixado:
1.Gianluigi Buffon (de Parma para Juventus em 2001) por 37 milhões de euros
2.Angelo Peruzzi (de Inter para a Lázio em 2000) por 18 milhões
3.Franscesco Toldo (de Fiorentina para o Inter em 2001) por 16 milhões
4.Craig Gordon (de Hearts para Sunderland em 2007) por 10 milhões
5.Fabian Barthez (de Mónaco para o Man. United em 2000) por 9,5 milhões
6.Gianluca Pagliuca (de Sampdória para o Inter em 1994) por 9,2 milhões
7.Heurelho Gomes (de PSV Eindhoven para o Tottenham em 2008) por 9 milhões
8.Petr Cech (de Rennes para o Chelsea em 2004) por 8,5 milhões
Roberto Jimenez (de At. Madrid para o Benfica em 2010) por 8,5 milhões
Hugo Lloris (de Nice para Ol. Lyon em 2008) por 8,5 milhões
Van der Sar (de Juventus para o Fulham em 2001) por 8,5 milhões
Há dias o PLF abordou também
este assunto na BN e trouxe há discussão algo que me parece essencial ter presente: os adeptos não podem passar do Franguicio à exigência dos 20 milhões. Nem o Patricio evoluiu de forma tão meteórica nem é tão mau como o viam. Por outro lado o Sporting tem necessidade de dinheiro para renovar o seu plantel e, mais uma vez, para lá dos jogadores da formação, o clube não foi capaz de valorizar outros activos de forma a despertar o interesse do mercado.
No meu entender havendo propostas que seduzam os jogadores e tenham valor razoável para o clube – no caso do Patricio um valor acima de 5 milhões é razoável – devem ser aproveitadas. Aprender com o sucedido com Moutinho – de 17 milhões foi por 11 e para onde foi – ou Veloso – com o desconto do Zapater deve ter ficado pelos 6,5 milhões quando houve propostas de 15 milhões – é prevenir os problemas. Exemplos não faltam, e em todos os clubes, que o pior que pode acontecer é ter um jogador no plantel a olhar para ontem.
Essa coisa de vender por x porque temos receio de que não nos ofereçam y é a pior forma de estar nos negócios...
ResponderEliminarO jogador deve ser vendido caso as propostas sejam adequadas à estratégia do clube, enquadrada na realidade do mercado (aferição do nível de procura) e (obviamente) conciliando os interesses do atleta.
Mas não entendo, que no SPORTING, sempre que alguém faz uma exibição razoável, se comece imediatamente a discutir a sua venda...
Vender tem que ser sempre uma opção do clube e não uma cedência à pressão seja de quem for (mesmo do atleta)!! Porque quando ele comprometeu, de forma recorrente, os interesses do clube, em anos anteriores, o SPORTING sempre lhe pagou os ordenados e nunca lhe propôs a dispensa para um clube da 3ª divisão.
Sendo, neste momento (e finalmente) uma mais-valia, se fosse vendido os 20 milhões incluíam indemnizações ao clube pelos danos causados...
Patrício não deve ser vendido ponto.
ResponderEliminarE passo a explicar as razões que me levam a ser tão taxativo.
1º - Tal como o autor do post disse e bem, ninguém vai dar 20M pelo Patrício. Quando muito 10M e mesmo esse valor coloco sérias reservas.
Vender por valores entre 5M e 8M, não me parece que dê para ir buscar um grande GR.
2º- Vamos vender mais uma referência da nossa formação, por valores miúdos e ainda por cima quando desejamos fazer uma grande equipa.
Todos sabemos que a espinha dorsal de qualquer grande equipa começa pelo guarda-redes.
3º - Vamos vender o futuro guarda-redes da Selecção Nacional. E não duvidem que o será dentro de muito poucos anos e ainda mais depressa virá a acontecer se PB continuar a ser o treinador da Selecção no pós- Europeu.
4º- Levámos alguns anos a formar um GR que pode ser o sucessor do enorme Vítor Damas e agora vamos deixar o moço escapar por entre os dedos das mãos...
Agora que o rapaz fez o seu tirocínio e que se mostra cada vez mais completo, vamos oferece-lo...
5º- Não continuemos a cair no erro ou na tentação de vender todas as jóias da coroa. Não caíamos na tentação de dizer que hoje não aproveitamos 8M e amanhã termos de vender por 5M. Como o exemplo que deram do Moutinho.
O problema é que o exemplo do Moutinho não devia sequer ter existido. Vender para um rival interno somente pela clausula de rescisão.
PSI: Não me parece que o Luis Duque e o Carlos Freitas estejam para ai virados.
O que me parece é um começo de especulação dos vários jornais. Talvez comecem a perceber que qualquer coisa mudou ou vai a caminhar de mudar e convém começar a tentar abanar as estruturas de Alvalade, que ainda estão pouco sólidas.
Não contribuamos nós para este peditório...
PSII: Agora começou a dança do Djaló. Não havia cão, nem gato que não lhe mija-se para as pernas...
Agora que marcou dois golos, começa o assédio Inglês. Este rapaz sempre teve queda para a Inglaterra...
Eu sou da opinião que se houvesse de facto a tal proposta dos €10M era de vender. Abaixo disso não venderia este ano ainda. Preferia esperar para o final da época 2011/2012 porque teremos um campeonato europeu e o Patricio nessa altura já deverá ser o titular da seleção.
ResponderEliminarAntes de mais, tenho que dizer que não sou daqueles que podem dizer que defendem o RP desde o 1º dia. E tantos que são agora, possivelmente mais do que efectivamente existiam.
ResponderEliminarContinuo a defender o que defendia antes: no momento em que o RP foi colocado como titular, não tinha ainda qualidade, experiência, "estaleca", para ser o GK titular num clube como o SCP.
Isso não me impede, obviamente, de verificar a evolução que existiu nem de com ela, branquear os erros que deu e que nos custaram pontos.
Uma qualidade inegável do RP, é a sua capacidade mental. Suportar a pressão que teve de suportar, não é qualquer um que a consegue.
No entanto, em caso de venda, concordo com o tz. O SCP não pode, principalmente no caso do RP que começa a ver a sua titularidade na Selecção ser algo cada vez mais real, pensar em vender acima do valor X. Neste caso, o SCP está numa posição relativamente confortável e deverá aguardar pelas propostas que eventualmente surjam e, de acordo com a estratégia desportiva - se existir uma - decidir.
Já no que ao Djaló diz respeito, aí sim, acho que era fazer com ele o que não se fez com Douala e Custódio, por exemplo.
Com o atleta valorizado eu vendo todos e mais alguns. Valorizado e com propostas concretas.
ResponderEliminarPenso que todos aprendemos com o Nani ou o Cristiano como compra o MU ou clubes com o mesmo poder financeiro.
Chega, escolhe, paga e vai-se embora.
Se algum clube deste nivel quiser o Patricio... já foi. Estas noticias sempre que um jogador faz duas fintas ou três defesas são noticias de empresário, em nada beneficiam o clube, a equipa e o atleta. O pequeno acréscimo de confiança de saber que o MU, Real ou Barça está interessado em nós perde-se em falta de concentração e foco no fundamental.
Ter sucesso no clube onde se está e assim conquistar desafios maiores.
As frases mais ouvidas em Alvalade deviam ser:
"Queres ser campeão europeu? Tens de ser campeão nacional no Sporting!"
LMGM,
ResponderEliminarDesconfio que o que mais se ouve em Alvalade é algo do género "queres jogar num sítio onde apreciam as tuas qualidades e ser campeão nacional? Então vai para o FCPorto".
TZ, José Alvalade, Mike,
ResponderEliminar"Essa coisa de vender por x porque temos receio de que não nos ofereçam y é a pior forma de estar nos negócios..."
Não creio que tenha dito isso. Aliás uma coisa é estar nas coisas com receio outra é ser ponderado. Os negócios no futebol são muito contingentes, umas vezes arrisca-se em demasia outras não se arrisca e depois não se petisca.
Percebo a ideia do Euro, mas lembro que este não está garantido e muito menos a titularidade.
5 a 8 milhões por um GR é uma quantia rara como se pode ver pelo quadro e reservada aos melhores, logo o termo oferecer não se aplicaria.
Como é evidente o Sporting não se deve deixar de colocar sobre pressão de ninguém mas tem de perceber até onde a situação é sustentável. Daí o exemplo do Moutinho, mais tarde ou mais cedo daria mau resultado como deu, por não se perceber que, por mais que fizéssemos o jogador queria partir. O FCP teve o mesmo problema com o Meireles, o SLB tem o mesmo problema com o Cardozo.
Não quis voltar a fazer o historial da aposta em Patrício.
ResponderEliminarComo disse aqui anteriormente não fora este ter dado a volta por cima podíamos ter perdido um GR pela forma como foi mal gerido o momento em que foi lançado.
Se há danos causados, como diz o TZ ou erros cometidos que necessitem de ser branqueados, a responsabilidade está acima da sua cabeça, a não ser que se provasse que errou voluntariamente. O que podia ter feito Patricio que não foi feito pelo treinador? Recusar-se a jogar?
Como disse acima o Sporting não tem que se preocupar em fazer um preço por nenhum atleta, antes sim ouvir as propostas, se as houver e decidir se estas lhe são convenientes. O contrário é concorrer para que o negócio, a existir, não seja tão rentável como o desejado.
JVL, o post anterior era para ti.
ResponderEliminarLMGM, de acordo.
LdA,
ResponderEliminar"Se há danos causados, como diz o TZ ou erros cometidos que necessitem de ser branqueados, a responsabilidade está acima da sua cabeça, a não ser que se provasse que errou voluntariamente. O que podia ter feito Patricio que não foi feito pelo treinador? Recusar-se a jogar?"
Quando digo que noto evolução no Patrício mas que ao mesmo tempo não me esqueço dos erros por ele cometidos, é porque tenho memória e não seria nada coerente com as posições e opiniões anteriormente manifestadas, como seria embarcar na onda do "Eu sempre disse que o RP era muito bom.".
O que sempre defendi foi que o RP deveria crescer como jogador, errar em clubes onde não houvesse tanta pressão, um pouco à semelhança do que aconteceu com o André Santos.
Nunca disse que ele não tinha qualidade para jogar no SCP, ao contrário do Djaló, mas que necessitava de experiência / rodagem. Que acabou por ser feita no SCP.
Obviamente, não acho que tenha falhado de propósito nem que ele se deveria recusar a jogar nem as minhas palavras apontam nesse sentido.
Em relação à sua venda parece-me que estamos de acordo.
Eu digo que: "Neste caso, o SCP está numa posição relativamente confortável e deverá aguardar pelas propostas que eventualmente surjam e, de acordo com a estratégia desportiva - se existir uma - decidir."
e tu dizes: "Como disse acima o Sporting não tem que se preocupar em fazer um preço por nenhum atleta, antes sim ouvir as propostas, se as houver e decidir se estas lhe são convenientes. O contrário é concorrer para que o negócio, a existir, não seja tão rentável como o desejado."
Aqui, estamos na mesma onda.
Tornar-se-ia fastidioso retorquir, ponto por ponto, ao desenvolvimento do tema, deixo, no entanto, apenas 3 pequenos complementos:
ResponderEliminar1. Obviamente o RP não tem culpa de o terem colocado na assumpção de tamanhas responsabilidades, sem a devida preparação (ou seja aquela questão "do que é que ele poderia ter feito?" "recusar-se a jogar?" é um não-argumento)...
2 - Como diz o jvl a memória, a sua utilização e eu acrescento a coerência são fundamentais para uma discussão séria e eu sou daqueles que muito sofri com os erros do RP e sempre, publicamente, o disse.
3 - Mas os 2 pontos anteriores servem apenas de trampolim para este 3º, e isto eu não posso admitir (e a memória ajuda-me neste caso).
Este Sr que foi um dos responsáveis pela teimosa e precoce aposta no RP (com os tais prejuízos supra referenciados)... não pode agora que o atleta atingiu um nível satisfatório pegar no megafone (defendo não sei que interesses) e vociferar estes disparates:
"Rui Patrício atingiu maturidade para sair do Sporting, diz Carlos Pereira
11 ABR 11 às 13:27
Rui Patrício atingiu a maturidade necessária para sair do Sporting e ingressar num grande clube da Europa, entende Carlos Pereira, treinador que na era de Paulo Bento trabalhou com o guarda-redes dos "leões"."
Vindo de alguém que até há bem pouco tempo era pago pelo SPORTING... isto é lesar os interesses do clube e EU NÃO ACEITO!!!
tz,
ResponderEliminar"é porque tenho memória e não seria nada coerente com as posições e opiniões anteriormente manifestadas, como seria embarcar na onda do "Eu sempre disse que o RP era muito bom."."
Não era preciso acrescentares a coerência ;)
tz,
ResponderEliminarO Sporting não tinha apenas um GR. Teve sempre pelo menos 3 GR disponíveis, uma vez até teve 4.
A culpa de não ter jogado o adorado(?) Stojkovic ou o profeta Hildebrand foi apenas indirectamente do Rui Patrício, pois não era ele quem fazia as escolhas. E se uns largos sectores da bancada as fizesse, era certo que seria outro na baliza.
O problema do Rui Patrício não era a sua falta de experiência, mas o que assola recorrentemente alguns jogadores do Sporting: o de não serem tratados com o respeito que o seu mérito e valor mereceriam. Esse problema está umbilicalmente ligado com outro problema: o de que o outro é (quase) sempre melhor. Esse problema tem barbas e não vai mudar de um dia para o outro. Duvido mesmo que algum dia se resolva.
Mas gosto da sua tentativa de responsabilização pelos danos causados. Isso deveria valer para todos. Por exemplo, todos os imbecis que assobiaram o Veloso, o Moutinho, o Nani, o Figo, o Quaresma, o Hugo Viana, etc. (a lista é infindável), deveriam ter uma qualquer sanção - ainda que meramente pecuniária. É que se o Rui Patrício saindo deixará "qualquer coisa" no Sporting, o que é que esses terão deixado?
O RP além de ter sido lançado ás "feras" muito cedo, ainda teve de viver com outro grande problema, o fantasma do Stoj.
ResponderEliminarQuantas vezes não ouviamos no estadio gritaram pelo Stoj (mesmo quando estava emprestado), cada vez que o RP falhava.
Pelo menos psicologicamente, ja vimos que é bem forte.
Concordo que no passado nos tenha custado alguns pontos, mas vejo que é dos poucos jogadores que evolui nos ultimos dois anos.
Sinceramente prefiro que fique no Sporting, mas como sabemos, tudo depende das proposta que aparecerem.
SL
O treino do RP tem sido o mais exigente que um GR pode ter.
ResponderEliminarEntrou na equipa muito jovem e à queima-roupa, teve demasiadas vezes o público de Alvalade contra ele, teve (e tem) de suprir muitas vezes os buracos dados pela defesa (e às vezes os do meio campo também) e, sobretudo, teve o mérito de ter convencido todos os treinadores que passaram pela equipa que ele era o melhor do grupo.
Nunca assobiei um jogador do Sporting e nunca o faria quanto a um GR, é a posição mais ingrata do futebol e tenho um enorme respeito pelo RP por tudo quanto tem conseguido. Dá os seus "franguinhos" de vez em quando, mas não há GR que não o faça (viram o Gomes, o tal dos 9 milhões, ontem?).
Não gostaria de o ver sair, pelo menos para já, sobretudo porque acho que só há duas maneiras de conquistar e manter adeptos, ganhando jogos e títulos e tendo referências a jogar no clube, jogadores que suscitem a admiração dos adeptos e a inveja dos adversários :) E eu acho que o RP pode vir a ser uma referência do Sporting e de Portugal.
Dezperado,
ResponderEliminar"Quantas vezes não ouviamos no estadio gritaram pelo Stoj (mesmo quando estava emprestado), cada vez que o RP falhava."
Pior que isso foi no jogo de homenagem ao Iordanov. Foi simplesmente vergonhoso o que a Juve Leo fez nesse dia.
Acima dos 5 milhões de euros é razoável? Mas o que vai ser de nós com esta mentalidade?! Mas alguém disse que somos obrigados a vender todos os jogadores com qualidade que saem da academia? Se não vier uma proposta irrecusável porque não manter por muitos anos no clube?!
ResponderEliminarLdA lá porque um jogador (judas montinho) saiu desvalorizado, temos de os vender ao desbarato?
Há que o tentar manter, e torná-lo um símbolo no clube, e o Rui tem a humildade para tal, e principalmente a qualidade, á semelhança de Van Der Saar no Man.Utd, ou Buffon na Juventus.
Tem evoluído bastante, e esses valores, são reais, mas você esquece-se que o mercado está muito inflacionado, e vê-se com as compras dos "patos" Roberto Jimenez e Gomez por 9M.
Não digo que valha 20 milhões, mas o Sporting não devia vender por menos de 15 milhões.
SL