A carta do Presidente e a mudança
Será que mudou?
As mudanças começam nas ideias, propagam-se ao discurso para depois se aplicarem na prática, nas decisões até à sua implementação. Só então se podem dar como concretizadas. Não se decretam.
As mudanças necessárias ao Sporting serão necessariamente muitas e profundas e certamente difíceis de executar, por requererem uma enorme maioria - 75% dos votos no caso dos estatutos -, porque algumas delas mexem com direitos adquiridos (o número de votos por sócio, p.ex.) e serão executadas num momento de grande alvoroço e de profundo fraccionamento, pouco adequado à ponderação.
Mas seguramente que não estará tudo mal, há que saber preservar e valorizar o que há de valor. Li e registei diversas considerações válidas sobre o que há que mudar. Ninguém parece ter focado um aspecto que me parece fundamental: 25 mesas de voto equivale a um pequeno concelho, como há muitos no País. Se num desses concelhos todos os eleitores de cada uma das 25 freguesias tivessem que acorrer ao mesmo edifício e votar na mesma sala, teríamos a mesma confusão que se gerou nas nossas eleições e o tempo de contagem dos votos seria mais ou menos o mesmo.
Mas também li muitos juízos sem grande nexo. Dizer por exemplo que as eleições seriam mais transparentes se todas as listas tivessem delegados junto de cada urna é um absurdo. Sendo, se não estou em erro, 25 as urnas e 10 as listas teríamos "apenas" 250 delegados na sala, fora o restante pessoal necessário. Imagine-se o que teria sucedido naquela sala com mais 200 pessoas lá dentro, para lá das muitas que já estavam presentes.
GL, na sua comunicação recente aos Sportinguistas, via site, elencou já a necessidade de convocar uma AG com a finalidade de promover alterações estatutárias, entre as quais a possibilidade de existirem AG referendárias. Eu começaria por aqui, antecedida pela possibilidade de votação por correspondência, muito mais fácil e acessível de implementar do que o voto electrónico, e muito mais abrangente. Desta forma, com duas pequenas alterações - julgo que o voto por correspondência já está previsto nos estatutos, faltando a sua regulamentação - o Sporting não só se preparava para abrir a todos os Sportinguistas a possibilidade de se pronunciarem sobre as alterações estatutárias de fundo - eleições, nº de votos, etc - como esvaziaria o balão emocional em que uma AG "normal" carregada de assuntos fracturantes iria forçosamente ocorrer. Seja qual for a sensibilidade de cada um de nós, julgo que concordaremos que a confrontação deve exisitir apenas quando todos os outros recursos foram já esgotados.
O Sporting precisa de mudar, é um ponto que todos concordamos, e seguramente que concordaremos também que a mudar que mude para melhor e não para outra coisa qualquer. Quanto mais participada for mais legitimados, responsabilizados e motivados se sentirão os agentes principais dessa mudança.
P.S.- Como várias vezes aqui disse, muitas das coisas que precisam de ser alteradas exigem apenas bom-senso. É o que parece existir com os regressos de Izmailov antes e de Caneira agora. Porque se é difícil imaginar que a equipa chegue de repente ao nível mínimo que se exige a quem representa o nome Sporting, e em consequência motive os adeptos a voltar a Alvalade, ajuda muito perceber que, como dizia Pedro Rodrigues na campanha eleitoral, as decisões no futebol, e já agora no clube em geral, não parecem ser tomadas por meninos de 10 anos.
LdA:
ResponderEliminarGL tem razão... O SCP mudou do 3.º para o 4.ºlugar.
Abraço.
Noticia interessante
ResponderEliminarhttp://www.record.xl.pt/Futebol/Nacional/1a_liga/Sporting/interior.aspx?content_id=691701
Ainda bem que agora existe um vice para as finanças competente e responsável.