É fácil bater no Sporting
O Sporting ter perdido ontem no Porto não é propriamente uma surpresa mas esta até podia ter chegado a metade, caso o árbitro não fosse selectivamente míope. Não vale a pena escalpelizar os lances e fazer deste espaço um esgoto parecido
com a coluna do “Jogo”. Basta apenas constatar que o árbitro quando se “enganou” enganou-se sempre contra o Sporting para dizer tudo sobre o Soares Dias. A miopia selectiva, se um dia for objecto de estudo, tem nas actuações deste senhor razões mais que válidas acreditar que a doença pode ser de transmissão ser genética. E não deixa de ser estranho que um dos “Sportingues” mais frágeis dos últimos tempos tenha que ser prejudicado para o campeão poder continuar a sua saga de vitórias. Mas no futebol português nada do que parece é e, neste momento é mais do que legitimo interrogarmo-nos se este serviço dos homens a Dias foi um acto religioso: compraram-se as indulgências do papa ajudando simultaneamente o amigo Salvador.
É fácil bater o Sporting
Mas a actuação do árbitro não é razão para não olharmos para a sucessão de erros que caracteriza a época em curso, para o colapso do departamento de futebol, e cujas as consequências se estenderão pelo menos à próxima época. Torsiglieri, Evaldo Zapater e Valdés, dados como reforços no inicio de época não passam de 2ª´s linhas (demasiado onerosos os 2 últimos, seguramente), mesmo considerando que todos os jogadores do plantel estão em sub-rendimento. O lado esquerdo da nossa defesa ontem, como em jogos anteriores, foi de uma fragilidade confrangedora, permitindo a Falcão ensaiar em jogadas consecutivas a melhor forma de marcar golos. No meio-campo Zapater faz de André Santos um gigante. Valdés é de uma inconsequência e fragilidade perturbadoras. E colectivamente uma equipa que não sabe procurar a bola, quando a tem não sabe o que fazer com ela é uma equipa exposta à sorte e ao adversário que, diga-se, ontem estava perfeitamente ao alcance desta mesma equipa se esta fosse minimamente competente.
Esperança e realismo
Quero olhar com esperança para a próxima época, até porque parece ser difícil ser pior do que esta, mas isso já se dizia o ano passado. Mas também olho com realismo e vejo como óbvio que o Sporting partirá mais uma vez de um nível muito próximo do zero absoluto. É urgente (des)revolucionar o Sporting. Mas o Sporting precisará de pelo menos mais uma pequena revolução no plantel e de se reencontrar com aquilo que nós orgulhávamos de chamar “futebol à Sporting” e que nas últimas 4 épocas foi paulatinamente demolido, descaracterizando-nos. O futebol do Sporting não tem alma nem chama e aí os jogadores, mesmo os piores, estão longe ser os culpados.
Fácil bater nos Sportinguistas
Mais uma vez ontem a bancada destinada aos Sportinguistas foi alvo de uma carga policial. Do local onde me encontrava não me apercebi das razões que a motivaram, mas não ficaria surpreso que tivessem tido origem em picardias entre as nossas claques e os adeptos portistas. Se os responsáveis pelo policiamento do jogo não estivessem ao nível ou até abaixo do comportamento das claques, a carga policial deveria ter sido feita nos camarotes do FCP, onde estavam os responsáveis pela organização do jogo, e que, na ânsia de encher as bancadas, optaram pela irresponsabilidade de colocar os adeptos de ambos os clubes em proximidade pouco cautelosa.O que tem a Liga a dizer sobre isto?
É fácil os sportinguistas baterem-se
Mas o mais confrangedor foi constatar novamente o processo de desagregação daquela que é considerada a maior claque do Sporting e, convém lembrar, a precursora nacional do seu género de organização. Grande parte dos jogos, como o de ontem, são passados à procura de um pretexto que permita o exercício da violência mas, pasme-se, entre elementos da mesma claque, obrigando à intervenção quase sempre negligente da policia (não confundir com carga policial de que falei anteriormente). Ora nos jogos fora os restantes adeptos não têm outra opção senão conviver com este tipo de gente e, em consequência assistir aos jogos em permanente sobressalto e com receio de dizer algo que possa ser interpretado como menos conveniente.
Isto tem custos para o clube aos mais diversos níveis. Ontem atrás de mim, estava um miúdo dos seus 7/8 anos que tinha “obrigado” os pais, que nem gostam de futebol soube-o, a acompanhá-lo. Após diversas escaramuças eles e outros nas mesmas condições foram forçados a abandonar o jogo mais cedo, ante a desilusão dos pequenos, aterrorizados e perplexos com o que sucedia poucos degraus abaixo. Provavelmente estes miúdos só voltarão a um estádio de futebol quando forem adolescentes e, provavelmente também, às escondidas dos pais, se o gosto pelo Sporting prevalecer.
Infelizmente para nós a evidência da degeneração não se limita apenas à Juve Leo. Há quem diga que o Sporting precisa de ser campeão depressa para expurgar os seus problemas, parece-me a mim que não ganharemos tão cedo enquanto não resolver os seus problemas internos. O das claques é apenas mais um.
Leão de Alvalade, touchée ...
ResponderEliminarSubscrevendo toda e qualquer palavra ou vírgula do texto, chamo apenas atenção para o parágrafo que cruza a Esperança e o Realismo.
Foi o que senti ontem, também, e mais uma vez. É um clássico claro e é fácil durante e nos dias que se seguem a um clássico acharmos mais relevo naquilo que vemos, ou pensamos, sobre o Sporting.
Em concreto: nada muda. A esperança permanece a mesma e temos fé de que lá dentro estão já a trabalhar para a próximo época e as 2, 3, 4, 5 e 10 que aí vêm, mas, ao mesmo tempo ... custa. Custa ver o Sporting jogar e sentir impotência. O Sporting fez a espaços um jogo agradável mas a sensação que fica é que precisamos de mais qualidade. Muito mais qualidade. Não a temos, neste momento ... e por mais voltas que se dê se não resolvermos esta parte do problema, estaremos sempre mais longe do sucesso.
Treinador e Jogadores. Alguns, como diz o post.
Alguns jogadores, e um Treinador.
A questão é que até mesmo para bater o SCP na situação em que está, foi necessário roubarem-no. Está-lhes no DNA, não há hipótese.
ResponderEliminarHá dois argumentos bastante utilizados como justificação para o SCP não se poder queixar: a falta de qualidade do seu futebol e a distância pontual (sendo que esta deriva da 1ª).
Não é porque nos encontramos à distância que nos encontramos, que deveremos ficar calados quando uma arbitragem manhosa, como a de ontem, é feita. No Dragão então, é recorrente.
Ao menos ontem ouvi um responsável do SCP, para além do treinador, queixar-se da mesma. Que tem ainda mais significado por ter sido onde foi.
E depois as justificações dadas para o não assinalar o penalty, são ridículas. Desequilibrou-se!! Não teve intenção de jogar a bola. FODA-SE!!! O Caralho é que não teve!!!
Deixo uma sugestão: de agora em diante, antes de se assinalar o penalty, perguntem ao jogador em causa se teve intenção de cometer a falta e assinalem apenas quando a resposta for afirmativa.
LdA, tens tanta razão que até doi...
ResponderEliminarNos vários pontos que referes há diferentes cruzamentos a fazer.
Dizes "É fácil bater no Sporting", é verdade, é muito fácil, é fácil demais mas temos de cruzar isso com o teu último ponto "É fácil os sportinguistas baterem-se" sem resolvermos este problema que é aquele que depende de nós e do nosso trabalho nunca vamos ter força suficiente para denunciar as agressões de que somos alvo.
Não esquecer que hoje teremos uma actuação do simbolo máximo da orquestra do apito nacional.
"É fácil bater o Sporting", falta simplesmente competitividade, este grupo de rapazes que até jogam à bola melhor do que aquilo que têm mostrado são uns anjos. Continuo a ver lançamentos laterais junto da área do adversário, transformados em contra-ataques perigosos para a nossa baliza. Sem saber sequer o alfabeto é dificil saber ler e escrever...
Apesar da enorme desilusão com Evaldo de todos os reforços o pior até agora é Zapater, não acrescenta nada, nem erra tal a seu posicionamento amorfo durante o jogo é o único do qual não espero qualquer evolução.
Independentemente da fraca prestação defensiva a lacuna maior é ofensiva e não é de agora já soma muitos anos de fraco rendimento.
"Esperança e realismo", a quantidade de trabalho que há para fazer é tão grande que só peço uma equipa competitiva a quem não seja "Fácil bater" e que pelo menos dê algum troco em brio profissional.
Estou mais preocupado com as vendas do que com as compras, porque o nosso contexto tem sido vender o sofá para comprar cadeiras e neste momento a sala está despida de móveis, com uns artefactos chilenos, uma obra pós-moderna montenegrina e uma peça de madeira russa cheia de caruncho. Lá andam também as porcelanas made in academia a correr de um lado para o outro feitas baratas tontas a tapar buracos nas paredes.
A equipa precisa de reforço o que é algo diferente de estragar o que está bem para comprar novo por catálogo. O nosso adversário de ontem é um bom exemplo, bastou um reforço (made in Sporting) para transformar uma manta de retalhos num campeão imbativel.
Jvl, não vais agora contrariar juizes que disseram que o Porto não necessitava de corromper árbitros para vencer o Beira-Mar!
ResponderEliminarÉ claro que como nós estamos fracos tinhamos de perder! É original, mas a única coisa que estranhei foi o Polga não ter sido expulso por agressão ao Helton!
Por acaso até concordo que o lance é casual, agora sei quantos jogos o Porto venceu só este ano por 1-0 graças a lances casuais idênticos, assim se faz crescer uma equipa e um treinador.
Também sei que nasceu o novo Baia, de seu nome Rolando e que apenas difere do outro por poder jogar a bola com a mão como entender dentro da área que nunca é penalty, independentemente do árbitro, ainda no último jogo com a Académica tiveste mais um episódio da saga das mãos do Rolando.
Mas nada disto indigna ou revela o lado animalesco do "menino especial"... esse está mais interessado em insultar jogadores, árbitros e colegas de profissão.
Subscrevo os vários comentários e queria deixar um elogio ENORME ao post, pela lucidez, clareza e sentido crítico.
ResponderEliminarParece-me que é hora de todos assumirmos a responsabilidade. Temos de pensar e propor, não apenas de constatar e criticar. E parece que os órgãos sociais estão dispostos a apresentar-se aos interessados para ouvir o que têm a dizer, pelo que é necessário que todos saibamos merecer essa honra e responsabilidade.
Eu sei o que irei pedir: a transparência e clareza que se vêem neste post. Quero uma delimitação concreta de objectivos: desportivos, financeiros e outros. Quero saber como se projecta a próxima temporada, mas quero ter a certeza que a seguinte não é pior e que na temporada a seguir o Sporting não tem a corda na garganta.
Quando se constata aqueles que mais brilharam ontem é impossível não ter a certeza que o futuro é do Sporting e que basta saber agarrá-lo.
LdA,
ResponderEliminarConcordo com todas as ideias que expressas aqui, desde as que se referem ao que se passa dentro de campo como as que abordam temas fora dele. Gostava de referir brevemente três questões, de certa forma complementares ao que escreves:
1 - Ontem confirmei pessoalmente as boas referências que tinha de Godinho Lopes enquanto líder.
2 - Gostei das declarações de Carlos Freitas e de Couceiro: conteúdo (adequado ao contexto) e assertividade. De resto, surgiram em sequência de uma boa comunicação de Couceiro durante a semana.
3 - A desproporcionada carga policial na bancada há-de ser o preço a pagar pela "impertinência" do derby de Alvalade. Desconfio que ainda vamos andar a saldar essa conta mais algum tempo.
Cuidado com as revoluções no plantel. O dinheiro não abunda e as revoluções normalmente são caras e não dão granes resultados. Alias houve uma linha comum a todos os candidatos às ultimas eleições, á excepção eventualmente de SAM - a promessa de que para o ano seremos campeões - que além de utopica, é perigosa. É preciso fazer o trajecto todo de novo e para o ano a unica coisa que peço é um salto qualitativo - de pontos, mas também na qualidade do futebol jogado.
ResponderEliminarNa defesa, claramente alguma coisa tem de mudar. Os centrais são autenticos passadores e chega a dar aflição tamanha falta de qualidade! No ataque também faltará certamente um jogador com capacidade de fazer golos. No resto, há que ver para o que dá o nosso dinheiro e não entrar em loucuras.
Ontem, com uma defesa minimamente decente nunca perderíamos auquele jogo e se calhar até o ganhavamos!
Quanto ás claques, de facto é preciso fazer alguma coisa! Até para podermos levar as nossas crianças á bola sem nos sentirmos inseguros e pais irresponsáveis!
LdA,
ResponderEliminarApenas uma referência aos teus últimos quatro parágrafos, que são para mim muito mais graves do que o Sporting ficar mais um ano sem ganhar nada.
Quando me desloco ao futebol, seja em ALvalade ou fora, gosto de me sentir em segurança.
Não gosto de me sentir ameaçado.
Hoje em dia, assistir a um clássico é de facto perigoso.
Com expecepção do Benfica-Sporting e Sporting-Porto, todos os restantes jogos grandes tiveram episódios tristes de violência.
Violência essa que devia deixar as autoridades e responsáveis do desporto apreensivos mas aparentemente nada se passa...
Já tivemos casos com mortes no passado e julgo que não faltará muito para termos novamente situações destas porque pura e simplesmente ninguém toma a medidas que se impõem, ou seja, punir exemplarmente aqueles que estragam um desporto tão bonito como o futebol é.
Em Inglaterra fizeram-no depois de Heysel.
Será necessário acontecer o mesmo aqui também?
Essa gente que vive da violência não tem lugar em recintos desportivos.
A forma como relatas o horror vivido pelas crianças e pelos seus pais no Dragão ontem apenas me leva a perguntar até quando as autoridades vão fechar os olhos como se nada se passe?
E até quando os clubes vão continuar a sustentar a corja que está à frente das claques e que apenas servem para semear violência (veja-se a última AG do Sporting)?
LMGM,
ResponderEliminar"Por acaso até concordo que o lance é casual, agora sei quantos jogos o Porto venceu só este ano por 1-0 graças a lances casuais idênticos, assim se faz crescer uma equipa e um treinador."
A questão é que a causalidade do lance ou qualquer outro factor / argumento que se queira utilizar, esbarra nisto: as faltas são para serem marcadas. E ontem, nesse lance, o que assistimos foi mão na bola, logo, penalty.
Queres um exemplo de como o fcp ganhou um jogo com lances destes? Aliás, pior porque o lance nem sequer foi de mão na bola mas sim bola na mão: Naval - fcp 1ª jornada!! PRIMEIRA!
Alem do penalty não marcado, o lance que origina a lesão do helton é irreal. Nenhum jogador do Sporting toca nele, é um tripeiro que cai contra ele... e o boi preto marca falta???!!!???
ResponderEliminarSL