Está prestes a terminar o jogo da selecção sub-21 onde, entre outros, actua André Martins, jovem formado em Alcochete. A sua preponderância nesta equipa é tal que se pode dizer que houve 1 jogo com e sem André Martins. Enquanto me deliciava a vê-lo jogar retinia-me na memória o post ainda recente de JorgeD, do
Centro de Jogo, cujo excerto transcrevo abaixo, com o valor acrescentado de se tratar de uma visão independente. Por ora Martins só não deve ser apelidado de "next big thing" devido ao seu tamanho...
Domingos dá uma oportunidade ao miúdo
É vê-lo organizar atrás, no meio ou nos corredores. A progredir com o jogo, a fazer progredir o jogo ou a pedir acções aos colegas (é daqueles génios que quando faz um passe mostra o que o colega deve fazer, ou seja, o passe leva sugestões de decisão, pela força, pela direcção, pela representação motora que insere em cada acção). Deixa-se ficar em cobertura quando percebe desequilíbrio táctico (em prol da equipa, e não do sucesso da sua acção, onde poderia assumir outro protagonismo se pensasse só em si…ele até o faz, mas pensa em si numa perspectiva colectiva, por muito difícil que isto possa parecer!). Pressiona sempre a bola da devida forma, no tempo e espaço certo, percebe a pressão como “um meio” (recuperar e voltar a ter jogo) não como um “fim” (recuperar e finalizar o seu momento defensivo), actua em fases de compensação, enfim, com ou sem bola, é um luxo ver jogar este menino.
Mas como em tantos outros casos, a minha pergunta é só uma… porque está sem competir?
Na minha opinião, tem todas as condições para actualmente jogar no SCP, mas, não sendo opção, resta uma solução, emprestá-lo e oferecer a Portugal um novo jogador de Selecção A.
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Quanto ao jogo disputado há pouco com a selecção de Angola não há como escamotear que o resultado é tudo menos prestigiante para o Sporting. No entanto, não me sendo agradável ver o Sporting perder a 4-0 em qualquer circunstância recuso-me a desatar aos gritos por causa disso. Não me parece que para derrota tenha contribuído uma menor aplicação dos jogadores. Há que ter em conta que, além das os atletas foram sujeitos a uma desgastante viagem transcontinental de cerca de 7 horas, acrescida da disputa de um jogo em condições (temperatura e humidade) muito diferentes a que o físico está ambientado. As festas e o cumprimento de protocolos raras vezes são aliados da prática desportiva de índole profissional.
Quanto ao jogo, do ponto de vista colectivo foi um desastre. Só assim se explica que uma equipa como a selecção angolana com muito menos talento individual que a nossa nos tenha batido em toda a linha. Mas não é por isso que não foi possível ver que alguns dos que foram chamados a jogo poderão vir a ser úteis e até importantes no futuro próximo, quer a curto prazo quer a médio prazo. Parece-me também justo assinalar que esta selecção de Angola me parece mais evoluída da que tinha visto jogar no último CAN, na altura comandada por Manuel José.
Um dia tinha de acontecer. Quem vai falar mal hoje sou eu. Dizes que não desatas aos gritos com o resultado de hoje em Angola, pois eu te digo que ao primeiro golo deles desatei eu aos gritos aqui em casa, a adivinhar goleada e a maldizer a altura escolhida para ir a Angola fazer esta operação de charme. Se a ideia era cativar adeptos em Angola, acho que o resultado terá sido precisamente o oposto. Desastroso o que aconteceu hoje. Desastroso.
ResponderEliminarAna,
ResponderEliminardiscordo em absoluto. O jogo e o resultado eram muito menos importantes que tudo o resto. Perdemos o jogo com um resultado desagradável mas espero que os objectivos da viagem e que foram abordados no post anterior se mantenham, Não vejo porque não.
LdE
ResponderEliminarJuntando os dois temas num só: olhando para o desempenho da nossa juventude hoje em Luanda, não devemos relativizar o desempenho de André Martins “entre pares”?
Os jovens que nos enchem de orgulho, na Next Generation, hoje pareciam uns medíocres, só porque estavam a jogar com gente já com muita experiência, outros ritmos e saberes.
Não terá André Martins brilhado porque estava a jogar entre meninos (sub-21) como ele, e que quando jogar com homens com outro ritmo e poder, desaparece?
Quanto ao jogo de Luanda teve aspectos positivos, como o encaixe financeiro e tudo o que conseguiram fazer no aspecto social e propagandistico, mas um clube desportivo tem de pensar que o 1º objectivo é ganhar e mesmo a feijões tem de defender a sua imagem. Com o resultado de hoje quantos potenciais adeptos Sportinguistas angolanos perdemos?
8,
ResponderEliminarLer a tua última frase deu-me que pensar. Acho que se fosse o mesmo sportinguista que sou e vivesse em Angola acharia que, pior que a derrota, só mesmo a possibilidade de haver companheiros sportinguistas a pôr em causa o meu clubismo por causa do resultado.
Quando o Sporting perdia nas Antas ou quando perde no estágio da Holanda, por exemplo, entramos em paranóia pela possibilidade de perder "sportinguistas" do Grande Porto ou da Benelux? Acho que é um paternalismo escusado e que nao partilho.
Sinceramente, mais que o dinheiro, que é importante, e obviamente muito mais que o resultado e exibiçao, foi estreitar laços com uma comunidade de várias geraçoes que nunca tinham visto o Sporting ao vivo e também estrear jovens na primeira equipa contra um adversário muito forte para o seu nível.
saudaçoes leoninas,
tiago
8,
ResponderEliminarhá que distinguir as coisas porque não me parecem que mereçam o mesmo tratamento.
O Sporting jogou com diversos jogadores juniores de 1º ano, sub-18 portanto, que julgo não serem a dupla titular dos júniores, porque falta pelo menos o Ilori. É natural que, como se viu, no confronto físico, saíssem a perder. No entanto acho que perdemos por um rotundo falhanço colectivo e não por causa deste ou daquele jogador em particular. E gostei de ver alguns jogadores dos miúdos que jogaram, embora me fosse difícil identificar alguns deles porque não os conheço e a transmissão também não ajudou muito.
O caso de André Martins é diferente. É um jogador com talento que merece oportunidades ao mais alto nível para que a breve trecho possa competir no escalão superior da mesma forma que o faz nos sub-21. Tem tudo para o conseguir.
Creio que o jogo só ganha importância pelo resultado desnivelado mas não impede que o Sporting venha a ganhar muito mais com este regresso a Angola no futuro do que o que perdeu ontem.
Não creio que alguém deixe de ser do Sporting por causa de uma derrota e julgo que, fazendo as coisas como deve ser, e que de que falei no jogo anterior, o Sporting vai dar como bem empregue o tempo e o esforço despendido.
8, se lá para Março o Sporting estiver na liderança do campeonato ou a lutar efectivamente por ela, quero dizer a lutar por cada vitória, por cada ponto, à sombra, ao sol, com chuva, num batatal ou num campo imaculado, a marcar golos a lançar miúdos (Arias, Carrillo, Martins, Ilory, etc.) estamos a fazer mais pelo Sportinguismo em Angola que num jogo de celebração aproveitando uma paragem de campeonato por compromissos das selecções.
ResponderEliminarAna, diz-se algumas vezes que alguns problemas dos casais se resolvem na cama, no caso do futebol resolvem-se em campo. Desastroso num desporto pode ser algo tão fugaz como o tempo que separa um jogo do outro, ou uma época de outra.
Este pontapé de saída no ressurgir das digressões a África, não correu bem, venha o próximo, se possível por nossa iniciativa para melhor controlar tudo o que pretendemos desta relação.
Sobre o jogo, gostei dos putos todos, até dos atrapalhados centrais, não gostei dos seniores, excepção feita a Wolfs e Capel. O resultado foi pesado e de novo ganha especial importância o próximo jogo, a eliminar e contra uma equipa competitiva onde brilha o génio de Hugo Viana.
Eu não disse que os adeptos angolanos do Sporting deixariam de o ser, mas sim que com certeza não teremos angariado novos para as nossas cores.
ResponderEliminarLMGM, a haver nova digressão, e acho muito bem que as hajam, que o timing escolhido seja bem melhor. Um clube grande não pode fazer este tipo de iniciativas em pausas de campeonato devido a jogos de selecções e a gerir a utilização dos não seleccionáveis a pensar no próximo jogo do campeonato ou da taça... a pré ou a pós-época são, a meu ver, as melhores alturas...
Só vi parte da segunda-parte... Mas do que vi, fixei um nome: Chabi. Não engana. Mt futebol naqueles pés e tb naquela cabeça... O miúdo que entrou lá para a frente, o Yuri, também teve um ou dois lances que me chamaram a atenção, Não marcou num remate super espontâneo, por mt pc.
ResponderEliminarQt à derrota: nada de dramatismos. Os(actuais e futuros) sportinguistas angolanos não são parvos, sabem bem que jogamos com juniores e reservas. Titulares só Carrillo, Capel e Wofswinkel e por alguns minutos...
Os dois centrais pareceram-me mt, vá lá, ingénuos...
André Martins. Outro que não engana. Desde a pré-época que o venho dizendo. Dêem-lhe as oportunidades que deram ao João Moutinho, por exemplo, e veremos se tenho ou não razão.
SL
Ana, de acordo. Feito aquilo que normalmente é o mais difícil (o pontapé de saída) temos que trabalhar bem a continuidade.
ResponderEliminarTiago, LdA, LMGM
ResponderEliminarDevo-me ter expressado mal, ou vocês não entenderam, e aproveito as palavras da Ana para frisar o que quis dizer:
“Eu não disse que os adeptos angolanos do Sporting deixariam de o ser, mas sim que com certeza não teremos angariado novos para as nossas cores”
Como disse no comentário, espero que nos aspectos sociais e de propaganda tenhamos conseguido angariar novos Sportinguistas.
Deslocações a todos os países do mundo são bem vindas e importantes para ganhar adeptos (e dinheiro), mas têm de ser cuidadas, e de modo a que se crie uma onda de grande entusiasmo nas populações locais.
O Sporting terá que rapidamente voltar a Angola com a sua melhor equipa, anunciando todas as nossas vedetas e encarar o jogo com muito profissionalismo de modo a que possa ser de tal maneira galvanizante para quem vê, que os entusiasme a ser do Sporting. E mesmo os que já não queiram ser dos nossos vejam o Sporting com inveja e admiração.