Logo quando Portugal subir ao puré esverdeado de Zenica terá
pela frente uma selecção Bósnia aparentemente mais forte do que no último Play-off
e uma conjuntura desfavorável, que explicarei adiante, que tornará o jogo numa missão
difícil de executar.
A selecção que chega à Bósnia está longe do nível revelado aquando
da chicotada psicológica e da goleada à
campeã mundial Espanha, mesmo tendo em conta que se tratava de um jogo particular.
O efeito do “positivo do Bento” parece
ter-se transformado de repente em “Bentania”.
Fazendo fé nos relatos que se
conhece é difícil culpar o seleccionador pelos actos de indisciplina do
improvável Ricardo Carvalho e de Bosingwa. Carvalho ao invés de, após ter
recuperado a lucidez ainda voltou à carga, o que contribui pouco para resolver o
que, pelo menos publicamente, foi de sua criação. Bosingwa falou na altura
menos própria, depois de Paulo Bento se ter “esquecido” de o convocar. Se pelas
palavras que dizem que proferiu (Isto não é os juniores do Sporting) se pela
recusa em ir para o banco por uma lesão que depois foi comprovada pelos médicos
e pela sua ausência no Chelsa não se sabe. Seja porque for não me parece que a
aplicação da pena de morte – que é o que equivale o ostracismo a que foi votado
– e sobretudo que não haja uma explicação clara da falta e da medida punitiva
seja o procedimento mais indicado.
Mas não se podendo culpar Bento pelos actos
dos jogadores, não deixa de ser estranho a
ocorrência de dois casos que transformam jogadores de valor indiscutível e de
folha de serviços até então exemplar – Ricardo Carvalho era até tido como um
exemplo e um dos capitães – em dois pontos de debilidade. Estes episódios e as
respectivas ausências tornam-nos mais fracos, parece-me indiscutível e lançam alguma dúvida sobre a forma como se relaciona Paulo Bento e como exerce a sua autoridade.
Talvez tudo isto pudesse ser evitado se houvesse um
departamento de futebol federativo mais forte. É paradoxal que Madaíl represente
o melhor período da FPF e simultaneamente dê de si e da sua liderança, bem como
das pessoas que o acompanham, com excepção de Carlos Godinho, uma imagem tão
débil e vacilante. É nesse quadro que vejo a forma como foi tratada a questão
do relvado. Tudo o que deveria ser feito sobre a matéria tinha que ser feito
antes da partida para a Bósnia, sendo pouco provável a alteração do local de
jogo a partir daí. Depois disso haveria que esquecer essa questão e ao invés de
andarmos a choramingar, sem saber que impacto negativo isso possa ter no grupo
de trabalho, deveria ser um factor extra de motivação e toque a reunir. Já que
parece que Madaíl fala amiúde com Mourinho, que lhe peça umas lições grátis da
arte de guerra aplicada ao futebol.
É que parece ser como uma guerra que parece esta eliminatória
parece estar a ser encarada mais uma vez pelos bósnios, que não parecem ter-se
libertado dos complexos deixados pela sua guerra recente, o que os atira para a pré-história
do futebol. Quem viu o jogo da sua selecção num bom relvado em França mais
estranha esta atitude. De estranhar, ou talvez nem por isso, é a que tenham como
aliados a UEFA, a quem cuidaria que os jogos de futebol fossem jogados nas
melhores condições possíveis, o que não é o caso. Não esquecer que esta é a
mesma UEFA que há pouco mais de um par de anos obrigou o Vitória de Setúbal a
jogar no Restelo por alegadas falta de condições. Ora, ao que parece, o Bonfim
ao lado do estádio onde hoje jogamos é um palácio.
Perder esta eliminatória não me parece, apesar de tudo, uma inevitabilidade.
Somos melhores, temos mais talento individual, precisamos se ser melhor equipa em
todos os momentos do jogo. Deixarmo-nos cair na atitude bélica que provavelmente
usará o adversário é um dar-lhes vantagem,
até porque há dois jogos para disputar e há muitos jogadores há beira da
exclusão.A conjuntura é desfavorável mas quem tem ambição para disputar os melhores lugares do Europeu tem que saber superará-la .
Carvalho e Zé Bosingwa: deram muita sorte na vida... Ao nascerem com jeitinho para dar chutos na chincha...
ResponderEliminarPaulo Bento: nada de novo. O que é preocupante, uma vez que parece não querer sair daquele estilo de 'quartel' (alô levezinhoooo?) que o caracteriza, para o bem e para o mal, e evoluir para outro patamar enquanto treinador.
Madail: Quem? Venho o próximo que este presidente da FPF nc fez nada de útil...
Eliminatória: deixem-se de relvados, de guerras, de lamurias. Somos melhores que eles, ponto final parágrafo. Se não eliminarmos a Bósnia com relativa facilidade, não sei o que iremos fazer na fase final...
Agora, já no novo parágrafo, queria perguntar ao 'cochon' do Michel Platini o pq de a França não ter jogada em Zenica. Só isto chega para tirar as minhas conclusões...
FORÇA PORTUGAL!
Não existiu aqui aquilo que é vulgar chamar de "sentido de estado" e concordo contigo quando dizes que quem fica pior na fotografia são os dirigentes.
ResponderEliminarCom um mínimo de acompanhamento da situação, nem Carvalho teria sequer abandonado o hotel... Paulo Bento fica, de novo, fiel e refém da sua personalidade fazendo o seu trabalho e o de outros por ausência da sua acção.
Logo dará para ver o resultado, de uma coisa tenho a certeza a desculpa está bem decorada por todos. O relvado é péssimo.
Caros,
ResponderEliminarQuem terá que atacar para ter alguma hipótese na eliminatória é a Bósnia. Logo, aquele relvado, em péssimo estado (msm miserável, como o apelidou Carlos Godinho), atrapalha td e tds, mas mais quem tem, obrigatoriamente que criar. A Bósnia, para querer ganhar terá que marcar golo(s). Para tal terá que criar jogo, logo, parece-me que a ânsia de querer prejudicar o jogo mais técnico português, acabará por os prejudicar tanto ou mais a eles...
A minha 'fezada' é que vamos ganhar.Haja confiança, vontade e inteligência para isso. Pq no 'item' qualidade somos inegavelmente superiores.
A este propósito, recomenda vivamente a carta aberta do javardeiro:
ResponderEliminarhttp://leaodeplastico.blogspot.com/2011/11/carta-aberta-bosingwa.html