Confesso a minha relutância em dar eco a episódios infelizes, sempre que aparece alguém a apoucar ou a desconsiderar o nome de uma instituição tão grande como o Sporting Clube de Portugal. Porque na maior parte dos casos não só se dá atenção quem não merece como se dá a visibilidade sobre o acto que se repudia, servindo assim os interesses de quem visa o clube de forma infeliz e quando não miserável. Foi o caso na semana passada de sketch de um canal de cabo que quase ninguém vê e, não fora a reacção viral de rejeição à falta de gosto e decência, o programa não teria "acontecido" na prática, pois chegaria apenas aos tais quase ninguém.
O caso é um pouco diferente este fim-de-semana. Parece que Eusébio deu uma entrevista. E digo que parece porque
afigura-se-me difícil que do seu habitual discurso se possa conseguir mais do que um A4 de interjeições. Isto porque todos sabemos que Eusébio foi notável a
jogar futebol mas quando se procura exprimir o mais que consegue são hinos à cacofonia igualmente notáveis.
Todos nós sabíamos das dificuldades de expressão de Eusébio mas fazíamos um esforço por ignorar porque ele, apesar de ter feito a sua carreira no clube rival, tinha ascendido a um patamar mais elevado onde habitam os heróis nacionais. E isso muito por causa da fantástica epopeia dos magriços no Mundial de Inglaterra de 1966 e da imagem pungente que correu o mundo, quando chorava a eliminação nas meias-finais vestido com a camisola das quinas.
Sinceramente não esperava que Eusébio viesse dizer que gostava do Sporting. Acredito até que não goste porque o Sporting sempre foi o grande rival do seu clube quando este teve os seus melhores atletas e equipas de sempre, conseguindo-se então opor e contrariar o que seria um apenas um passeio. É por isso, por exemplo, que o SLB, tendo ganho muitos campeonatos, nunca conseguiu fazê-lo mais do três vezes seguidas e não parece que isso venha a acontecer nos tempos mais próximos.
Mas acredito que, acima de tudo, para Eusébio o Sporting é uma nódoa no seu percurso pessoal que, por mais que se esforce, não conseguirá reescrever. Foi numa filial do Sporting que despontou para o futebol e seria no Sporting que deveria ter jogado se fosse um homem fiel à palavra dada, se a tivesse claro. Deve ser por ver recordada essa falha de carácter sempre que vê e ouve o nome do Sporting que agora se esquece da sua condição de ídolo popular para se acantonar no seu último reduto, não sem antes tentar enlamear a bandeira de um clube plurisecular, ao tentar colar-lhe uma imagem que não corresponde à realidade, como comprova a história.
Não estranharia que esta entrevista ao Expresso seja uma excelente manobra do departamento de comunicação do clube que representou, (manobra que se enquadrará numa ofensiva mediática, como se pode calcular pela entrevista de Artur hoje ao Record), tentando desviar as atenções para as palavras proferidas por Javi Garcia, quando usou de insultos racistas para atingir Alan no jogo em Braga.
O que deveria preocupar Eusébio não deveria ser o racismo latente nos primórdios dos anos 60, que não seriam apanágio de nenhum clube em particular, mas que existiria de forma transversal em alguns sectores da sociedade colonial portuguesa. O deveria ser motivo de preocupação e indignação para Eusébio é que no século XXI um jogador da sua equipa seja capaz de o insultar a ele, aos actuais colegas de equipa, (como o seu capitão Luisão) e a muitos dos que construíram a história do seu clube e até do futebol nacional e que com ele partilharam o caminho.
Nesta entrevista de Eusébio, a novidade terá apenas a ver com o facto de ele agora já conseguir articular meia dúzia de palavras numa única frase, algo que até hoje nunca tinha visto o Sr. Ferreira fazer...daí que duvide que as palavras até sejam dele.
ResponderEliminarConcordo plenamente quando o LdA diz que começou a campanha para se fazer esquecer o caso Javi Garcia , seja com esta bosta de entrevista do Eusébio, seja com o Artur a dizer que sentava à mesma mesa Alan e Javi.
Que queiram limpar a merda que os seus jogadores fazem, estão no seu pleno direito.
Que queiram apontar os focos de racismo para o nosso clube, isso já me parece de muito mau gosto.
Convém também relembrar a Eusébio e seus pares quem são e o que representam os No name Boys.
SL
José
É Javi Garcia que o sarrafeiro se chama. De resto, grande texto.
ResponderEliminarEsse "senhor" não devia entrar mais em Alvalade.
ResponderEliminarO Eusébio não gosta do Sporting? Óptimo! Espero que cada dia que passe goste menos e que lá para vinte e tal do presente mês de Novembro chegue ao ponto de nos detestar por umas horas, ou dias ou semanas… ou para sempre. O desgosto dele será sempre o meu contentamento.
ResponderEliminarEu desculpo o Eusébio, nem é tanto por simpatizar ou por o ter como ídolo (que nunca tive, de resto, nem uma coisa nem outra), é porque o nível intelectual do homem só dá mesmo para sermos condescendentes com o que diz e, como tal, não lhe dar grande importância...
Apesar de tudo, não me custa reconhecer que o Eusébio foi tremendo enquanto futebolista. E só isso, já não é pouco. Mesmo dizendo recorrentemente tanto disparate da boca para fora, tem o seu lugar reservado na história do futebol português e até mundial. Para o bem da sua própria imagem deveria abrir a boca o menos possível. O conselho é mesmo amigo, mesmo tendo origem em alguém que não o aprecia especialmente.
é é,so sabeis é dizer merda,o vosso presidente tambem abriu a boca quando nao tinha que abrir e ajudou por isso á campanha, mais uma anti benfiquista que ja se andava a tentar fazer
ResponderEliminarVou adoptar uma frase do Romário: o Eusébio calado, é um poeta.
ResponderEliminarLeão de Alvalade,
ResponderEliminarMais um excelente post, que põe tão claramente o dedo ferida: Eusébio é apenas mais um peão no joguete comunicacional no clube da Luz e é tratado com a mesma dignidade que o seu guarda-redes.
Portugal, os portugueses, a memória, pareciam merecer muito mais. Verdadeiramente?
Há muito que discutimos como o futebol oferece uma identidade e uma cultura própria. E nós sportinguistas, somos tão frequentemente etiquetados de pessoas cheias de soberba e de pretensões aristocráticas - como se pusesse em causa uma putativa igualdade (que pele menos existiria no desporto) - por pessoas que não param para pensar o que essa eventual catalogação ofereceria ao nível dos valores, da cultura e da sua coerência com os valores do desporto.
Não deixa de ser curioso que os mesmos que nos acusam de sectarismo (ou racismo), são os que acabam a defender uma realpolitik, alinhada pelo mais baixo denominador comum do submundo do crime.
O que é mais chocante neste fenómeno não é a acusação dirigida aos sportinguistas, é que benfiquistas não tenham apenas permitido, a tenham incentivado. Porque este é o nível de abstracção que o benfiquista médio não consegue compreender: poder ser-se do Benfica e português. Porque o Benfica significa vitória, também tem de prevalecer sobre o português.
E é por isto que a cultura benfiquista, com todos os meios a justificar os fins a atingir, me enoja. Porque o totalitarismo benfiquista é a negação do desporto, em que se exige SEMPRE respeito pelo adversário. É uma questão cultural.
Não vejo razão para tanto pasmo com essa afirmação de Eusébio. Sinceramente, até, custou-me ler essa condescendência escrito por vocês (LdA e comentadores), com todo o respeito que tenho por vcs. Sublinhar as limitadas capacidades de expressão de alguém que não teve a oportunidade de ter 1/20 dos estudos que vocês tiveram é ridículo, desonesto e em ultima análise colonialista, sugerindo até racismo (e não me venham com a treta do "epá não tem nada a ver por
ResponderEliminarSE isto faz efectivamente parte de uma estratégia mediática, qualquer que ela seja, Eusébio é marioneta e não orquestrador: malhe-se nos jornais fantoche que temos (e que vcs lêem).
Se Eusébio refere com sinceridade uma realidade que ele a viveu, até prova em contrário de tremenda falta de evidência para com a mesma, nao vejo motivos de orgulho ferido por parte dos Sportinguistas. É na verdade profundamente ridículo incomodarem-se com essas coisas.
(O Colonialismo foi em si uma coisa de certa forma horrorosa e seria uma estupidez agora dizer-se que os Sportinguistas 40 anos atrás não tinham um pingo de racismo. A negação do mesmo leva à sua perpetuação.)
Cisto,
ResponderEliminarpoderia dizer que é de igual condescendência apontar à falta de estudos a razão das infelizes - ainda que verdadeiras e/ou orquestradas - declarações do Eusébio.
A menos que se esteja totalmente a marimbar - e não tem sido esse o seu comportamento ao longo dos anos - para ser um símbolo nacional (e não apenas benfiquista), o que ele fez foi desnecessário e intempestivo: catalogou o Sporting pelo que era, e não pelo que é e poderia seguramente ter feito o mesmo para Portugal, de que vestiu com tanto orgulho e brio a camisola.
De resto, sem querer substituir-me ao LdA, parece-me que foi precisamente contra a flagrante imbecilidade de quem (oportunamente) construiu esta mensagem para ser veiculada pelo Eusébio que este post foi escrito. Foi também o meu objectivo: dizer que numa putativa luta de lealdades, a cultura benfiquista pressupõe muitos aspectos que nos (portugueses) deixa à margem.
A mim, a única coisa incomoda-me apenas uma coisa nas declarações: o que isso diz da forma do Benfica e dos benfiquistas estarem no desporto.
Porque não tenho idade para ter visto o Eusébio jogar, a sua (auto)destruição como figura nacional, agregadora e uma espécie de embaixador do mérito e do desporto, afecta-me pouco. Mas afecta-me um pouco. Porque como português e amante deste desporto, gostava de ver - de todos os quadrantes - um comportamento bastante melhor.
Leao de Alvalade,
ResponderEliminarNao me parece que a melhor leitura das palavras do Eusebio seja:
- Fazer chacota com os seus dotes oratorios; sinto-me incomodado sempre que outros tentam o mesmo exercicio com Carlos Lopes, como exemplo.
- Dar mais importancia a instrumentalizaco do que aquela que merece apontando os canhoes a uma das vitimas: o Eusebio, a par do Sporting, com o Eusebio a sofrer todas as represalias.
- Insinuar sobre o seu caracter, uma vez que nunca deu a palavra ao Sporting e foi sempre fiel ao clube que serviu.
Nada que tenha (evidentemente) a ver com o post:
Passar ao lado da miseria que foram reaccoes de adeptos do Sporting que - essas sim - envergonham e ferem o clube.
Acho tudo isto muito estranho.
Gente de cabeca fria, com tempo para pensar, pegar frequentemente em tudo, menos naquilo que esta mais perto. As manobras da comunicacao do Benfica valem o que valem. Tem o impacto que tem. A utilidade que tem: passaram alguns dias entre o episodio Alan e a entrevista do Eusebio; nao vi na imprensa Portuguesa especial destaque ao caso, caso que o merecia, pelo que, o Benfica quase que poderia nada ter dito.
Ja aquilo que dentro de casa se diz, por adeptos do Sporting: ninguem quer saber. Isto e estranhissimo. Questao cultural mesmo.
Cisto:
ResponderEliminarConfundes as coisas. A condescendência resulta do facto do Eusébio transmitir em todas as suas declarações / acções muito pouca inteligência. E a falta dessa qualidade nada tem a ver com falta de estudos ou formação e muito menos com a cor da pele ou a sua origem num País anteriormente colonizado por Portugal. Dai que a tua sugestão de racismo e pró-colonialismo serem, desculpa lá que te diga, ofensiva para quem... condescendeu...
Não está em causa a existência de racismo há 40 anos em Moçambique. Nem a experiência de Eusébio a esse nível. Se calhar ele até tem razão e sentiu-se descriminado no clube que lhe deu a mão e permitiu-lhe iniciar a carreira de futebolista.. Não sei. O que não se percebe é afirmar, depois de mais de 40 anos de vivência na nossa sociedade, que não gosta do SCP, pq uma filial do SCP era o clube da polícia e racista lá do bairro dele... E mais, chega a dizer que gosta menos do Sporting de Portugal que do de Maputo (antiga-Lourenço Marques). Qual é a sugestão que deixa ficar implícita? Que esses defeitos ainda hj se mantêm no nosso clube. E se não condescendermos, isto é, desvalorizarmos, então levamos a sério as afirmações que Eusébio profere e então temos que as classificar de inaceitáveis.
SL
O MM e o Cisto não devem ter lido a entrevista, senão não vinham com essas frases defensivas em relação ao Eusébio
ResponderEliminarOutro Pelé...
ResponderEliminarExcelente texto.
ResponderEliminarAlém da entrevista de Artur e de Eusébio, há a entrevista de Javi Garcia, também ao Expresso, sem contraditório. Excelente máquina do sr. João Gabriel.
A entrevista tem tanto valor e deixa-me tantas dúvidas como a entrevista do Bosingwa. Sinceramente, gostava de ouvi-las e não lê-las. Pois foram ambas encomendadas e seguiram um guião pré-estabelecido. Quanto à capacidade oratória de ambos, deixo à consideração de cada um e não quero ir por aí.
Eusébio até a figura do universo benfiquista mais consensual e admirada pelo resto do país e, em especial, pelo nosso clube. Não é que conseguiu estragar isso?
Para ser mero fantoche do seu clube, que o utiliza e manda fora e volta a reciclar sempre que quer (se foi assim enquanto jogador, com as sucessivas operações ao joelho não querendo saber da sua saúde futura, quando o dispensou, etc), Eusébio vulgariza a sua figura e a sua dimensão.
Quem leu a totalidade da entrevista (e não só as manchetes), percebe que há uma constante tendência para falar do Sporting, mesmo quando isso não é a temática principal. Das duas, uma. Ou há ali algo mal resolvido e algum peso na consciência, ou há uma deliberação de desviar atenções atacar uma instituição que não se vê envolvida em casos de racismo e que acabou de abrir portas num mercado africano, claramente em ascensão, mercado esse onde o Benfica já foi mais dominador.
E para aqueles que falam só nos anos 60 para justificar os termos que Eusébio debitou, isso não faz sentido pois ele usa, muitas vezes, a forma verbal no Presente e também refere o seu ódio em episódios já na década de 70.
O que é certo é que não se vê nenhum benfiquista a questionar e a reprovar as declarações de Eusébio. E isso quer dizer muito...
Cisto, recomendo a leitura mais atenta do post, em especial a parte final onde se diz:
ResponderEliminar"O que deveria preocupar Eusébio não deveria ser o racismo latente nos primórdios dos anos 60, que não seriam apanágio de nenhum clube em particular, mas que existiria de forma transversal em alguns sectores da sociedade colonial portuguesa. "
Se o fizeres talvez revejas o que escreveste. Quanto ao resto parece-me que o PLF e o Virgilio já responderam por mim, o que agradeço.
Acrescentaria só um ponto que me parece crucial nesta questão e que foi abordada pelo PLF:
Falo da cultura benfiquista, que se opõe à nossa de forma completamente antagónica. Essa é seguramente uma das razões pelas quais, tendo nascido a e vivido no tempo da hegemonia benfiquista.
Anónimo, não produzi frases defensivas sobre o Eusébio. Não li a entrevista, como diz, da mesma forma que não leria uma do Humberto Coelho, não teria interesse. Do Coluna, talvez já lesse.
ResponderEliminarA menção ao Eusébio importa, como: afirmar a sua instrumentalização - como cenário, ou afirmar o seu (naturalíssimo, enquanto benfiquista) direito de não gostar do Sporting. São declarações que danificam a imagem do Eusébio, só, e nada atingem a imagem ou o nome do Sporting.
Aquilo que já atinge a imagem e bom nome do Sporting são as considerações de adeptos do Sporting que resultaram da leitura da entrevista. Censurar o (benfiquista) Eusébio, e não censurar coisas muito piores ditas por adeptos do Sporting é, no mínimo, muito estranho.
O Eusébio afirma que o Sporting de Lourenço Marques era um clube da polícia e de racistas. Os adeptos do Sporting - alguns, muito poucos, chamam-lhe de "javardo" e "preto lampião". O problema é embora sejam alguns, muito poucos, insignificantes, ocupam lugar de destaque num meio como a blogoesfera. Nessa blogoesfera, não são tão poucos quanto isso.
Muito mais gente terá lido o que esses insignificantes disseram, do que aqueles a comprar o Expresso e a ter lido a entrevista do Eusébio. Provavelmente.
Sou do Benfica e lamento profundamente as palavras do Eusébio para com o Sporting, que me merece todo o respeito (apesar de ter preferido um silêncio conivente com o FCP durante o apito dourado, e apesar de ter vendido o capitão para o FCP, a verdade é que não é o Sporting que recebe árbitros em casa, antes apostando na formação desportiva de jovens Portugueses, em várias modalidades, o que valorizo e agradeço). Não vale a pena é ser hipócrita. Muitos Sá Pintos tal como a maioria dos adeptos do Sporting é anti-Benfica. Vamos admitir as coisas como elas são.
ResponderEliminarAbraço a todos os desportistas.
PS. "tentando desviar as atenções para as palavras proferidas por Javi Garcia, quando usou de insultos racistas para atingir Alan no jogo em Braga" isso é falso. Não acredito que o Javi, um dos 10 melhores jogadores do campeonato, tenha dito isso. O Alan deveria ter sido expulso e as suas condutas anti-desportivas deveriam ser penalizadas. Vocês vão jogar contra ele brevemente, tal como com o Mossoró e o Djamal, veremos o que se passa ...
estas entrevistas ao "estremoço", só deveriam ser feitas, depois, de realizado o teste do balão...certinho e direitinho!!! Vocês mês manos de caminho verde, vão me desculpar, mas, não vou levar os comentários desta alimária sério...era tão "racista" o Sporting de Lourenço Marques, que, foi, onde, justamento onde esta "branca de neve" começou a jogar...em vez do Desportivo!!! Tenha paciência!!!
ResponderEliminarEstá visto, o slb descobriu o racismo, activo e passivo...
ResponderEliminarChateia-me mais a primeira caracterização do Sportinguista - clube da elite - do que qualquer outra. O Sporting Clube de Portugal é um clube popular transversal a todo o género humano, até policias! Vejam lá.
Mas há algo de muito positivo nestas afirmações, revelam publicamente a xenofobia do género humano benfiquista contra tudo e todos os que não lhes fazem as vontades. E dito na primeira pessoa pelo seu símbolo maior! Isto é o Benfica que ninguém se esqueça.
Mas há provas do que o Javi disse alguma coisa, ou estamos só a falar para o ar? É uma tendencia de Portugal, as pessoas falarem sem provas, e sem saberem. Há provas pergunto eu?
ResponderEliminarPara quem estudou, nao deveria ser novidade nennhuma que os clubes associados ás elites, estavam tambem associados ao regime, e para quem esteve em Africa percebe muito bem o que isso quer dizer. As elites sempre foram racistas, sem excepcao, e o sporting clube da elite, que nem sequer se identifica com uma cidade portuguesa, éra o clube da elite portuguesa, e por consequente da PIDE. Iso vem nos manuais, de todos os paises, clubes da elite, clubes da repressa, como era o Madrid, por exemplo
Acho que ninguém estava à espera que o Eusébio dissesse que gostava do Sporting, agora a forma como ele expressa esse desgostar é que me faz sentir pena do Eusébio e da pessoa que usa as suas declarações para obter mediatismo (aposto que deve ter dito coisas muito mais interessantes durante a entrevista).
ResponderEliminarA forma como ele faz a sua declaração de ódio ao Sporting é que o diminui e de certa forma demonstra o primarismo básico de como se vive não só o futebol mas o desporto em Portugal.
Ele não se limita a identificar os Sportinguista mas faz um juízo de carácter dos mesmos, não diz que por exemplo o Benfica é o clube dos camionistas, padeiros e estivadores (o que seria unicamente uma maneira de ressalvar a origem da classe social que apoia um clube) mas diz algo similar ao benfica ser o clube da pessoa que levanta a mão à mulher ou que estupra a filha do vizinho.
Isto não pode ser atribuído à falta de oportunidades de estudos como o Cisto bem tenta colar (não deixa de ter uma certa razão mas não neste tipos de declarações, talvez no dos tremoços) o que não falta por este mundo são pessoas que não tiveram oportunidades de estudar mas que no fundo são pessoas inteligentes e bem educadas.
Em relação às próprias declarações do Eusébio é de salientar que as mesmas soam racistas metendo tudo no mesmo saco, as "elites" (o Sporting na década 50 quando eusébio está a crescer é o maior clube nacional, sendo tanto das elites como do povo, essa constatação só fará sentido mais tarde) e a policia durante o colonialismo de certeza que não eram compostas só de boas pessoas mas isso quanto maior é árvore maior é a probabilidade de lá ter maças poderes (obg Jeb...).
Isto tudo para dizer que o Sporting deveria fazer um comunicado dizendo que o Eusébio foi, é agora o Figo e será o Cristiano Ronaldo, um expoente máximo do desporto Português e que é com tristeza que constata que as declarações do Eusébio só servem para o diminuir de expoente de desporto para uma espécie de expoente de clubismo, sendo que a instituição Sporting e mesmo a do Benfica merecia mais respeito duma pessoa que deve a vida ao desporto
Aluns até chegaram a pensar que era o troco à brincadeira com o Mantorras, em vésperas do derby. Como se esta entrevista nascesse da noite para o dia.
ResponderEliminarOs insultos do Xavi foram proferidos no jogo que opôs o Braga ao Benfica na época passada.
"um silêncio conivente com o FCP durante o apito dourado"
ResponderEliminardeve ser daquelas mentiras que vão ser contadas durante anos e anos até se tornarem verdade tal como o facto do campeonato de 2001/02 ter sido ganho por causa dos penaltis do Jardel...
a única razão pela qual o benfica batalhou pelo apito dourado foi porque estava a tentar mudar a balança do poder obscuro do futebol português. Essa mudança foi tão óbvia e transparente que não teve forma de durar mais que uma época e mesmo com os processos em cima o PC facilmente voltou a ter mão no futebol português.
A forma como o benfica lutou contra o apito dourado faz lembrar as crianças que fazem birra nos supermercados atirando-se para o chão e berrando para ver se os pais com vergonha lhes dão um doce no final.
Revejo-me inteiramente neste (mais uma vez) excelente artigo que trata a matéria nos seus pontos essenciais.
ResponderEliminarAntónio Matias.
Há algo que peço desculpa mas não estão a ser correctos. O Eusébio fala do Sporting de Lourenço Marques e o Expresso coloca apenas "Sporting" na capa da revista. Isto é o que eu chamo de mau jornalismo. Se por acaso tivessem perdido um bocadinho de tempo a ler a entrevista provavelmente cosneguiam compreender que o homem não falou mal do Sporting Clube de Portugal.
ResponderEliminarMas como é mais fácil apenas emprenhar pelos ouviso...
Pulha Garcia,
ResponderEliminarVou dar de barato que Javi seja um dos 10 melhores jogadores do campeonato, mas isso não garante por si só que não tenha proferido a frase que proferiu. O Maradona era o melhor do mundo e fazia o que fazia...
LdA, os jogadores passam os jogos inteiros a trocar insultos entre si e com o árbitro, de quando em vez um é expulso, às vezes por dizer "isto é uma vergonha" como foi o caso de Paulo Bento nas Antas.
ResponderEliminarTenho dificuldade de perceber porque é que um insulto racista tem maior valor que um de outra índole.
Será que a rapaziada da bola pensa mesmo que são todos filhos da Catarina?
Resumindo e concluindo, por mim eram os dois castigados com dois jogos de suspensão, não pelas palavras mas pelo comportamento de putos birrentos e mal educados.
A opinião de Eusébio, que fique ele com ela, homem tão protegido que provavelment nem pensa que há racismo noutros clubes... incluindo o dele (dentro e fora de campo, já agora)
ResponderEliminarMas vergonhoso mesmo, foi essa capa de revista. é realmente uma capa infeliz, e só prova o que vai dentro dessas publicações.
É, sem dúvida, o 3º melhor jogador de sempre do futebol português. Depois de Figo (2º) e Cristiano Ronaldo (1º). Em termos de inteligência é o 2.346...Saudações Leoninas.
ResponderEliminarSe o Sporting era um clube racista como obedientemente frisou na entrevista, deveria dizer que o benfica era um clube xenófobo. Só em 1979 (4 anos após o 25 de Abril), foi decidido em assembleia geral que poderiam jogar estrangeiros no benfica. Nos dias que correm continua igual, mas são os portugueses que agora são ostracizados no clube de carnide.
ResponderEliminarPTM
ResponderEliminar"A forma como o benfica lutou contra o apito dourado faz lembrar as crianças que fazem birra nos supermercados atirando-se para o chão e berrando para ver se os pais com vergonha lhes dão um doce no final."...O Benfica lutou CONTRA o apito dourado?!?!?!?
So alguem com menos neuronios ainda que o Eusebio pode fazer uma analogia como essa do suprmercado.
E dizer "nao gosto do sporting..." e sinonimo subitamente de "odeio o sporting..."? Nao pode ser "detesto", "nao me diz nada...", "nao o defendo"...somente "odeio"?!?
Eu se fosse o teu pai retirava-te o magalhaes das unhas.
Valente anónimo
ResponderEliminarquando fazes extrapolações sobre o carácter de pessoas para apelidar as apelidar de racistas eu chamo isso ódio, alias qualquer crime baseado no preconceito é referenciado de crime de ódio. se preferem chamar recalcamentos do Eusébio ou estupidez pura é outra coisa. A minha referencia ao ódio vem do racismo e não do "não gosto do Sporting".
em relação à analogia do supermercado não compreendo a tua questão, nem me importa muito
não entendo porque não se pode ter uma troca de ideias sem entrar no combate pessoal , mais um justiceiro da internet completamente pueril.
Nao deves ter percebido muito bem..."No meu bairro...", para ti quer dizer o que? Moçambique inteiro? Portugal e ilhas? Todos os sportinguistas? O Sporting? O que...?
ResponderEliminar"No meu bairro" quer dizer somente "eu vivia num sitio assim e assado e la assisti a isto e aquilo."
Tudo o resto é a tua predilecçao inconsciente para falar mal do Benfica ou dos benfiquistas a vir ao de cima.
Se na tua cidade ha um bairro onde se vende droga e os dealers andam de cachecol do Benfica isso nao faz do Benfica um clube de dealers ou drogados. Mesmo que tu des uma entrevista e digas que quando viveste naquele bairro os benfiquistas vendiam droga. Percebeste o exemplo? Naquele bairro acontecia isso, noutros outras coisas. Ha diferenças entre episodios contados por pessoas a 50 anos de distancia e toda uma generalizaçao protagonizada por ti e alguns dos teus amigos de clube.
Eusebio - "No meu tempo, onde eu vivia as coisas eram assim" ; sportinguista desatento - "Aquele gajo disse que o meu clube e um clube racista, ai p*%to de m$&da?!?
Sao diferenças no especificar do lugar, ou entre o tempo passado e presente...compreendo que tenhas dificuldade em perceber isto. E nem e uma extrapolaçao que estou a fazer sobre o teu caracter, a tua inteligencia ou a falta dela, ate porque estas a demonstrar ser mesmo um pouco limitado. Nao e um preconceito meu em relaçao a ti, e mesmo a imagem que estas a passar.
Sublinho portanto o TEU "primarismo básico de como se vive não só o futebol mas o desporto em Portugal." Assim como a tua hipocrisia ao vires falar de "preconceitos" ou "recalcamentos".
Eu curto é os lamps a dizerem que o Sporting ficou calado durante o Apito Dourado...mas afinal quem é que denunciou o sistema e como tal o Apito Dourado?! Não foi o Sporting?! A sério não é dizendo uma mentira várias vezes que ela se torna verdadeira...depois as coisas foram para tribunal e aí o Sporting limitou-se ao silêncio porque já não tinha nada a ver com o caso e os tribunais que resolvessem.
ResponderEliminarAo Anônimo das 19:22
ResponderEliminarQue se saiba nada do que foi transcrito pela revista única do expresso foi desmentido pelo Eusébio. Dito isto, passo a reproduzir uma frase da sua autoria. Atenção repito que a frase que se segue é 'Eusébio dixit':
"Eu nem do Sporting de lá gosto (Moçambique), quanto mais do de cá (Portugal)."
"GOSTO" - 1.ª pessoa do singular no PRESENTE do indicativo do verbo gostar.
Portanto, o Eusébio, não GOSTA, ainda hoje, do Sporting de cá, porque, passo a apresentar as suas razões: há 40 anos o Sporting de lá (Lourenço Marques) era racista... OK, conceda-se... Apesar de custar um bocadinho a acreditar. Vejamos: o tal clube racista, que não gostava de pessoas de cor, deu-lhe a chance de vingar enquanto futebolista (mesmo sendo...negro), ao contrário da filial do sport lisboa e benfica, o Desportivo... (Facto que ele próprio confirma nesta mesma entrevista: "...o "Pantera Negra", refere que apenas jogou no Sporting de Lourenço Marques, quando vivia em Moçambique, porque o treinador do Desportivo nunca o “deixou treinar”..."). Foi uma ENORME descriminação aquela que o Sporting de Lourenço Marques lhe fez... Pois foi, sim senhor... coitadinho do moço. O Desportivo, que não era nada racista é que estava coberto de razão ao não lhe conceder uma oportunidade que fosse.
Meta a viola no saco porque no post não há nenhuma passagem que refira que não haja ou deixe de haver sportinguistas (ou benfiquistas) em Moçambique, no Canadá, em Portugal ou na conchichina que sejam racistas, antes ou agora. O que se critica é, esse sim, o preconceito mal resolvido do Eusébio (que pelos vistos dura há décadas...). Através duma experiência na filial do SCP na antiga Lourenço Marques e que, pelos vistos, considera negativa, generalizou (expressão do caro anônimo) para o SCP... Só mais uma achega: ainda bem que o racista do treinador do Sporting de Lourenço Marques era um gajo preconceituoso. Se fosse como o treinador do Desportivo de Maputo, certamente um gajo porreiro e que adorava gente de cor (como o Eusébio), a estas horas o mais certo era o Eusébio estar a assentar tijolos em Maputo, ao invés de dar entrevistas ao Expresso...
Depois disto, espero que não me apareça por aqui mais nenhum lampião a dizer qualquer coisa do estilo... Há pois e tal, o Eusébio tem toda a razão, porque do que vcs sportinguistas malandros, racistas, anti-Eusébio, não se lembram é que “bonito, bonito são os tomates a bater no pito”...
Eusébio na Bola, hoje:
ResponderEliminar«O Alan, do Braga, veio queixar-se que Javi chamou-o de preto. Ele é preto e devia de ficar ofendido se o chamassem de branco. Quantas e quantas vezes chamaram-me preto, mas nunca fiquei ofendido, porque sou realmente preto. Alan é um estúpido», defendeu Eusébio à margem da apresentação do novo livro de João Malheiro.»
PLF, LdA, Virgilio e demais:
ResponderEliminardevo dizer que o que comentei não foi a entrevista do Eusébio, que não li, mas as vossas alegações em relação à sua falta de inteligência. Reagi às mesmas com alguma veemência tendo em conta o contexto etnico-cultural do Eusébio (atire-me a primeira pedra aquele que nunca ouviu piadas racistas que envolvam a inteligência do Eusébio, ou que me atirem com um camião TIR em cima aquele que nunca ouviu a sugestão em forma de anedota de que os pretos são burros).
Para mim, qualquer sugestão, por mais rasante que seja, de racismo repugna-me visceralmente. Mas no vosso entender essas vossas especulações (até se fazer um teste de QI ao Eusébio não passam de especulações, penso que concordam cmg aqui) não entra nessa categoria.
Ora o problema reside aí mesmo. Não vale a pena ir mais por aqui, uma vez que o entendimento do que é o racismo não será feito por esta via.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarAfinal o mal está descoberto. Eusébio sofre de esquizofrenia.
Mas já dizia o Nel Monteiro:
"Ser velhinho neste mundo
é o mais duro que há.
Quase que ninguém se lembra
que também vai para lá".
Por isso, não vamos mais gozar com ele e tentar perceber a incoerência do seu fraco pensamento.
Ou essas declarações são mais uma prova que ele ditou uma entrevista (a mando de alguém), em vez de falar pela sua cabeça?
Como diria um luso sul-africano que conheci: ' é possível tira os pretos do mato, mas é impossível tirar o mato da cabeça deles '
ResponderEliminarUm idiota chapado movido a Logan. Fica devolvida a ofensa.
Cisto,
ResponderEliminarO post é claro: versa sobre uma opinião (sem qlq fundamento) de Eusébio sobre o SCP. É isso que se critica, o teor dalgumas das suas ideias expressas na entrevista que deu ao a uma revista /semanário e que visam injustamente o SCP.
Qt à facto de 'achar' o Eusébio pouco inteligente… Ía deixar de emitir essa opinião só pq ele é duma raça diferente da minha? Ou porque outros se apropriam do facto de ele ser doutra raça para a tentar menosprezar através de anedotas estúpidas e episódios caricatos do próprio no passado? Desculpa lá, mas se cedesse a essa situação estaria, aí sim, a ser racista de alguma forma… A minha opinião foi formada com base nas muitas intervenções que já vi, li e ouvi dele e não tem qlq base na cor da sua epiderme. Que fique claro que a raça do Eusébio não teve aqui qualquer peso. A minha opinião sobre o que ele agora disse seria exactamente a mesma, caso fosse branco, amarelo, roxo ou azul às pintinhas cor-de-rosa. E a sua naturalidade ainda me interessa menos. Não existe, da minha parte, (e conhecendo o LdA como conheço, tenho a certeza que tb não existe da parte dele), qlq sentimento de superioridade suportada no facto de eu ser branco e o Eusébio não.
Estou á vontade para criticar pessoas doutras raças, doutros clubes, doutras origens, altas, gordas, magras, feias ou bonitas, porque não as avalio nesses termos. Aliás, a provar está o facto de o maior alvo das minhas críticas neste meio (blogosfera futeboleira), ter sido alguém da mesma raça que a minha (branco mais branco não há… até a cabeleira resplandece de tão alvo) e do mesmo clube que o meu. Chegou a ser seu presidente. Repara bem do que me livrei: imagina que o dito cujo, era duma raça diferente da minha…
Só para concluir, fico satisfeito por te empertigares tanto contra qualquer resquício de racismo. Mesmo se, no presente caso, o tenhas feito de uma forma extemporânea. Contra o racismo será qualquer pessoa que não seja ignorante, preconceituosa, estúpida, no fundo e resumindo numa palavra: BURRA!
Abraço e SL.
Virgílio, n concordamos neste ponto, e já estava à espera do 'não tem nada a ver com a cor da pele' (a discórdia vem precisamente dessa empedernida recusa de em Portugal se achar que existe racismo), mas não deixo de retribuir as mais cordiais saudações leoninas. Aliás, envio-as a todos.
ResponderEliminarCisto:
ResponderEliminarAcredita: eu falo do que sinto.
Estás enganado. Duplamente. Primeiro pq para mim "não tem mesmo nada a ver com a cor da pele" segundo, pq não pretendi passar a ideia de que não acredito que haja racismo em Portugal. Não só acredito, como lido (indirectamente) com o... fenómeno. E frequentemente. Para que saibas estou neste momento a gerir duas equipas que têm 11 pessoas (Uma com cinco elementos e outra com seis). Qts é que são portugueses? Um. E nem te passa pela cabeça as situações e/ou bocas que já assisti contra os 'monhés' (indianos, paquistaneses) ou contra os 'mafisosos de leste' (ucranianos, romenos ou moldavos)... Mimos provenientes até de clientes institucionais, cujos representantes deveriam ter mais cuidado com algumas afirmações e/ou comportamentos... Pode ser que um dia se proporcione uma troca de ideias e experiências sobre o tema. Pessoalmente e noutras circunstâncias. Sem falsas modéstias: há gente tão tolerante e sem preconceitos como eu, mais será difícil...
Renovo o abraço e as SL.
:)
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