Quem, após o episódio com Liedson, imaginaria que Sá Pinto estaria hoje sentado no banco de suplentes, ostentando a braçadeira de treinador da equipa principal do Sporting só poderia ter uma imaginação muito fértil. Mas Sá Pinto, tal como conseguiu superar os efeitos produzidos pelo soco num seleccionador nacional, conseguiu não só sobreviver ao triste episódio Liedson (então se não o mais carismático pelo menos mais aclamado jogador do Sporting), como "regressar à vida" num lugar de maior destaque. O inconformismo que era sua imagem de marca em campo parece ser também a sua forma de estar na vida.
Um caso merecedor de atenção e até, quem sabe, de estudo, até porque o agora treinador do Sporting está longe e ser um menino querido da comunicação social e outros capazes de promover e destruir aplicando critérios difíceis de perceber à vista desarmada.
Mas o que poderá o Sporting ganhar agora com a chegada de Sá Pinto ao banco? Quase todos apontam na emulação da "raça", da "vontade" que, enquanto jogador, demonstrava em campo. Já um pouco farto do chavão desgastado, perguntava-me o que pensaria o próprio sobre o assunto.Detive-me no que disse ontem o treinador:
Tem apontado a garra como a imagem de marca das suas equipas. Esse será o seu lema?
Sem dúvida que é a minha vontade. Mas não
dissocio a garra da qualidade, têm de estar juntas. Não
é só correr, é saber correr, como correr e quando
correr. Para isso é preciso qualidade e atitude para os
objectivos colectivos serem atingidos.
Depois de me aperceber disto só tenho razões para ficar um pouco mais tranquilo. Haja tempo para implementar novas ideias, haja a sorte sempre necessária e que nunca falte garra.
P.S.- A chegada de Jorge Castelo à equipa de Sá Pinto, muito mais que a inclusão de Porfirio, é um elemento digno de nota. Sendo um académico ligado à operacionalização do treino, a sua chamada revela pelo menos o reconhecimento de uma necessidade, o que é o primeiro passo para a resolução de um problema. Este foi um aspecto que deixou muitas dúvidas no trabalho de Domingos, por aquilo que equipa foi e sobretudo não foi fazendo em campo.
Não posso, por desconhecimento, contribuir para a discussão sobre o acerto da escolha do ponto de vista da capacidade técnica, como o fazem o
Lateral Esquerdo e a
Bancada Nova. Mas não deixo de a abalizar pelo menos do lado do senso comum. Numa equipa técnica marcada pela juventude, a inclusão de um elemento mais velho pode introduzir algum equilíbrio. Porque somos os mesmos mas não somos iguais aos 20, aos 30 ou aos 40 anos...
O bancada nova não é permitido...
ResponderEliminarJorge Plácido, não me çembrei desse pormenor.
ResponderEliminarEspero que o autor não se importe, disponibilizo o essencial:
parece-me, também pelo discurso e sobretudo pela forma como os juniores jogam, que Sá Pinto (Duque e Carlos Freitas) procuraram no mundo académico quem tivesse experiência na operacionalização das suas ideias. Isto é, não estarão tão interessados nas ideias sobre o jogo de Jorge Castelo, mas interessados em chamar a sua base teórica sobre treino para desenhar os treinos através dos quais pretendem implementar essas ideias.
Será possível? Será que a desenhar os treinos não passarão demasiadas das ideias de Jorge Castelo que não quereria ver implementadas (o enfoque na transição, na rapidez em chegar à baliza adversária, por exempo)? Para já é(-me) impossível saber. E claro que preferiria como suporte de Sá Pinto alguém que partilhasse as mesmas ideias que foram introduzidas nos juniores. Era sobre isso que me interrogava e há algo que me deixa esperançoso: a forte personalidade de Sá Pinto e a forte personalidade da sua equipa de juniores poderão fazer com que, na programação conjunta desses treinos ou na verificação de que estes não preenchem o idealizado (por exemplo, percebendo que quer pedir mais inteligência e flexibilidade aos jogadores do que as limitações impostas por um determinado exercício, ou através do feedback que recebe dos jogadores), haja um ajustamento às ideias de Sá Pinto. E depois, um pouco de diversidade pode fazer bem.
Já vai longo e não falei ainda do que pretendia, que era precisamente a demonstração de inteligência de Sá Pinto nesta declaração: “Conversar com eles [os jogadores] para perceber o seu estado de espirito. E logicamente passar as minhas ideias e o meu modelo de jogo para a equipa do Sporting. Essas ideias não são passadas de uma só vez, se não era muita informação, são progressivas. Nesta altura o mais importante é perceber que eles estão interessados em percebê-las”.
Um caso merecedor de estudo, sem dúvida. Como um clube da dimensão do Sporting readmite para treinar a sua equipa de juniores, primeiro, e a sua equipa principal, depois, alguem que poucos meses antes agredira, enquanto director desportivo,o mais emblemático jogador do clube dos últimos 10 anos e que, já antes, tinha o seu passado repleto de episódios do mesmo género, uns mais públicos que outros.
ResponderEliminarSem o apoio da comunicação social, e de outros com critérios. Por que os critérios aqui lixavam o esquema todo. Por que razão Mourinho não treinou o Sporting? Na resposta a esta pergunta encontramos a resposta a muitas outras.
Era muito interessante analisar-se por que razão Sá Pinto, apesar desses episódios, da falta de provas dadas como técnico, da evidente falta de perfil emocional para gerir situações de tensão, da falta de apoio da comunicação social e de muitas das vozes avisadas que ainda restam ao clube, apesar de tudo isso, ocupa de forma sucessiva diversos cargos na estrutura de futebol do Sporting.
O silencio ensurdecedor da blogosfera e da própria CS quanto a este tema diz muito do estado actual do clube.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarSó é pena que o texto não esteja um pouco mais escorreito.
Galvão99,
É de facto bizarro e merecedor de reflexão a razão pela qual o Sá Pinto, depois de tantos erros cometidos, continua a figurar entre as principais figuras do Sporting. Que não haja dúvidas que o próprio Sá Pinto soube alimentar a sua relação com as bases do clube e manter um discurso que agrada sobremaneira a uma quantia não pequena de adeptos. Os constantes apelos ao sportinguismo são sinal disso mesmo e acredito que muitos serão tão racionais (no sentido de fomentar essa relação com os sportinguistas) quanto emocionais (i.e., não interesseiros).
Estamos também de acordo relativamente ao perfil emocional. Sou da opinião que o Sá Pinto é uma bomba-relógio e a única coisa que desejo é que o temporizador da bomba tenha prevista a detonação para daqui a muitos anos e que, no processo, leve o Sporting ao patamar desportivo que se deseja.
Em suma, concordo consigo em quase tudo: que o passado e o perfil de Sá Pinto desaconselhariam a sua ascensão a treinador principal, que uma escolha como Sá Pinto é muito fácil de aceitar para algumas camadas mais radicais do clube. Será o suficiente para desconsiderar a decisão de colocar a treinador principal? Penso que não.
Um ponto prévio: a atitude do Sá Pinto com o Liedson (e com o Artur Jorge, já agora) está longe de ser defensável, mas isso não significa que a responsabilidade/culpa esteja toda do mesmo lado (do Sá Pinto). Quem tem memória do "reinado" de Artur Jorge no comando da selecção, ou quem conheça o muito que se perdoou ao Liedson enquanto esteve no Sporting (e houve coisas imperdoáveis) não é tão rápido a julgar.
Mas o que mais me importa - porque o que lá vai, lá vai - é o que me parece ter motivado esta escolha para treinador. Não me parece que tenha sido a Juve Leo a ser influente - o choque generalizado com a saída de Domingos, cujos resultados miseráveis, discurso e opções erráticas, não eram minimamente postos em causa - assim como não foi a Juve Leo a ser influente na hora de impedir o Mourinho de vir treinar o Sporting. E o que é curioso é que foram decisões tomadas (ou pelo menos fortemente influenciadas) pela mesma pessoa: Luís Duque.
Em 2000, Duque tomou uma decisão arrojada e foi boicotado pelos "papagaios" que muitos criticam no Sporting. Conclusão, pouco tempo depois de ter sido obrigado a retroceder numa decisão que poderia ter mudado o futuro do clube (ou o de Mourinho...), saiu. Desta feita, Duque tomou outra decisão que, pese embora a impopularidade para a generalidade das pessoas (sinceramente, tirando o Leão de Alvalade e o Virgílio, não vi quem estivesse de acordo...), levou até ao fim.
Importa talvez perceber o que motivou esta decisão. Talvez seja importante perceber quais são as ideias do Sá Pinto, o que pretende implementar na equipa principal. Foi também pela sua personalidade e pelo reconhecimento da sua capacidade de liderar a equipa principal que o Paulo Bento foi promovido e acho que nenhum sportinguista poderá dizer que foi uma má decisão. Não se sabendo quais são as ideias, talvez seja melhor esperar para ver. Digo eu... porque criticar o que não se conhece está visto que não vale grande coisa.
Só lhe posso dizer isto: segui a formação do Sporting com muita atenção durante os últimos anos. Conheço os jogadores até à semana passada treinados pelo Sá Pinto desde que são infantis. Nunca vi uma equipa na formação do Sporting - e vi muitas boas equipas - a jogar com estes princípios de jogo, com tanto sucesso. A única que se aproximou, a um nível mais fácil, foi a de juvenis A do Luís Couto, em 2005/2006. Vale o que vale.
PLF,
ResponderEliminarNão se trata de criticar o que não se conhece. O problema está no que se conhece. E não me refiro aqui à capacidade técnica.
O resumo que faço da situação não é muito diferente do seu, com excepção das agressões (não gostaria que o Sporting fosse um clube onde os problemas fossem resolvidos à pancada, qualquer que seja o problema a resolver), e tambem não concordo com o "pode ser que saia dali um treinador".
Essa vontade, nobre e bem intencionada, deve elevar-se da condição de desejo à de critério único no momento de escolher um técnico de futebol em qualquer clube verdadeiramente prossional?
É muito pouco, é o fazer girar a roleta. O Sporting foi ao casino, outra vez. Se correr bem, foi contra todas as expectativas, se correr mal, era evidente. Mas bem sabemos que a bomba relógio vai precisar mais do que de um milagre para demorar vários anos a rebentar e que milagres não acontecem todos os dias. Já o andamos a tentar há muitos anos...
Exibição DEPLORÁVEL!
ResponderEliminarDesisto...depois de mais uma exibição a roçar o que de pior se pratica em termos de futebol no Nepal ( com todo o respeito pelos jogadores deste país ), só tenho mesmo é que ir ver novela da próxima vez que jogarmos!!!
ResponderEliminarDesculpem-me o Francês, mas Foda-se não me venham dizer k o paços plantou o autocarro e não quis ganhar o jogo...porque uma "equipa" a jogar em casa que faz o 1º remate à baliza (digno desse nome ) aos 90m, e tem um caralho de um avançado, k já nem penaltis sabe marcar, Puta que os Pariu a todos...
ResponderEliminarGostava de saber se o Polga assinou um contrato tipo daqueles k se faziam durante o PREC , em que o patrão no 1º dia de trabalho lhe disse: "não precisas trabalhar, só tens de ir aparecendo..."
Com adeptos como estes Anónimos não precisamos de adversários...
ResponderEliminarÉ claro que o futebol foi mau, esperavam que no estado anímico em que a equipa se encontra e depois do jogo de 5ª feira houvesse algum milagre?
Há que dar algum tempo ao Sá Pinto, e digo isto quando este não era a minha primeira escolha para treinador, dentro do mercado nacional preferia o Pedro Martins.
João
EU NÃO QUERO MILAGRES, QUERO APLICAÇÃO, QUERO GARRA, TRABALHO. ESFORÇO, LUTA...E IDEIAS DE COMO JOGAR À BOLA CONTRA EQUIPAS COM 1/8 DO ORÇAMENTO DA NOSSA!!!!!
ResponderEliminarGostei muito de ver hoje finalmente fomos uma equipa a jogar futebol!
ResponderEliminarRealmente não tivemos muitas oportunidades de golo, mas houve sempre a intenção de construir jogo ao invés de ser só correr à espera que alguém nos tire a bola!
Gostei particularmente do Schaars e do Ismailov (definitivamente o nosso melhor jogador) e mais uma vez gostei dos 3 suplentes.
O Polga por outro lado está com um galo do caraças, de cada vez que perde a bola há uma jogada de perigo contra!
Se o público aplaudisse as boas jogadas que faz com o mesmo fervor que o assobia, era de longe um dos jogadores mais aplaudidos em Alvalade!
Numa nota final, vimos novamente um árbitro a sofrer do "Síndrome Vamos vingar o castigo ao João Ferreira".
A ver vamos até quando vai andar este Síndrome no ar...
Uma sugestão ao PLF:Abra a sua Bancada Nova a todos nós, restringindo ou moderando os comentários. Os Sportinguistas que sempre gostaram dos seus escritos agradecem.
ResponderEliminarO Liedson é tão emblemático que para o ano está no Porto!Tem mais sportinguismo uma unha do Sá do que o corpo inteiro do Liedson!Por à anos ter cometido alguns erros, tem agora que ser condenado para sempre? Foram complacentes com 8 meses (péssimos) de Domingos, mas não perdoam nada a quem lá está à uma semana! Isto não é nada com o Sá isto é para derrubar a Direcção, ele é apenas um meio para lá chegar! Amanhã lá estarei a apoiar e a mandar à MERDA os assobiadores!S.Leoninas.
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