Fez ontem 46 anos que o Sporting clube de Portugal ‘virou’ uma eliminatória perante o colosso Manchester United, numa época em que o clube inglês tinha, ao seu serviço, dos melhores jogadores mundiais e, em consequência, constituía uma das formações europeias mais potentes. E não o fez de uma forma qualquer, fê-lo de goleada.
Mas, é sabido que para que tal feito histórico pudesse suceder, o conjunto de técnicos e plantel do SCP mentalizou-se e uniu-se em torno de um objectivo maior e os nossos dirigentes souberam dar-lhes as condições para que o pudessem alcançar.
Ora ontem, nada disso se passou. O que se passou, aliás, o que se tem passado durante toda esta temporada, melhor ainda, o que se vem repetindo amiúde e tende a eternizar-se, época após época, é que o SCP começa a perder, neste caso a ser eliminado, ainda antes dos noventa minutos dos encontros se iniciarem.
Mesmo quando (aparentemente) estariam reunidas todas as condições para nos apurarmos para os quartos-de-final da Liga Europa, com a equipa a atravessar um bom momento, com um jogo em Madrid disputado em circunstâncias muito difíceis obtendo uma performance heróica, com um adversário acessível, com uma enchente no Estádio de Alvalade como há muito não se registava e uma ‘onda’ verde de renovada esperança entre os seus adeptos, eis que, invariavelmente, algo de pernicioso acontece. Desta feita, mais um caso de indisciplina despoletada na pior altura (não há altura boas, mas…) e logo tendo como intérprete um dos atletas mais insuspeitos…
O início trapalhão do jogo na noite desta quinta-feira protagonizado pelo Sporting, não se coaduna, em nada, com a confiança que os jogadores vinham revelando e não me custa a perceber que o que se passou no seu preâmbulo tenha contribuído para esse facto. O golo a seco, acentuou ainda mais o latente nervosismo.
Saleiro e Liedson ainda se encarregaram de empatar o encontro, mas logo depois a remendada defesa do Sporting permitiu um dos golos mais fáceis da carreira do Kun Aguero. Um golo ridiculamente fácil…
O dois a dois surgiu na altura ideal, à beira do intervalo (foi mesmo Polga o responsável?), mas nem isso permitiu recuperar o bom futebol que os jogadores leoninos vinham evidenciando. Para a segunda parte cresciam legitimas esperanças de todos nós noutro ‘volte-face’, mas De Gea evitou nova celebração a Saleiro e a cabeçada de Pereirinha às malhas laterais, indiciavam a falta de sorte e clarividência que existiram à 46 anos atrás e que ontem estiveram ausentes.
Face a isto, não é de estranhar a eliminação do Sporting às mãos de mais um clube que sentimos estar perfeitamente ao nosso alcance… Como em tantas e tantas outras ocasiões do passado. Dois empates e uma eliminação europeia: assim termina a famigerada época futebolística 2009/2010. Agora, temos no futuro próximo mais uma ‘novela’ para gerir e uma nova época a preparar… de preferência convenientemente.
Quero enviar um grande abraço solidário e amigo ao
JG que à distância sofreu enormemente (nem consigo imaginar o quanto…), sempre pendente dos sms que atravessavam o atlântico com as notícias originárias deste nosso pequeno ‘rectângulo’ e destino no grande país irmão. Com muita pena minha registei que tais noticias apenas tiveram o nefasto efeito de lhe provocar uma incontornável de apetite. E pronto… foi mais um Leão que ficou sem jantar…
Antes de terminar, permitam-me uma nota pessoal... A noite de ontem foi negra, é certo, no entanto para mim nem tudo foi mau: pela primeira vez tive o meu filhote a sofrer comigo ao longo do jogo e, ao colo, nos últimos momentos… Foi, sem dúvida, uma bela forma dele antecipar o presente do dia do pai e a confirmação de que
“o Sporting é o nosso grande Amor”… E podem crer que este sinal dele, vale OURO! Haja esperança, apesar de tudo. Ficam ainda os desejos do
“ANorte” de um bom dia a todos os Pais Leões.