2 visões sobre a reestruturação financeira
Uma vez mais, temos vindo a ser prendados com a mensagem "Ou isto ou a desgraça" a que o anterior presidente nos habituou. É tal a vontade de aplicar este mesmo plano que pouco ou nenhum tempo se tem despendido para prestar esclarecimentos quanto ao mesmo. Quem esteve presente nas recentes AG's sobre o tema sabe perfeitamente o ambiente que se viveu e a forma como foram tratados aqueles que fizeram questões e pior ainda, a forma como a maioria dessas perguntas ficou sem resposta.
Creio que a maioria dos Sportinguistas está resignada quanto ao Plano, uma vez que o argumento de "poder investir mais no futebol" torna-se realmente apelativo. Contudo, pouco se refere que o valor recebido pelas emissões de títulos financeiros servirão exclusivamente para abater a dívida e não será dinheiro fresco nos nossos cofres. A possibilidade de investir mais no futebol resume-se à folga em termos de gestão de fluxos de tesouraria e redução nos juros, embora, não exista uma indicação clara e tácita de quais os montantes que se vão "poupar" e libertar para o futebol. Em minha opinião, dizer que o SCP vai passar de 12M para 9M em juros é deveras vago.
Mas o que me preocupa não será tanto as questões financeiras, uma vez que reconheço que um "balão de oxigénio" financeiro será benéfico para a gestão do Sporting - isto sem ter em conta quem possa estar a dirigir e a sua estratégia. Preocupante é a "ilusão" de controlo do capital da SAD, que não é sinónimo de controlo "garantido" da sociedade. Face à dispersão do capital e limitações estatutárias, o SCP arrisca-se a utilizar apenas 26% dos votos, existindo dispersos no mercado outros 49%. Aqui surge o argumento que o SCP tem as acções de Tipo A - um género de "Golden Share" nas sociedades desportivas - mas que conferem poderes apenas em matérias específicas. Assim, nada impede a união entre 3 accionistas, cada um com 10% do novo capital da SAD leonina, e ditarem a gestão operacional do clube. Ou seja, o SCP pode vetar a venda de imobilizados ou alteração de estatutos, mas pode perder o poder de decisão sobre quem será o treinador ou os jogadores a contratar.
Esta é a interpretação que eu e muitos outros sportinguistas fazemos e que já por diversas vezes questionámos, sem nunca ter uma resposta. O processo nunca foi transparente e os esclarecimentos foram sempre vagos. Face ao exposto, a dúvida subsiste e as assinaturas de cruz já há muito que são desaconselhadas.
Falar das finanças do Sporting não é uma tarefa fácil, principalmente para alguém como eu que não tem conhecimento particular ou profundo, quer contabilístico, quer económico. Mesmo assim e correndo o risco de dizer algumas asneiras técnicas que, estou certo, rapidamente serão detectadas e corrigidas na caixa de comentários, vou tentar neste post dar a minha interpretação da reestruturação financeira que se prepara para ser feita na Sporting SAD.
As primeiras questões que me surgem quando confrontado com este assunto são:
- Porquê outra reestruturação financeira?
- É realmente necessária esta operação?
Ambas as perguntas entroncam numa mesma resposta, o sucessivo acumular de prejuízos ano após ano colocaram a contabilidade do Sporting ao abrigo do artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC) que diz, de modo abreviado, que se uma sociedade apresentar capitais próprios iguais ou inferiores a metade do seu capital social tem de adoptar medidas para ultrapassar essa situação.
Perante a actual condição contabilística a resposta à segunda questão é simples. Esta operação é não só necessária como urgente, e urgente porque caso a Sporting SAD não inverta esta situação, os seus credores podem pedir a insolvência da sociedade.
Diz também o artigo 35 º do CSC que a assembleia-geral a ser convocada pela direcção, deve ter pelo menos os seguintes pontos para serem deliberados pelos sócios:
a) A dissolução da sociedade.
b) A redução do capital social para montante não inferior ao capital próprio da sociedade, com respeito, se for o caso, do disposto no nº1 do artigo 96 º.
c) A realização pelos sócios de entradas para reforço da cobertura do capital.
A operação de reestruturação financeira inicia-se com o ponto b), suponho que não passou pela cabeça de ninguém o ponto a), e que o bolso da Controlinveste só serve para comprar e não para cumprir o ponto c).
Trata-se de uma operação de “cosmética” contabilística, a Sporting SAD reduz o seu capital social para metade, por outras palavras elimina os sucessivos prejuízos através do seu capital social (abate divida) e simultaneamente faz um novo aumento de capital ficando assim em situação legal e com os seus prejuízos “pagos”.
Mas a operação não termina aqui, a Sporting SAD precisa também de se recapitalizar, de ter dinheiro fresco, é aqui que entram as VMOC. Se o dinheiro relativo ao aumento de capital pode e deve ser considerado “cativo”, as VMOC são de uma forma simplista um empréstimo. A Sporting SAD vende 55 milhões de VMOC’s ao valor unitário de 1 euro e promete que no prazo de 5 anos estes valores serão obrigatoriamente convertidos em acções da SAD. Esta operação pode ou não resultar na perda da posição maioritária do Sporting na SAD. Para mim isso não constitui um problema, à priori, ficando uma melhor análise dependente de saber qual a composição final percentual dos diferentes accionistas, mas não acredito que existam posições maioritárias sem a presença das acções detidas pelo Sporting Clube de Portugal.
Há ainda mais questões a colocar, por exemplo, e há alternativas a esta operação? Haverá várias, todas com prós e contras que cada pessoa que as defenda saberá apresentar conforme a sua visão. Isso não retira méritos a esta operação que é aquela em que esta direcção acredita, que apresentou aos sócios como sua solução e que foi ratificada em eleições para ser executada. Por esta razão considero-a a solução legítima a ser implementada.
Para finalizar o busílis de toda esta reestruturação, a pergunta final e decisiva:
Ficam os problemas financeiros do Sporting resolvidos por esta reestruturação?
A resposta é um rotundo não. Esta operação permite ganhar tempo, permite se quisermos uma lufada de ar fresco, uma normalização, mas não resolve os problemas principais. E esses são, o sucessivo acumular de prejuízos no final de cada exercício, o decréscimo de possibilidades de receita (sem comprometer futuros), a falta de sucesso no futebol, quer desportivamente, quer como investimento.
Sem resolver estes pontos a situação do Sporting (transversal a todo o futebol europeu) continuará a necessitar de sucessivas máscaras e cosméticas para se manter solvente. O Sporting tem na sua estrutura uma vantagem competitiva enorme (a sua formação). Ela sozinha pode significar o equilíbrio das contas, quer como complemento de plantel, quer como geradora de receitas (verdadeiramente) extraordinárias, mas os pontos decisivos, aquilo que vai fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso serão:
1- A capacidade de vencer campeonatos regularmente.
2- A capacidade de gerir com sucesso o binómio compras/vendas de direitos desportivos.
Se rapidamente não se inverter a tendência actual, é irrelevante ter 30% de nada ou 80% de coisa nenhuma.
Em breves palavras ficam aqui duas ideias:
ResponderEliminar1º Não faltará falar, tanto o Hugo como o LMGM da 3º fase desta reestruturação. Isto é, depois de emitidas as VMOC´s, o Sporting irá fazer um aumento de capital para garantir a maioria na SAD. (das hipoteses que li) através de capital ou através da transdeferncia de imobilizado na SAD).
2º Acho que com esta reestruturação, irá haver mais poder de investimento na equipa, não com a entrada deste "dinheiro fresco", mas porque vamos deixar de estar tão asfixiado na gestão da tesouraria, como diz o Hugo e muito bem. Este sim é o verdadeiro problema financeiro do Sporting (e não o passivo ser 300, 350 ou 400 milhões). Basta pouparmos 1 milhão por mês em juros à banca, para no fim do ano termos mais 12 milhoes para investir.
3º Como diz o LMGM e eu concordo, o aumentos de capital irá ser um bem necessário, e acho que aí todos concordamos. Em relação às VMOCé e posterior aumento de capital por parte do Sporting, é uma das formas que esta direcção encontrou para resolver os problemas financeiros do clube. Tem prós e contras...assim como qualquer outras das hipoteses que oiço falar.
4º Em relação à formação, concordo, é onde o Sporting pode ir buscar grandes mais valias financeiras, apesar de que contabilisticamente, esse factor não joga a nosso favor, visto que os jogadores estão registados no activo como zero.
SL
Nem que seja 100 mil a menos por mês, qualquer um, que pague emprestimo, sabe o que isso significa. Agora o dinheiro não vem sem comtrapartidas, o que se precisa saber é que se são muito dolorosoas, e se não valem a pena.
ResponderEliminarAntes de ir propriamente ao Plano de Reestruturação Financeira gostava de deixar o meu lamento pelo facto de decisões tão importantes serem tomadas não na AG do clube mas sim na AG da SAD. Nada há de ilegal mas não deixa de ser verdade que a matriz associativa do Sporting Clube de Portugal se perdeu pelo caminho e julgo que com isso grande parte do carisma do clube, pelo menos daquele que me conquistou acima de todos os outros.
ResponderEliminarDeixo aqui (http://www.sersporting.org/idealsporting/?p=1409) o link do texto do João Mineiro sobre a reestruturação financeira: "O ABC da reestruturação (e as razões pelas quais não faz sentido)"
ResponderEliminarSaudações Leoninas e os meus parabéns pelo espaço.
Francisco,
ResponderEliminarPor acaso já li esse texto do João Mineiro que levanta questões para quais continuamos sem uma resposta concreta.
Mas ... as alternativas por ele sugeridas são um amontado de suposições e SEs ... basicamente a questão mantem-se ALTERNATIVAS !???
SL,
Excelente análise da vossa parte não sendo uma análise técnica acaba por ter um sentido muito mais amplo para além dos números.
ResponderEliminarLMGM,
Esta é daquelas perguntas complicadas de se ter uma resposta válida e honesta.
"Ficam os problemas financeiros do Sporting resolvidos por esta reestruturação?"
SL,
Hugo, a única entidade que tem aumentado de forma regular a sua percentagem no capital social da Sporting SAD é a Nova Expressão, uma empresa detida por um sócio do Sporting.
ResponderEliminarHá coisas que não entendo, onde andam escondidas, estes anos todos, essas entidades, interessadas em controlar a Sporting SAD para tomar decisões à revelia do Sporting Clube de Portugal?
Descobriram agora 55 milhões de euros e vão tomar de assalto, uma SAD que manterá com facilidade 50,01 % dos votos no somatório das sociedades que o Sporting controla?
Para mim é muito difícil ter uma opinião formada e segura sobre este assunto. A minha área de estudos é completamente distinta.
ResponderEliminarContudo, este assunto preocupa-me imenso como deve preocupar todos os sportinguistas. E quero realçar aqui algumas questões que foram levantadas e que vão ao encontro da minha opinião.
1º " a minha total desconfiança com as pessoas que o querem levar em frente e sobretudo o modo como se tenta faze-lo"
Aqui revejo-me totalmente porque quando há falta de diálogo, quando se impõe uma solução sem debate e sem esclarecimentos é impossível confiar. E depois, quando se gastam milhões mal gastos, quando se vende mal activos com muito valor, quando se ganha muito bem mas não se aceita auditorias, é impossível ter confiança.
2º "uma vez que o argumento de "poder investir mais no futebol""
Quantas vezes já ouvimos isto e fomos enganados? Foram restruturações financeiras, reestruturações internas, vendas de património, campanhas eleitorais, foram vezes sem conta sem nunca terem investido fortemente. Neste caso, talvez possamos agradecer estas mentiras, pois assim menos dinheiro foi deitado fóra..
3º " O Sporting tem na sua estrutura uma vantagem competitiva enorme (a sua formação)"
Escrevi recentemente comentários a outros assuntos que, na minha opinião, a nova política para o futebol, pôs o projecto Academia de lado, ou pelo menos foi tirado da frente da política. Fundamentei na altura esta minha opinião, mas agora quero apenas reforçar o que também já tinha dito, o projecto Academia, bem gerido e investido é fundamental para o futuro do Sporting.
Quanto ao plano na sua globalidade, parece-me óbvia a operação de cosmética, talvez necessária, não sei. Assusta-me as pessoas que estão com os destinos nas mãos, assusta-me a prepotência e a incompetência a nível desportivo porque afinal, o futebol é o motor das receitas.
Congratulo-me com o debate aqui, espero que quem tenha mais conhecimentos possa explicar, fundamentar e esclarecer as ideias sobre este assunto.
Afinal aqui, como sempre, defende-se o Sporting Clube de Portugal, por mais críticas que se escrevam a decisões de quem o gerem.
LMGM,
ResponderEliminarPenso que a Nova Expressão até já terá reduzido a sua participação.
A questão não está nos 50,1% mas sim as limitações de votos das acções de Tipo B. Tenhas 10% ou 40%, o efeito é o mesmo pois apenas podes usar 10%.
Em primeiro lugar gostava de deixar uma nota relativamente ao tema e ao impacto que tem nos sportinguistas. À semelhança de ocasiões anteriores em que colocamos à discussão temas semelhantes, é notório o reduzido número de comentários, ao contrário de outras temáticas. Não há dúvida que há quem se sintam facilmente treinador ou director desportivo mas tem mais dificuldade em vestir a pele de economista ou gestor.
ResponderEliminarMas será necessário ir tão longe? Creio que não, a análise destes assuntos, independentemente dos conhecimentos técnicos ou académicos, pode muito bem ser feita usando do bom-senso. Mas o que me parece é que os Sportinguistas, ao longo dos tempos, têm assinado de cruz todas as decisões que lhe são propostas, sem perceberem muito bem o alcance das mesmas. O resultado dessas decisões nos últimos 15 anos está bem à vista de todos. Foi assim no primeiro Project Finance, foi assim na alienação do património e está a ser assim no Project Finance II, agora.
Sinceramente não me preocupam tanto as questões relativas ao controlo da SAD. Não que elas não sejam pertinentes, mas agora parece-me "tarde porque Inês é morta". Isto porque, como disse no 1º comentário,
ResponderEliminari) a matriz associativa do clube está já irremediavelmente alterada,
ii)tenho dúvidas que a SAD interesse a alguém que não seja Sportinguista, pela falta de atractividade económica do futebol português e
iii) porque tenho dúvidas que um investidor interessado na SAD tomasse piores decisões relativas ao seu dinheiro, na hora de escolher jogadores e treinadores como as que temos assistido por parte dos eleitos por nós.
- Porquê outra reestruturação financeira?
ResponderEliminar- É realmente necessária esta operação?
- Ficam os problemas financeiros do Sporting resolvidos por esta reestruturação?
Todos percebemos que é necessário fazer alguma coisa mas também a historia nos diz que esta não será a última das operações. A questão fundamental aqui é a confiança. Vamos finalmente estabilizar o passivo e começar vida nova? Quem acredita nisso e quem acha que isso é realmente possível? As últimas medidas de gestão foram nesse sentido? Não me parece.
Como diz o LMGM temos na nossa formação uma fonte de rendimento de receitas extraordinárias que, ao longo dos últimos anos, só no caso do Nani foi aproveitado na plenitude. O FCP e o SLB têm opções diferentes, de maior risco, apostando na compra de jovens promissores, na sua valorização e realização de mais-valias.
Qualquer uma é válida quando aproveitada de forma consequente e a conquista de campeonatos por si só não faz realizar bons negócios. Veja-se como o FCP conseguiu vender Meireles e Bruno Alves e como vendemos nós Veloso e Moutinho. Nem eles nem nós fomos campeões. Fica a ideia que não nos faltam apenas os títulos. É uma pescadinha de rabo na boca: sem boas decisões não é fácil ser competitivo e por isso é mais difícil ganhar.
Sem jogar um futebol atractivo é difícil valorizar jogadores, é mais difícil ser campeão, é mais difícil atrair público e com isso gerar mais receitas. Está à vista de todos que o Sporting tem hoje uma posição de menor importância do que a já conheceu no mercado.
Este parece-me ser o busílis da questão que nos remete para a essência do que é o Sporting Clube de Portugal: um projecto desportivo, uma escola de valores, e, talvez acima de tudo, um ideal.
Hugo, LMGM:
ResponderEliminarOs meus parabéns pelas V/s análises. Faz falta debater assuntos com a importância que, indubitavelmente, este tem. Mais ainda qd os N/s dirigentes não movem uma palhinha para nos (sócios e adeptos do SCP) esclarecer.
Gostaria apenas de transmitir duas ideias mt pessoais:
1.ª Desconfiança nos agentes que irão promover mais esta reestruturação. Não confio em quem, comprovadamente nos ludibriou e em quem continua a esconder, a omitir, a não clarificar, a não informar e a fugir das explicações que devem aos sócios, nomeadamente sobre esta reestruturação financeira, como o diabo da cruz.
2.ª Entristece-me, ou melhor, revolta-me que se tenham utilizado estratagemas, atrás de estratagemas manhosos, que culminaram nisto (que o LdA tb já referiu acima): os sócio do SCP já nem têm voto em matérias cruciais ao futuro do SCP. Os sócios do SCP já não mandam rigorosamente NADA no futebol profissional. ZERO! Veremos se, no futuro as direcções do clube, mesmo as bem intencionadas, terão força suficiente para decidir questões fundamentais na gestão da equipa de futebol... Do que se lê, este risco existe, e não me parece que deva ser desvalorizado.
Enfim... É continuar a pagar as quotas. Até ao dia em que eu sinta que são os principais accionistas que mandam despudoradamente nisto tudo...
Gde abraço!
Não sou economista nem gestor. Era um fervoroso adepto com cativo, e hoje sou um sócio tremendamente céptico e com sporttv no plasma.
ResponderEliminarSou sportinguista e adepto de futebol, e como amante deste desporto, que é profundamente irracional na forma como nós adeptos o vivemos, torna-se muito difícil vivê-lo sob esta linguagem.
Isto é como, depois de uma abstinência prolongada, apanharmos a Monica Bellucci pela frente, e decidimo-nos por lhe medir o cúbito e compararmos a assimetria dos 2 pulmões, extrapolando os resultados para comparações analíticas feitas em morsas.
De facto só nos podemos entreter com isto. Não há alegrias para mais!
Isto leva-me ao 2º aspecto que devo salientar, que e a total falta de confiança em quem assume as rédeas da execução deste plano. É que se ninguém ainda se apercebeu o problema do nosso clube NÃO É a falta de dinheiro, antes sim a falta de qualidade, e baixíssima competência de quem o gere. Amigos, sem pejo e sem rodeios o Bettencourt é o maior asno desta vida. Dito por quem com ele trabalhou vários anos, e que mo relatou aquando da sua entrada na SAD há 8 anos atrás. E não me venham com estória de Administrador, da área comercial do Santander, que se percebem de alguma coisa de banca saberão que há predicados mais aliciantes do que as competências interpessoais, para se ser alguém no mundo da banca em Portugal. E aliás se ele fosse tão bom o Santander, não tinha aberto mão dele agora, e de vez!
Não poderia pois de sublinhar a ideia inicial do texto do Hugo, como algo suficientemente importante para chumbar tudo e qualquer coisa.
Isto é como eu, que nunca pilotei um avião, me meter num Concorde para fazer uma corrida com um piloto da força aérea montado num Mosquito ou num Messerschmitt!
O presidente tem tanto crédito para mim que eu nem sequer lhe confiava um pagamento de serviços da ZON em ATM. Nem com o cartão dele!
Não sou accionista, mas eles que aprovem o que quiserem. Nós, os Tonis que sofrem com aquilo, nós continuaremos a ver canal 18 no Telefunken de 14" a preto e branco. E com chuva, muita chuva!
SL
P.S. Sem menosprezar nenhum dos participantes deste espaço, presto aqui mais uma vez homenagem ao serviço que o João Mineiro tem prestado ao longo dos últimos anos, aos sócios do Sporting em geral e em particular aqueles que como eu, digerem mais lentamente estes cozinhados financeiros.
P.S. 1 O Pedro Cunha Ferreira falava há uns tempos, num espaço aqui ao lado, em refundação. É uma palavra que andará nas cercanias do nosso futuro próximo.
P.S. 2 O Pedro Baltazar é testa de ferro do Joaquim Oliveira.
texto enviado por email por Cenademaceiros
Acho que para enriquecer este debate sobre a reestruturação financeira seria interessante, aos que não concordam com ela, lançarem aqui alternativas que seriam possiveis e melhores que este.
ResponderEliminarSL
Dezperado, a alternativa que cada vez mais transparece é terrivelmente simples.
ResponderEliminarOs asnos que lá estão têm de perceber que são asnos, dizer isso em praça publica, demitirem-se ou serem presos (aquela que se aplicar primeiro), mas principalmente não se recandidatarem. Essa é uma condição essencial para emergir a alternativa, porque caso contrário, se um Ernesto, um Rogério ou um Oliveira se candidata, arrisca-se a ser eleitos por uma maioria de asnos com as cotas em dia.
Depois de cumprido este pressuposto, teremos uma comissão de gestão (sem eleições para não correr o risco de não ser eleito) formada pelos que se preocupam com o Sporting, que são íntegros e competentes, sabem escolher directores, treinadores, e pontas de lança com 20 anos por 100 mil euros e capazes de marcar 25 golos por época.
O Sporting será campeão no mínimo ano sim, ano não, e deixará de competir em taças que são coisas para gente sem ambição. Ah, nos anos não, como ficar em segundo é uma vergonha, a comissão de gestão demite-se (porque é responsável!) e vem outro grupo de bons tratar da vitória no campeonato seguinte (está assim garantida a alternância).
No final (ano sim, ano não), todos cantamos a música do Shrek junto da estátua do Marquês!
The End
Apoiado: eu gostava era de aprender a musica do Shreck! Ah poi! Não conheço mas desconfio que deve valer pena...
ResponderEliminarTo be continued
Dezperado,
ResponderEliminarComo sabes, eu tenho formação na área de Finanças e mesmo assim fico confuso com diversos pormenores desta estratégia.
O teu comentário assume a generalização do "Faz-se esta porque não há mais nenhuma" ou pior ainda "Bem, como não há alternativas ACEITO esta". Como também sei que és desta área profissional, talvez tenhas esclarecimentos que possas fazer.
Numa AG disse-me um conselheiro leonino que estava totalmente esclarecido e que o presidente tinha sido claro. Quando lhe fiz algumas perguntas respondeu-me "Ah isso já não sei. Não percebo nada de finanças".
Eu já manifestei a minha posição, ou seja, não sou capaz de aceitar ESTA reestruturação porque não a entendo e já houve perguntas feitas às quais não foram capazes (ou não quiseram) dar resposta.
- Em quanto foi avaliada a Academia e ela será considerada no aumento de capital da SAD?
- Em que momento aprovaram os sócios do SCP a passagem da Academia para a SAD?
- Quanto valem os direitos televisivos da SCS que passam para a SAD?
- Quanto do capital subscrito pelo SCP corresponderá a Acções Tipo A e Acções Tipo B?
And so on...
Alternativas? Já disse diversas vezes que não tivessem deixado sair a custo zero alguns jogadores em que se gastou bastante ou não tivessem sub-valorizado os terrenos do estádio. Mas isso já são outros quinhentos...
SL
Hugo
ResponderEliminarEu não aceito esta reestruturação porque sim, ou porque não há alternativas. E uma delas está proposta pelo João Mineiro no site Ser Sporting. E tive a ler na altura, apresentei alguma questões, umas respondidas outras fiquei sem resposta. E as alternativas apresentadas, sobre as VMOC (visto que o 1º aumento de capital é mais ou menos consensual que tem de ser feito), fala sobre o seguinte:
- "Renegociação da divida para prazos mais alargados", e visto que como é obvio, iria aumentar os anos a pagar juros à banca para amortizar o mesmo capital, sugere "ajustar o reembolso de capital com a venda de jogadores". Isto é, se agora já falam que somos refems dos bens, assim, Moutinnhos e Velosos não poderias aguentá-los mais que 1 ou 2 anos, porque depois, ias ser "mesmo obrigado" a vender jogadores.
- "Reduzir a massa salarial em 200 mil euros mês".
Não sei o que irias fazer, poupando 1,2 milhoes por ano, numa operação destas.
- "Criar fundo de investimento de jogadores".
Esta concordo, apesar que depende muito da avaliação desse fundo aos nossos jogadores que muitos vêm da Academia e serão avaliados por valores muito baixos. Mas é uma boa hipotese.
- "Vender o "naming" do estádio durante alguns anos".
Espero nunca ter de, um dia, dizer aos meus netos que no domingo vou levá-los ao estadio Super Bock, ou ao Estadio Zon Tv Cabo. Além de que imagino se o JEB propusesse tal coisa, aí viria o discurso da perda de identidade.
Eu tambem trabalho nesta áerea, por isso não concordo com esta reestruturação porque o JEB diz e eu assino. É obvio que iriam existir mais alternativas, e todas têm os seus prós e contras. A direcção escolheu esta. Assim como se escolhesse outra, irias ler muitas das criticas que se le na blogosfera, iguais, porque falam de tudo, menos da operação em si.
Mas concordo contigo, que existem questões, como tu escreves no teu comentário, que deveriasm ser clarificadas e explicadas aos sócios.
LMGM
Fico à espera de essa comissão de gestão brilhante...eheh
SL
Dezperado,
ResponderEliminarSeguem os meus comentários quanto a esses pontos:
"Ajuste dos prazos com contrapartida da venda de jogadores"
Sabes que sou da opinião que o "negócio" do Sporting está no desporto e não nas estratégias financeiras. Não creio que o ajuste de prazos e spreads ajude alguma coisa, mas obviamente que a gestão de activos e negócios de jogadores seriam fundamentais - algo que infelizmente não se tem visto. Em condições "normais", não aceitaria negócios como os verificados recentemente, mas como precisamos de dinheiro e temos os jogadores desvalorizados, uma pessoa até aceita a coisa.
"Fundo de jogadores"
Já o tivemos e muitos jogadores não renderam nada e outros foram sobrevalorizados. O "zunzun" seria normal.
"Naming"
A mim não choca. Se até já temos vermelho ou azul nos equipamentos, não era o Estádio Zon José Alvalade que me ia chocar.
"Reduzir a massa salarial"
200k mês fariam os 2,5M ao ano e que correspondem mais ou menos à diferença nos juros que supostamente vamos suportar (12 para 9). É a única interpretação que faço de modo a tornar a medida viável e "enquadravel" na discussão.
SL
Dezperado, estas três medidas também têm custos, superiores ou inferiores aquelas que vão ser efectuadas não sei.
ResponderEliminar"Renegociação da divida para prazos mais alargados".
"Reduzir a massa salarial em 200 mil euros mês".
Aqui há dois custos, o das indeminizações a pagar em caso de rescisão de contrato (poupar 200 mil euros por mês pode ser algo tão simples como emprestar o Pongolle e o Stoi...) e o não usufruir da produtividade da mão de obra equivalente a esse valor mensal. Gostava neste campo que fosse referido o que está a mais no Sporting. Por exemplo, vamos fechar e dispensar o Gabinete de Assessoria ao Penteado do Presidente porque o nosso candidato é careca, poupamos aqui 10 mil euros mensais.
- "Criar fundo de investimento de jogadores".
Detesto esta ideia, excepto se for eu a ditar o valor dos jogadores disponiveis no fundo. Exemplo, fundo de 10 milhões, 10% de cada jogador. Valor registado dos jogadores envolvidos:
Grimi - 12 milhões
André Santos - 20 milhões
Torsiglieri - 15 milhões
Saleiro - 25 milhões
D'jálo - 25 milhões
Polga - 3 milhões
Não falo da 3ª parte porque como pode ser verificado nos comentários das ligações que o LdA apresentou acho que quer a passagem da Academia como da SCS para a SAD vai acabar em tribunal.
Acho piada aos que pedem alternativas, e como delas desconfiam, apoiam este projecto. Numa linguagem simplista, é isto que acontece.
ResponderEliminarDesconfiam das "alternativas", mas confiam n'O Projecto. O Projecto, que passa simplesmente por vender o património do Clube. Foi, no passado, o não desportivo (será que se lembram?!?!), é agora a Academia e parte da SAD.
Mas qual o mérito de uma proposta que passa simplesmente por vender?!
Principal questão: alternativas a quê e porquê?
A alternativa é simples: NÃO FAZER ISTO.
Porque não fazer simplesmente a operação harmónio para eliminar os prejúizos e deixarmos de estar abrangidos pelo famoso artigo? Qual a necessidade de emitir VMOCs? Para poder poupar 2 a 3 milhões por ano? Com resultados anuais negativos de 26 milhões?
Por isso pergunto: alternativa à emissão de VMOCs? Simples, não os emitir. Porque o benefício (2 a 3 M€ anuais) é insignificante face: (i) à dimensão dos prejuízos anuais actuais, e (ii) ao preço a pagar pelo SCP é demasiado grande (venda da Academia e de uma parte significativa da SAD).
E sobre a necessidade da operação harmónio, por favor recordem-me há quando tempo é urgente? No mínimo desde a AG de Maio de 2008, portanto de "urgência" estamos conversados.
Ah, e caros Sportinguistas, atropelos aos Estatutos do SCP, qual é o problema? O que importa se a venda da Academia ou a emissão de VMOCs não foram aprovadas?
Não vamos maçar os sócios com essas coisas...
SL
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar"A Sporting, SAD emitiu ontem a convocatória para a assembleia geral do próximo dia 29 de Setembro - diferente da que hoje tem lugar -, documento no qual são também divulgados os primeiros números relativamente ao último exercício, que compreende o período entre Julho de 2009 e Junho de 2010. A empresa que gere o futebol leonino vai apresentar um resultado líquido negativo da ordem dos 26,461 milhões de euros, o que representa o dobro do prejuízo verificado no período análogo anterior: em 2008/09, o resultado líquido, igualmente negativo, atingiu os 13,349 milhões de euros."
ResponderEliminarIn O Jogo de 9/09/2010
Mais a frente no artigo fala-se no aumento do investimento, como uma das causas. Tinha-me esquecido do Pongolle.
Olá amigos de finaças não percebo muito, mas espero contribuir com algumas coisas que vou aqui dizer.
ResponderEliminarAlém de esta reestruturação ainda vamos ter mais 2 pontos que poderão fazer apartir daqui prá frente o sporting ter mais dinheiro, sendo esta 1ª parte importante para dar liquidez para ordenados, seguindo-se as proximas 2 para abater o passivo e dinheiro para investir, estou a falar do dinheiro que CM lisboa deve ao sporting e ao encaixe financeiro dos direitos de tv, isto tudo junto vai provavelmente dar ao sporting o dinheiro que necessita para ter melhores jogadores!
P.S. eventualnte se ganharmos o caso que temos em tribunal contra o simão talvex possam entrar uns dinheiros valentes também, mas não sei como está esse caso agora!
Saudações leoninas um abraço!