Subitamente o Sporting parece ter resolvido os seus problemas de liquidez. Dos dois candidatos que avançaram ambos se comprometeram já a apresentar aos Sportinguistas um fundo de 50 milhões de euros, supõe-se destinados a alavancar a próxima época com aquisições para a equipa principal do Sporting. Nem parece estarmos a falar do mesmo clube que se despediu de Liedson por, entre outras razões, ter dificuldades em pagar-lhe o vencimento que ainda há pouco havia contratado. Ou do mesmo Sporting que, na tentativa de substituir o seu melhor ponta-de-lança, não consegue melhor do que protelar para 2012 a primeira tranche de pagamento na proposta feita por Kléber. Como não coloco em causa o amor ao clube dos dois candidatos, estou certo que, independentemente do resultado eleitoral que venham alcançar, qualquer um deles, ou outros que se venham a apresentar com propostas semelhantes, encaminharão as suas carteiras de investidores para a nova administração, de forma a que o Sporting veja resolvido aquele que muitos apontam como o principal problema do Sporting e de que Costinha foi apenas última voz conhecida: a falta de dinheiro face aos seus rivais. Por este andar ainda vamos acabar por concluir que o melhor era haver eleições todos os anos e com elas as soluções milagrosas cresceriam como cogumelos, sendo por isso fácil de estimar que, no final desta década, Abramovich (Chelsea) ou Khaldoon Al Mubarak (ManCity) sentir-se-iam incomodados pela pequenez dos seus números ao leram os nossos orçamentos.
Ironias à parte, e não querendo minimizar os méritos e a coragem dos dois consócios que já se deram como candidatos, temo que o tema dos 50 milhões acabe por ganhar uma preponderância perniciosa no debate sobre os méritos das candidaturas, acentuando a ideia de que existem soluções milagrosas. E esse perigo é agravado pelo carácter uninominal que estas eleições parecem querer assumir, como se um homem só pudesse ser a solução para os problemas do Sporting. Com 50 milhões de problemas para resolver o Sporting não mudará de rumo sem uma equipa dirigente a jogar ao mais alto nível nos diversos palcos onde se exigirá, mais do que nunca, dedicação e competência. Em termos mediáticos os primeiros passos dados por Braz da SIlva e Bruno de Carvalho foram dados isoladamente, veremos o que acontecerá nos próximos actos.
O que o argumento dos 50 milhões não tem em linha de conta é que o problema do Sporting nunca foi verdadeiramente o dinheiro mas a forma como ele é aplicado. Sabe-se que, grosso modo, Bettencourt gastou quase 40 milhões de euros em menos de dois anos no que pretendia ser o reforço competitivo da equipa e resultado desse esforço: zero de progressos na competitividade, um plantel envelhecido, sem valorização dos seus activos e sem vislumbrar a realização das mais-valias necessárias à sua renovação. Com metade desse valor os nossos rivais Fabio Coentrão (1 milhão de euros), Gaitan (8,4 milhões) David Luis (2,4 milhões) Falcão (5,4 milhões, menos que Pongolle, tendo Purovic custado metade...) que, associados a João Pereira (3 milhões), e com a manutenção de Veloso e Moutinho, constituiriam um outro plantel, por comparação com o que hoje temos. Estes são nomes de recurso, não necessariamente os meus, mas de mais fácil entendimento para demonstrar o que aqui se pretende. Não estaria hoje o Sporting mais competitivo?
Obviamente que não, se a aposta fosse num treinador como Paulo Sérgio. Da mesma forma que o SLB investia muito e estaria condenado a não valorizar David Luiz e Di Maria como valorizou se mantivesse a aposta em Quique Flores. E seguramente que mesmo com um bom treinador o Sporting não assegurará o titulo, como pode acontecer este ano também ao SLB com Jesus, ou ao FCP com Vilas Boas, mas que, pelo que as suas equipas vão jogando, não deixam de valorizar os seus activos e de manter a fidelidade dos seus adeptos.
O Sporting precisa de, antes de qualquer outra medida, de se reconciliar com o bom futebol para voltar a contar com a paixão dos seus adeptos. Para isso é necessário fazer o uso da razão que lhe tem faltado na condução da actividade desportiva. Coisa que não conseguirá com velhas fórmulas e velhos actores. É isso que perspectivo com o regresso agora apregoado da dupla Duque / Freitas que, sem discutir se foram bons a comprar, foram uma nulidade a vender sendo, em particular o 2º, pelo tempo que esteve como director desportivo, os pais de uma boa parte do passivo. Basta olhar para os prejuízos da SAD: 1998/99, 2 milhões e meio, em 1999/00, onze milhões e meio, em 2000/01, 21 milhões e meio, em 2001/02, 22 milhões e 700 mil euros, em 2002/03, o máximo de prejuízo de 27 milhões e 300 mil euros. Se for só para gastar até eu sirvo.
1€ para cada problema!!!
ResponderEliminarConcordo que o problema não é o dinheiro, mas sim a forma como se o gasta, é assim em todo o lado, também estou de acorod com a questão do paulo sérgio, vide jorge jesus.
ResponderEliminarA proposta pelo kleber era nos moldes acertados com o maritimo, e da mesma forma que faria o porto, sejamos sérios.
Então não discute que o freitas foi bom a comprar e ma a vender, e depois fala dos prejuizos da sad, em que ficamos? Comprou sem dinheiro e houve prejuizos? E o trabalho no braga, a ida á champions deve-se a quem? Só se vê o que se quer. Haverá outro nome?
bem fora desses 2, temos o pessoal que já la anda junto com os que os criticaram este tempo todo.
ResponderEliminara confirmar-se vai ser a lista mais surreal que já vi, que tem tudo para ou correr tudo muito bem ou correr tudo muito mal
Esta lista de Godinho Lopes faz-me rir. Ainda por cima se de facto, pensarem em Juande Ramos para treinador.
ResponderEliminarAi está, se o problema fosse dinheiro, nunca se teria ido buscar um pongolle a custar 6,5 milhões ou se gastar 39 milhões (!!) em dois anos em jogadores para o plantel com os resultados desportivos que se conhecem.
ResponderEliminarPrimeiro á que criar uma equipa de prospecção de jogadores!!! Que funcione por exemplo, quer internamente com olheiros de norte a sul incluindo as divisões inferiores e com uma cooperação a ser feita com antigos jogadores do clube que certamente se associavam a esta ideia. Beto Acosta no mercado argentino, André cruz ou Marco aurélio no mercado brasileiro, Iordanov na bulgária e por ai fora. Depois sim, aplicar o dinheiro conforme os resultados de prospecção e as necessidades do plantel.
É preferível gastar 10 e bem do que 50 e mal.
Porque com esta historia dos fundos, o que vai acontecer é que, quando o candidato que publicamente acenou com o dinheiro for eleito, depressa aparecerão os glutões dos empresários e agentes, vindos ao cheiro de dinheiro fresquinho tentar impingirmos outro tello ou pongolle ou o raio que os parta.
Gostaria que as candidaturas concentrassem os seus programas eleitorais em ideias e não em dinheiro pois por ai já vimos que não é o caminho…
SL
Claro que o problema também é dinheiro, o Porto e o Benfica acertaram mas estão-se a esqueçer da quantidade de jogadores comprados por esses clubes e que não deram nada por isso tens de ter capacidade de investimento para falhares alguns mas em dois ou tres ires buscar mais do que investistes em dez. é evidente que dinheiro não é o unico problema mas é sem duvida o maior.
ResponderEliminarLdA, subscrevo a perplexidade para com a ideia dos 50 milhões. Não me parece que seja um produto financeiro fácil de concretizar, e além disso soa sempre a uma certa quase-demagogia. Sem ideias decorrentes de uma estratégia bem definida, será difícil começarmos a resolver os nossos problemas estruturais. Estratégia e rumo foi o que sempre faltou a esta direcção. Está visto que a navegação à vista leva o barco ao fundo.
ResponderEliminarOs coveiros do Sporting chegam-se à frente, não por amor ao clube mas por amor ao tacho: seja ele na SAD, nas comissões de vendas ou nas muito bem pagas tribunas que a imprensa lhes concede.
ResponderEliminarDesde já se cozinha a lista da continuidade medíocre: juntar a Nobre Guedes e Rogério Alves com Paulo Pereira Cristóvão numa suposta "lista de consenso" é reunir todo o regime que apodrece com o oportunista de serviço - a confirmar-se, onde está agora a sua "coragem", "frontalidade" ou "independência" sr. ex-Pêjota?
Por outro lado, o maior bêbado que se passeia pelos órgão sociais do clube ameaça candidatar-se, mas tudo não passa dum bluff: o gajo esperneia para que a "lista do consenso" lhe arranje o lugarzinho do costume.
ABAIXO A LISTA DE CONSENSO!
FORA COM OS COVEIROS QUE MATAM O NOSSO GRANDE SPORTING!!!
FAÇAMOS UMA REVOLUÇÃO EGÍPCIA ENTRE NÓS!
Nós não precisamos de "consensos", "cozinhados" ou "falinhas mansas"! Precisamos é duma varridela geral e total!!! FORA COM OS 96 GESTORES/DIRECTORES/ASSESSORES!
À margem deste pântano surgem as candidaturas Braz da Silva e Bruno de Carvalho envoltas ainda numa nebulosa indefinição, mas uma coisa posso garantir: O MEU VOTO IRÁ PARA AQUELA LISTA QUE NÃO TIVER UM, UM ÚNICO, VÍNCULO COM O RECENTE PASSADO.
Allahu Akbar!
Mas o Sporting é imenso...
Moreno,
ResponderEliminarO problema é precisamente esse. O Sporting tem tido dinheiro para investir mas não consegue valorizar os investimentos que faz de forma a realizar mais valias, ao contrário dos seus rivais. Os únicos jogadores onde as tem realizado tem sido na formação que comparativamente, custam muito menos mas rendem muito mais.
Não há clubes infalíveis a contratar, o que não pode acontecer é ser um clube normalmente falível a contratar, não há clube sustentável nesses moldes.
Bruno,
ResponderEliminarPor norma sou um crédulo, mas para isso têm-me que me mostrar o filme todo. Não adianta "ter apenas" 50 milhões é preciso demonstrar como se pagam ordenados aos jogadores que venham desses milhões. Falta também dizer quanto tempo demorará a lançar o fundo e conhecer o seu regulamento. E já dou de barato a origem do dinheiro, porque, para o bem e para o mal, o dinheiro dos nossos sócios angolanos é tão ou menos limpo que o dinheiro do BES ou do BCP, quando não o mesmo...
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarPor mim até podiam usar o fundo para pagar tanto a transferência como o ordenado. Nem é por aí.
O que eu tenho medo é que eles usem os €50M em jogadores que não se consigam rentabilizar.
Uma coisa seria contratar um Nistelroy, que embora caro, seria uma grande mais-valia em termos desportivos para atacar o título e fazer boa figura na champions. Outra coisa seria contratarem um "Pongolle versão 2" que é caro e não dá para nada.
Relativamente à cx de comentários do post anterior:
ResponderEliminarDina, 8: Menos 1 problema por resolver. Costinha já foi.
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LdA:
"Por este andar ainda vamos acabar por concluir que o melhor era haver eleições todos os anos e com elas as soluções milagrosas cresceriam como cogumelos..."
hehehehe...
"O que o argumento dos 50 milhões não tem em linha de conta é que o problema do Sporting nunca foi verdadeiramente o dinheiro mas a forma como ele é aplicado".
Precisamente. 50 M€ mal gastos ñ só voam num instantinho, como podem deixar a situação ainda mais 'releszinha'... O exemplo está ai à vista de td a gente: JEB desapareceu com quase 40M€ em ano e meio... E eixou o SCP virado do avesso.
Anunciar €€€€€€s não chega. É preciso mt, mas msm mt mais para conquistarem os meus votinhos. À pois é...
SL!
O post diz tudo.
ResponderEliminarÉ aí que estamos, e aí, daqui a 45 dias, os meus dirigentes serão aqueles que, como o Bin Laden diz, não fizeram parte de nenhuma solução de consenso ou recurso que envolvam personagens do passado recente do Sporting. Não é apenas Godinho Lopes mas sim toda a quantidade de gente que transita entre ciclos, de uns para os outros, e para os seguintes, sempre, como se o Sporting de um emprego se tratasse.
É errado e não é a punição que merecem. E ainda que a punição que lhes caberia não seja aplicada, o mínimo que lhes pode e deveria acontecer seria a emissão de um passaporte para bem longe de Alvalade. Tudo isto retira ânimo e espero que esse movimento que mistura Godinho Lopes, Rogério Alves, Dias Ferreira, Paulo P. Cristóvão, Pedro Cunha Ferreira, Isabel Trigo Mira ou Carlos Barbosa seja uma fantasia qualquer publicada pelo Expresso.
Este era o momento ideal para os certos avançarem e ganharem. O nível de pré-disposição dos sportinguistas para aceitá-los não poderia ser mais favorável e, deste modo, é incompreensível que mais não façam do que fortalecer um nome que aos sportinguistas nada diz, como o desse Godinho Lopes.
É só isso que fazem, dar força a alguém que tem muito pouca. O porquê de o fazerem, caso o façam, os próprios lá saberão, mas seja como for é de lamentar. Isto desconsiderando a já de si absurda associação do Godinho Lopes a todos eles, sendo o mesmo Godinho Lopes que nos 1ºos dias aparecia ligado a Braz da Silva.
Viva a confusão e a desinformação. O Sporting parece um barco de ratinhos onde todos se misturam uns com os outros e ninguém sobressai, numa situação onde seria tão fácil que tal acontecesse. São escolhas, nada de surpreendente ...
A questão é mesmo essa, o que compramos não vendemos.
ResponderEliminarAs unicas vendas que fazemos é o que vem da formação.
Depois vem aqui perguntar se há outro nome além do carlos Freitas, poupem-me. Num clube minimamente saudavel não há gestores de activos, ou alguém conhece o do fcp? É porque não há, pensam que é o pdc? Não é...é um gabinete de scouting que tem de saber onde andam os jogadores.
Mas no Sporting é preciso um Norton de Matos, um Couceiro, ou um Carlos Freitas, ou até um Costinha junto de um empresário. E depois admiram-se de ser preciso 50 milhões.
Finalmente Costinha no olho da rua!!
ResponderEliminarBom post!
ResponderEliminarO SCP precisa de dinheiro.
ResponderEliminarPeriod.
O SCP precisa de competência.
ResponderEliminarPeriod.