Roquetismo é uma palavra que veio para ficar ainda por muitos anos no Sporting e adquiriu um carácter depreciativo que hoje é usado para classificar uma era de irresponsabilidade e que nos trouxe onde estamos que Rui Santos explica no seu artigo de ontem, quando diz, entre outras coisas:
Comeram a carne ao Sporting, deixaram-no exaurido e exangue, sem património, sem referências, sem liderança, sem programa, sem objectivos, à custa da mentira (como disse Costinha, entre outras verdades) e de soluções palacianas, apenas válidas entre aqueles que querem o protagonismo sem escrutínio e sem crítica.
Mas de repente, assim que a maré virou, assistimos a uma súbita orfandade do que se designa de "roquetismo", ficando apenas aqueles que, pela sua exposição mediática, não se conseguem livrar da pele que vestiram. Não falta quem agora, depois de anos a fio a suportarem dirigentes e corpos sociais com o seu voto, com o seu autismo ou com a sua abstenção e alheamento, se retire de mansinho e assobiar para o ar como se não fosse nada com eles, e ainda têm o descaramento de renegar o que andaram a defender. Com a agravante de muitos, nesse trajecto, não terem hesitado em colocar em causa o Sportinguismo de muitos que se foram levantando e chamando à atenção. O roquetismo não foi apenas constituído por uma classe de dirigentes mas por uma imensa legião de adeptos.
Para bem do Sporting e para a pacificação que se deseja é bom que percebamos que todos somos precisos, que se acabe definitivamente com a análise perigosa sobre a eugenia dos Sportinguistas em função da sua opinião. Mas é também importante que não se reescreva subitamente a história, esquecendo o contributo que cada um deu para chegarmos onde chegamos. Não para fomentar purgas ou revanchismos mas para que a memória nos lembre os sítios onde não queremos voltar.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarsem purgas, revanchismos ou eugenias opinativas, o Sporting precisa - e de há muito - de responsabilização.
Que todos sejam responsáveis pelo que disseram e pelo que fizeram.
Isto inclui todos. Os que elegeram, os que se candidataram, os que decidiram, os que opinaram e os que ofereceram conforto decisório.
Pior do que errar é não assumir que se errou. É dar uma nova coloração a um conjunto de decisções assumidas para atirar a responsabilidade para as calendas, para ficar "sempre bem".
Mas junto ainda o peso do erro: patrocinar uma purga fratricida é pior do que errar pontualmente mas sem uma gravidade estrutural.
O Sporting só será maior quando se assumirem os erros. É para isso que é necessário responsabilização. Não para afastar quem errou, mas para se aprender com os erros do passado. Porque se se lhes dá uma nova coloração, esses erros podem deixar de ser decisivos na construção de um futuro melhor.
Por exemplo, eu errei em toda a linha quando pensei que o Costinha poderia ser uma boa solução para o Sporting. A minha ideia do que poderia trazer colidiu com as ideias que o próprio trazia. E o resultado foi o que se viu. Eu assumo o meu erro: pensar no Costinha foi uma catástrofe apesar de ser um erro a uma escala ridícula. Os demais que assumam os seus.
LdA,
ResponderEliminarCreio que a inclusão do artigo do Rui Santos na integra é do maior interesse para todos os Sportinguistas, da situação ( e ainda os há...) e da oposição. Mas acima de tudo esse artigo - bem como muitos que aqui já li - é um património de algo que não existe na vida Institucional do Sporting há pelo menos 15 anos: Democracia e Liberdade de opinião.
Relativamente ao titulo "a súbita orfandade do Roquettismo" eu se calhar substituiria um adjectivo por outro idêntico: "Transitória". Sim, porque o Roquettismo ( e concordo a 100% com a sua definição)não se pode dar ao luxo de ficar órfão, porque existe um conjunto de medidas cruciais a implementar no Sporting, relativamente às quais os Roquettistas não podem sequer transigir por um segundo, e a 1ª dessas medidas começa com uma AUDITORIA externa e independente a todas as empresas do Grupo Sporting. A seguir a essa medida outras do foro judicial e eventualmente penal se deveriam seguir - num país normal, democrático onde as instituições e os poderes efectivamente funcionam era assim que se deveria agir.
Não se trata de revanchismo nem de purgas à moda estalinista - de eugenia bem podem testemunhar muitos dos (acéfalos e ignorantes) sócios do Sporting que perpetuaram pelo voto esta Corja insuportável durante estes 15 anos - mas sim da mais elementar justiça e da assumpção de responsabilidades pelos titulares dos cargos nos órgãos sociais, que recorde-se, REPRESENTAVAM OS SÓCIOS, TODOS OS SÓCIOS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL nos actos e negócios em que intervinham.
P.S. Joan Laporta está a ser processado por gestão danosa, depois da A.G. do Barcelona ter realizado exactamente aquilo que esta chusma de incompetentes ( pra inicio de conversa...)se recusa "ad eternum": Auditoria.
Sem uma Auditoria externa e independente nunca neste clube haverá paz, transparência,união, democracia, liberdade de opinião e em ultima análise...Futuro.
Há agora uma (a ultima?) oportunidade nestas eleições para conseguir tudo isto, mas só se esta gente for definitivamente varrida do mapa leonino! Caso contrário será a morte (lenta) do S.C.P. tal como em tempos áureos o conhecemos.
SL.
Rostos do roquetismo nas proximas eleições, Godinho, Bruno de Carvalho e vamos ver mais quantos
ResponderEliminarSou do Benfica mas estimo o Sporting. O problema do Sporting não é necessariamente o modelo da SAD ou do Roquetismo (apesar de João Rocha ter afirmado, sem que ninguém o desmentisse, que Roquete tinha acordos com Pinto da Costa para deixar o Porto ser campeão e o Sporting garantir sempre o segundo lugar, mantendo-se assim uma continuada vassalagem que explicaria muita coisa, incluindo num passado recente leonino (Moutinho e Costinha) ...).
ResponderEliminarDe qualquer forma o grande problema são as pessoas que representam o Sporting e as decisões erradas. Não se podem estar a contratar treinadores medíocres, vender Liedsons a 1,5 milhões (o resto foram dívidas perdoadas), acreditar em "talentos" como Djaló e Saleiro e depois esperar resultados diferentes. Além disso vender uma expectativa de que a equipa pode lutar pelo título só traz mais decepções aos adeptos. Alguém deveria ter coragem de dizer: o Sporting não tem condições para lutar pelo título no imediato, por isso continuem a apoiar e deixem de ler as notícias do Benfica e do Porto com quem neste momento não podemos competir.
Um abraço a todos e que o Sporting se recupere rápido.
Pulha,
ResponderEliminarobrigado por nos mostrar o raciocínio típico do lampião. Mostra-nos também que o maior mal que poderia acontecer ao Sporting - e é real - seria uma lampionização do clube. Basicamente a condição de pobre coitado idiota que não sabe fazer contas e que acha que a culpa é de quem (por alguma razão) joga e sai barato no fim do mês.
Mas o que nós precisamos é mesmo de um Quique Flores ou de um Camacho, de contratar Patricks e Éder Luízes com fartura, que isto endireita.
Não precisamos nem da sua estima, nem da sua compreensão, mas o seu diagnóstico ajuda-nos.
Pulha,
ResponderEliminarPor muito má que esta linha dirigente seja, que o é, acreditar que o SCP aceitaria a situação descrita pelo João Rocha, é ridículo. Porque nenhum clube com o historial do SCP gosta de ficar em 2º, seja ele o SCP, Real Madrid ou Manchester United.
Aqui fica o comentário de um leitor que pediu a sua publicação devido a dificuldades sentidas na altura da submissão do mesmo:
ResponderEliminar"LdA/PLF
O vocês estão a pedir é praticamente impossível de acontecer. Não me levem a mal, eu partilho na íntegra a generalidade das vossas ideias, mas há uma enorme inocência nos vossos desejos. Pedir aos "Róquetetes" que saiam sem levantar ondas ou que assumam os seus erros de gestão, é quase tão simples como fazer com que Mubarak abdique no Egipto, e simultaneamente confesse as violações de direitos humanos, o enriquecimento ílicito de uma determinada elite, o extremar de desigualdades sociais, a restrições à liberdade de expressão, etc.
Mais importante do que a admissão dos erros de 16 anos de poder, é para mim, o fim desse mesmo poder.
Precisamos de uma praça Tahrir. Precisamos de mobilização pois mártires já temos de sobra, a começar pelo nosso querido clube. Precisamos de uma mudança, mas não de um 25 de Abril como defendeu José Roqette. Porque um outra como esssa, originaria sempre mudanças a prazo. Passados 36 anos o nosso clube estaria como está o nosso país!
Será preciso um pouco mais, além de apupos, cânticos e lenços brancos. Roquette saíu depois de lhe amarrotarem os colarinhos. Mas saíu! Estes precisarão de um pouco mais, mas também sairão!
Isto não é fazer um apelo à violência. É fazer um apelo legítimo à mobilização massiva de uns quantos milhões que se identificam com um ideal que definha e é espezinhado, não pelos outros, como em tempos idos, mas por aqueles que se dizem deles!
É um apelo à revolta pela censura que a diferença de opinião sofre neste clube. Pela incapacidade que quem é contra a "morte" deste Sporting tem, de se fazer ouvir em quelquer orgão de comunicação com expressão.
Atentem na 1ª notícia que menciona Braz da Silva é capa do "Expresso"!!! Quantas capas de "O Expresso" fizémos nós em 37 anos?
Mas atenção que a mesma dizia "Angolanos entram no Sporting"!!! Tipo isto agora vai ser dos Africanos, e vai ser tipo Angola, com corrupção e lavagens e tudo o mais!
E é sempre assim.
bendita net! Bendito Blogger! Não fossem eles e hoje em dia estaríamos a ereger uma estátua ao cotonete, com fundos disponibilizados pelo BES, provavelmente na Herdade da Vargem Fresca!
Vendidos de merda!
João Angelo"
João Ângelo,
ResponderEliminar(agradecendo ao JVL a disponibilidade para colocar o comentário)
Pedir responsabilização é um pouco como pedir para conhecer os factos. Não chega mas é um princípio.
E não chega porque não basta conhecer os factos, é preciso saber relacioná-los e extrair qualquer coisa de útil.
Mas não se imagine que conhecer os factos daria direito a uma "revolução". Há factos que são conhecidos e nos pesam nas contas e são encarados com a maior das ligeirezas: a contratação do Pongolle, é um facto conhecido, a responsabilidade foi assumida com a ligeireza do "até de quem lhe arrendava a casa tínhamos as melhores referências", mas não diz das condições em que o Sporting estava antes de partir para esse "investimento".
Há muitos factos que se sabem, as receitas do Sporting estão categorizadas e descritas nos R&Cs da SAD (e do clube), todos sabem da capacidade orçamental do Sporting, mas ainda há muitos que - ao arrepio dos factos - pretendem injecções de capital e uma boa dose de aventureirismo.
Portanto aqui fica mais um desafio para qualquer candidato: como aumentar as receitas? Quanto é que se tem de gastar (€x Milhões) para garantir o máximo de receitas possíveis (€Y Milhões) e qual o risco associado (Z% de hipóteses de falhar).
Sustentabilidade e responsabilidade.
Digam-nos o que querem vazer e assumam o que queriam no passado. Pelo menos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCa ganda confusão !!
ResponderEliminarEstava eu no estádio a ver aquele triste espetáculo de futebol contra a Naval e veio-me á cabeça uma coisa que me levou a comentar com quem estava ao meu lado, " ...porra !! Isto até á bem pouco tempo não era assim, tudo calado, tudo amorfo,passividade total, ninguém protesta...nada... parece que estou num qualquer espetáculo onde se pede silêncio... " , até que o PS faz aquela substituição aos 85m e o pessoal estoira e desata no insulto, aí deixei-me ir na onda.
E depois é esta confusão de ex-candidatos que não vão porque temem não sei o quê, de candidaturas e listas que estão feitas mas afinal não estão, das candidaturas que são do agrado da banca(!!??), daquele que diz que se vai candidatar mas ainda não é o "timing", enfim, contra-informação pura só para baralhar.
Atualmente, percebe-se que a entrada do Couceiro em Alvalade agradou mais á SAD do que ao plantel e equipa técnica, percebe-se agora que nem tudo estava bem entre Costinha e Couceiro, que um interessava á SAD para resolver pendentes o outro ao plantel, não é seguramente coincidência esta história do Izmailov, percebe-se agora também que o Costinha começava a perder adeptos também dentro da SAD. Um Sporting claramente dividido por dentro e por fora, onde ficam a perder os elos mais fracos.
O Sporting precisa, de fato, de uma mobilização gigante, á dimensão da sua grandeza, senão continuaremos a dizer mal do nosso clube, quando deviamos era estar aqui a combinar uma ida a Glasgow ou a assistir a um jogo de andebol no nosso pavilhão e porque não assistir a um meeting de atletismo no nosso estádio.
Abraços
PLF,
ResponderEliminarDepois de fazer-me sorrir ocorreu-me que era uma coisa desse tipo aquilo em que pensava, há umas horas. A confusão de conceitos que origina 2 diagnósticos errados. O de clube que se tem e o de clube a que se aspira. O primeiro desrespeita o Sporting na sua ímpar história. O segundo cauciona o seu (possivelmente negro) futuro. O Sporting nunca é melhor do que os outros, erro mais grave de todos. O Sporting tem de ser tão bom quanto os outros, erro mais primário de todos. O tal perigo real de que você fala, este segundo e ao mesmo tempo primário, porque como é que o Sporting poderá ser tão bom quanto os outros? Gastando, "reforçando a ambição" como o pateta disse o ano passado a partir da neve. Esta é a condição e psicose, e esta é a obviamente errada relação que o parolo aí por cima de você faz e na qual nem sequer pensa, antes de sem surpresa mostrá-la . Mas se ele é parolo e com o mal dele podemos nós bem, assumirmos nós, para nós, essa relação entre o que se desconhece que temos de melhor (e a mais) e o que erradamente procuramos de "melhor" (e que nos levara para o menos), será essa, a existir, a confirmação prática da certidão de óbito que nos passaram. Neste (real) cenário o Sporting estaria enterrado e já não seria / é nada a mais do que os outros. Como sempre foi. Como sempre foi. Muito mais do que os outros. E estaríamos aí / agora a ver o cadáver com os nossos próprios olhos.
E isto é tão real que até os mais precavidos caem na armadilha. Então, aquilo que os salva será o que definitivamente os matará, e sobre isto não há dúvidas.
De que forma? Você explica-o. Só não sabe quem não quiser saber.
Ainda sobre isto, e ignorando o cenário descrito. Cenário que sendo cenário não fica a dever à realidade porque mais uma vez e como você diz, o perigo é real. Não é sequer nada que virá aí pela frente. É o hoje, já. E falando do Sporting há 2 ou 3 coisas que sabemos. E digo sabemos (plural) por hábito, só. Não sabemos, sei lá se sabemos. Vejo muito poucos a conhecer ou a saber expressá-lo convenientemente. Mas devíamos conhecer. O Sporting - ignorando o cenário de cadáver - é muito melhor do que os outros, ponto. Facto. E existem motivos para isso. Motivos esses que durante muito tempo foram ao mesmo tempo práticas.
Nessas práticas. Está a reabilitação do clube. Novo ponto.
Simples. Esta reabilitação pode fazer-se rápida, apesar de tudo, porque o futebol é uma coisa muito imediata onde uma acção origina logo uma consequência. Ao mesmo tempo que se faz essa reabilitação reafirma-se também a superioridade do Sporting, e naturalmente, voltamos a distanciar uma vez mais o clube dos seus pares. É uma situação que nos faz ganhar de 2 maneiras, e ambas importantes. Em boa verdade, são tudo o que há.
Isto requer radicalismo. Na acção e palavras. O Sporting se quiser reafirmar a superioridade que é sua tem de ser radical. Ser radical hoje, não sempre. E tem de ser radical com os próprios. Um pouco como a medicina do susto, ou a terapia de choque. Ser radical aqui não significa ser-se mau, mas significará ser-se agressivo com os próprios sportinguistas para que estes das duas uma: ou se conheçam como deve ser, ou saibam que são em última análise os responsáveis pelo destino que o seu clube conhecerá. O rumo já é péssimo e faz-nos sofrer o suficiente. O destino, não será nem um pouco melhor.
O Sporting hoje não é melhor que ninguém.
É igual aos outros. É nisso que se está a tornar.
Pensem nas crianças
ResponderEliminarMudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Caros camaradas Sportinguistas
ResponderEliminarTenho acompanhado este e outros blogues que se referem ao nosso clube.
Seja pela depressão do jogo de ontem ou pela manhã chuvosa, decidi escrever algumas linhas de comentário a esta notícia:
A) Roquestismo - não sei a razão pela qual algums sportinguistas continuam a referir-se à gestão de Jose Roquette desta forma negativa. Talvez por ser um pouco mais velho, eu sou do tempo em que anos e anos a fio (melhor, décadas a fio...) o Sporting "não chegava ao Natal"!
José Roquette voltou a dar ao nosso clube o lugar que ele merece na sociedade portuguesa e no futebol Europeu, para além dos 2 últimos campeonatos.
Caros jovens sportinguistas: Nos últimos 10 anos, apesar de todos os problemas, o Sporting sempre se bateu pelo título quase até ao fim, registando vários segundos lugares e sempre com participação importante nas competições europeais.
Por favor não comparem com os anos 80 ou 90!
B) Rui Santos - parece-me notável que os sportinguistas usem argumentos de um reconhecido adepto de outro clube (neste caso do outro lado da 2ª circular) para se combaterem uns aos outros!
C) Futuro - apesar de ter sido completamente enganado por J.E.Bettencourt (pela primeira vez fui usar os meus votos...) acredito no Sporting e principalmente na massa de adeptos que constituimos. Basta que por uma vez consigamos alguma união.Um grande abraço para todos