Dizia-me há dias o LMGM que “qualquer medida do Sporting que envolva silêncio tem o meu apoio incondicional”. Isto a propósito da minha perplexidade pela forma como o clube geriu para o exterior a entrada de Carvalhal para o comando técnico do clube. Obviamente que não posso concordar. A não ser que se tenha como adquirido que não há no Sporting quem seja capaz de gerir correctamente esta ferramenta indispensável na estratégia de uma instituição como é a sua comunicação. Se assim for, pouco sentido faz que o clube tenha a pesar na sua folha salarial profissionais pagos para o efeito.
Pela altura da sua posse Bettencourt dizia que gostaria de emular algumas das virtudes da máquina portista, por ser aquela que melhores resultados tem apresentado nos últimos anos. Os dias de hoje no Sporting remetem-me precisamente para o tempo em que Pinto da Costa, depois de várias temporadas de insucesso, decide apostar num técnico jovem sem curriculum, de seu nome José Mourinho. Este assume com clareza que pegava na equipa para a fazer campeã na próxima época. Ficamos a saber desde logo qual era o propósito daquela mudança, ficou traçado o objectivo. Sabemos hoje que cumpriu a sua promessa e até com juros muito acima do esperado.
O que assistimos hoje no Sporting? Alguém sabe quais os objectivos definidos para a época em curso para a actual equipa técnica? Como devem os adeptos gerir as suas expectativas? É de bom senso deixar crescer a ideia de que podemos ir ao mercado em Janeiro por Quaresma ou Dany, se este mês não conseguimos resgatar Villas Boas à Académica? Não aprendemos nada com a pré-época?
Não me pareceria indigno, face às actuais circunstâncias, assumir o resto do campeonato como período sabático, visando promover as bases da próxima época. Isto sem prescindir do estatuto natural do Sporting, que nos obriga lutar em cada jogo pela vitória. Assumir com coragem e franqueza os nossos objectivos evitaria equívocos, fortalecendo a autoridade de quem os executa.
Ao invés, parece-me pelo menos perigosa a imagem transmitida, de fraqueza e de desorientação, deixada por ocasião da contratação do novo técnico. Um contrato de 6 meses com opção, uma apresentação na clandestinidade, desautorizam a solução. Dão a ideia de que se navega à vista, quando devia haver estratégia, preparando assim o caminho para a manutenção do insucesso. O tolo no meio da ponte é uma expressão que se adequa à actuação do Sporting na perfeição.
Nada disto faz muito sentido, a não ser que se esteja a pensar fazer imolar Carvalhal, o que, convenhamos, nada tem a ver com a postura desejável para um clube que se orgulha do seu legado de mais de 100 anos de história.
O Sporting parece estar suspenso do resultado do derby e o cenário de apocalipse é comentado à boca pequena. Um Sporting transido de medo não é aquele que me revejo. Acredito sempre ser possível ganhar e o próximo jogo do campeonato não foge à regra. Se não for esse o resultado só perdemos 3 pontos, deixando pela frente o futuro para preparar. Haja coragem de o assumir!
"É de bom senso deixar crescer a ideia de que podemos ir ao mercado em Janeiro por Quaresma ou Dany, se este mês não conseguimos resgatar Villas Boas à Académica? Não aprendemos nada com a pré-época?"
ResponderEliminar- Acho que quem alimenta e muito essa ideia são os jornais e não propriamente os nosso dirigentes.
Concordo do restante post...o que vem cá para fora faz parecer que somos um clube à deriva mas há uma diferença entre parecer e ser...
Em relação aos objectivos para a época, só conheço um, sermos campeões, é dificil, mas não é nada impossível.
Mas também tenho noção de que nesta altura, qualquer noticia sobre o Sporting tem sempre duas ou mais interpretações...Por exemplo, se o Carvalhal diz que quer ser campeão, pode ser criticado por ser maluco e não ter noção da realidade em que estamos (8º lugar), se por outro lado, se diz que luta para fazer apenas um resto de um bom campeonato, é criticado por ter as expectativas muito baixas.
Como diz o LMGM, acho que o silencio deve ser usado nesta fase enquanto não baixa a poeira...
SL
LdA, estaria de acordo contigo se tivesse a convicção que o problema de comunicação está em Alvalade. Não acho isso, apesar dos erros que têm existido vejo muito mais manipulação do que erro nas palavras que são ditas seja por quem for em Alvalade.
ResponderEliminarOs exemplos são imensos, se uma palavra tiver duas possiveis leituras estou certo que a mais negativa é que vai pervalecer para caracterizar o Sporting, só conheço uma forma de acabar com isso deixar quem me faz mal a falar com as paredes.
Aliás neste momento se tivesse algum poder ninguém ia ouvir uma palavra de Alvalade até Fevereiro. Não tenho qualquer dúvida que até essa altura o Carvalhal vai ser massacrado com as seguintes perguntas:
"Acha que é uma segunda opção?"
"Sente apoio da direcção?"
"Não se sente um treinador a prazo?"
"Quando chegam os reforços?"
"Quantos jogadores pediu?"
"Vai dispensar algum jogador?"
"Quais são os objectivos do Sporting este ano?"
"Tem o respeito do balneário?"
"Stoikovich vai ser titular? Patricio vai manter a titularidade? Qual é o melhor guarda redes do Sporting?"
A tudo isto provavelmente eu responderia como Pinto da Costa disse a um sócio do fcp (não sei o número nem se tinha as cotas em dia) que um dia contestou Co Adrianssen ao gritar da bancada para a tribuna "Vai para casa!". A resposta de certeza aprendida nos circuitos culturais que Pinto da Costa frequenta foi um rotundo "Vai prá puta que te pariu", felizmente o culto senhor não disse "Tá calado, pá!", isto sim são palavras dignas de encher editoriais e colunas de opinião demonstrando indignação pela fraca qualidade do nosso Presidente.
Neste como noutros casos perante diferenças de tratamentos ou de actuação, "o silêncio vale mais que mil palavras".
Por alguma razão me parece que deveríamos esclarecer o nosso posicionamento, o que evitariam algumas questões logo à partida.
ResponderEliminarSe o treinador tivesse sido apresentado de outra forma, com alguém que significasse apoio institucional, não faria sentido perguntar se tem apoio da direcção. Por muito que nos custe, no actual contexto, a pergunta é inevitável.
Se não se assume publicamente a missão de que está incubido o treinador é natural que lhe pergunte se sente um treinador a prazo. Com o contrato de 6 meses a questão é obrigatória.
O resto são perguntas normais a que qualquer treinador tem de estar preparado para responder. Mais tarde ou mais cedo CC vai ter que falar à comun.social, a não ser que o vídeo substitua os directos. Não ver isto é não ver o óbvio.
Se fomos ver todos os adeptos, dos diversos clubes, entendem que a comunicação social não trata devidamente o seu clube. Também sou da opinião que o Sporting não tem uma boa opinião publicada, não me parece que estas atitudes recentes a venham a melhorar.
"Se o treinador tivesse sido apresentado de outra forma, com alguém que significasse apoio institucional, não faria sentido perguntar se tem apoio da direcção."
ResponderEliminarEntão na cabeça do “perguntador” (não deve ser jornalista) há a possibilidade de um treinador ser contratado só para fazer número? Quem o contratou deve ter-lhe dito, quero que venhas para cá trabalhar mas é só para encher chouriços não contes com o nosso apoio para nada.
"Com o contrato de 6 meses a questão é obrigatória."
Com o contrato de 6 meses a questão está respondida. Assim como com a opção por mais um ano.
Claro que alguém pode perguntar se o prolongamento do contrato está dependente da venda do Veloso, ou do horário dos treinos, ou da assiduidade do treinador, ou da dispensa do Stoi. Mas tenho a impressão que deve ser dos resultados obtidos até ao final do ano, mas isto não deve ser óbvio.
"O resto são perguntas normais a que qualquer treinador tem de estar preparado para responder."
O treinador pode ter de estar preparado para as ouvir. Eu respondia-lhe que também não sei quantos jornalistas é que vão ser dispensados do serviço dele lá pelo fim do ano, nem isso me interessa, pode ser é que a continuar com perguntas estúpidas fique sem trabalho ou seja naquelas funções substituído por alguém mais competente.
P.S.- Admito que as perguntas sejam feitas numa ocasião, mas sei que vão ser repetidas até à exaustão, apesar de permanentes respostas iguais. É disto que falo quando digo massacre e não de serem formuladas naturalmente uma vez.
Acredito sempre ser possível ganhar e o próximo jogo do campeonato não foge à regra. Se não for esse o resultado só perdemos 3 pontos, deixando pela frente o futuro para preparar. Haja coragem de o assumir!
ResponderEliminarNão podia estar mais de acordo.
Desculpem lá mas vou repetir o que já aqui disse:
ResponderEliminar"Não querendo bulir com o direito à opinião de ninguém, talvez fosse tempo de um esforço suplementar de todos nós no sentido de ser dada alguma paz à equipa, ao presidente e às pessoas que ainda agora iniciaram funções. Como é óbvio, os blogs e outros meios de difusão de opinião são, nos tempos de hoje, uns mais do que outros, factores a levar em conta na formação da opinião geral.
Penso que um período de recato, sem critica constante, independentemente de merecida ou não, talvez ajudasse bastante. Por vezes o auto-calar das críticas é também um exercício de sportinguismo."
Acrescento que estou totalmente de acordo com o LMGM. O silêncio provindo de alvalade é, neste momento, um acto de inteligência.
SL
O MARACAS DE ALVALADE!
ResponderEliminarhttp://estesportingfornever.blog...r.blogspot.com/
Se esta regra de silêncio tivesse sido respeitada antes,não teriamos ouvido o fatal "Paulo Bento forever"!
ResponderEliminarNorte leonino:
ResponderEliminarA paz em torno da equipa, do treinador e até do Presidente acontecerá quando quem está mandatado para dirigir dirija. Quando quem é pago para bem fazer o faça. A critica, desde que fundamentada, mais não visa do que chamar a atenção para factos ocorrem prejudicando o clube, muitas vezes de forma decisiva que nos impedem de atingir o sucesso. A maior parte das que aqui faço não derivam de nenhum "iluminismo" são apenas práticas que o bom-senso aconselha.
Os artigos aqui escritos são-o por Sportinguistas para um forum de Sportinguistas. Está cada vez mais em voga dividir-nos em bons ou maus, consoante as nossas opiniões coincidem ou divergem. Eu não me sentiria bem comigo mesmo se não alertasse para o que me parece mal e louvasse o que é bem feito. Não me parece que faça muito sentido poder aqui escrever e não dizer o que penso. Vou dizê-lo onde? Na AG? Pois, também me parece que não consiga...
SL
A força do SPORTING está nos adeptos.È preciso apoiar sempre e esta noite há um jogo importantissimo contra o ABC..com entrada grátis..Torno a dizer a força do SPORTING está nos adeptos..Vê-se na bósnia com uma equipa fraquinha está a conseguir lutar até ao fim porque por tráz tém uma massa adepta que apoia..
ResponderEliminarAcho que a não apresentação de CC se ficou a dever à reserva do presidente em aparecer à frente da Comunicação Social. Nas duas ultimas vezes que apareceu ( saída de PB e depois saída de PB) só disse asneiras… por isso, sempre foi melhor o tal silencio que alguns defendem. Para vergonhas já basta assim.
ResponderEliminarJJR
Viva o Sporting! O Villas Boas não foi resgatado porque era absurdo pagar 1 milhão de euros por 1 treinador que, apesar da boa escola, aínda nada provou (já o Carvalhal foi à final da Taça de Portugal, com o Leixões, e ganhou a Taça da Liga). O desnorte do Presidente é preocupante mas deve-se à vontade de querer e não poder (isto é, não tem dinheiro). 7 a 1.
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