Bettencourt: o que dizer?
Convém antes mais distinguir o contexto das declarações que são feitas no seio de um núcleo, onde é suposto estar a falar para dentro do clube, no interior do clube, com uma liberdade de expressão diferente da usada quando se comunica para o exterior, projectando a imagem do Sporting. A presença ou ausência da comunicação social é que estabelece a diferença e quem fala em nome do Sporting tem de saber fazer essa avaliação. Houvesse esse cuidado e muitos dos “casos” recentes, como os “visigodos” e outros, nunca o teriam sido.
Parece-me indiscutível hoje, e olhando para período idêntico há um ano, que JEB percebeu o que então não parecia entender relativamente à importância da comunicação. As suas últimas intervenções revelam um cuidado que não tinha. Mesmo no recente episódio Moutinho - e sem querer voltar à análise das suas responsabilidades no caso - parece-me pacífico que, pelo menos quanto à forma, pouco se lhe pode apontar. Isto se entendermos que se tratava algo tão ou mais difícil de explicar, como foi aquele momento tão traumático para todos os Sportinguistas, em que anunciou a saída de Paulo Bento.
Julgo que não há Sportinguista que não deseje o sucesso de JEB, porque se ele ganhar ganhamos todos. E se hoje alguns – poucos ou muitos, está ainda por apurar – desconfiam ou descrêem nele, ele seguramente que perceberá melhor do que ninguém as razões que lhes assistem. Se emendou a mão é porque foi capaz da autocrítica sempre indispensável ou dispôs-se a ouvir e reflectir. E isso só pode ser encarado como um sinal de esperança.
No fundo foi isso que acima de tudo que me pareceu ser a mensagem que quis deixar no Luxemburgo. O presidente do Sporting deve ser sempre um portador de esperanças e um factor de coesão. É por isso indispensável que o seu discurso seja verdadeiro para ser também aglutinador. Após ter confidenciado aos presentes que quer “ganhar rapidamente no futebol” e de prometer que “seremos competitivos” parece-me ser necessário aprofundar um discurso ainda mais realista, que elucide os Sportinguistas das dificuldades que representa hoje refazer um plantel, sem poder contar com mais-valias, e mantendo a promessa de não “pôr em causa a sustentabilidade numa altura de grande crise”. E porque não ir mais longe, lembrando que se estamos a refazer o plantel, se há ainda muito jogador por chegar, o ganhar rapidamente pode não ser conseguido, mas ficará a base de um trabalho que, por ser convictamente bem-feito, dará bons frutos? A verdade mobilizará os Sportinguistas, o contrário não, podendo semear a ilusão e consequentes frustrações.
..um pouco à parte..
ResponderEliminarNao sendo um conhecedor profundo das camadas jovens, pergunto se este jogador não era um valor válido para apostar:
" Jovem promessa do Sporting assina pelo Rio Ave - O jogador, de 18 anos, não convenceu os responsáveis dos Sporting para assinar um contrato profissional com o clube de Alvalade "
????????????????????????
SL
Bettencourt é uma anedota que vai acabar mal, ao contrário das anedotas que nos fazem rir, esta vai-nos fazer chorar. Só espero que quando a altura chegar, apareça alguém que pegue no nosso clube e lhe dê o caminho que ele merece. Anseio por esse dia…acredito que já não falte muito. Aguardemos…
ResponderEliminarSL
Concordo quem muitos de nós estejam num limbo, entre acreditar no presidente, ou desejar que ele saia. Enfim, já que está lá vamos acreditar e apoiar!
ResponderEliminarPedimos a todos os Sportinguistas, que visitem o nosso blogue ajudando a que este ganhe alguma notoriedade na comunidade.
http://www.conselholeonino.blogspot.com/
Julgo que, em período de pré-época, não existem notícias todos os dias. Ao contrário do que vi noutros blogs, não há nada de especial a apontar no discurso - que se conhece - do Luxemburgo. Li algumas frases de circunstância e viradas para o que interessa. À imagem do que é dito pelo LdA no post, acho que existe agora um pouco mais de cuidado nas intervenções públicas - ainda que discorde de algumas das coisas que são ditas.
ResponderEliminarPedro,
Pergunto-lhe se tem alguma ideia específica formada sobre o Renato (eu não tenho porque não conheço o suficiente). É que "talentos" e "promessas" e "futuros craques" vejo muitos, mas depois dos 20 ou 21 anos são muito poucos. Não tenho opinião sobre o Renato, mas sei que uma coisa são os juniores, outra são os sériores; sei que o Diogo Viana era o melhor do mundo, que fomos comidos pelo Porto, bla bla bla, e agora ele está nem sei onde, tendo jogado pelo Porto uma ou duas vezes. Pode vir a ser alguém no futuro - obviamente - mas nós não os podemos aproveitar a todos. Se estamos sempre a queixar-nos de excesso de juventude, onde é que púnhamos os putos que sobem de escalão todos os anos?
Parece-me evidente que nem todos os jogadores das camadas jovens poderão manter uma ligação ao clube, estarão lá as pessoas competentes para tomarem decisões por vezes acontecem erros esperamos nós que sejam os menos possiveis.
ResponderEliminarEmbora não gostasse de desviar a discussão para esse lado parece-me óbvio que a ideia de uma equipaB poderia muito bem acautelar a perda de jogadores que se acabam por revelar mais tarde que outros. Como aqui referi em tempos duvido que tivessemos dado tempo para um jogador como Pedrito (Barça) se revelasse, tendo em conta que apareceu com 22 anos.
ResponderEliminarNão precisamos de inventar a roda. Se o modelo de jogo do Barcelona é inimitável há procedimentos mais simples de implementar, e cujo custo / beneficio deveria pelo menos ser ponderado. Às tantas o custo do Angulo e do Caicedo dariam 2 orçamentos anuais de uma equipa B. Bastaria nesses 2 anos aproveitar um bom jogador - objectivo nada irrealista - e teríamos ganho a aposta e pago as contas.
Na discussão da equipa B o PLF na Bancada Nova tem já várias entradas que merecem leitura atenta:
ResponderEliminarhttp://bancadanova.blogspot.com/search/label/Equipa%20B
Julgo que a primeira vez que o vi defender a criação da equipa B ainda na Centúria Leonina, há mais de 2 anos.
Leão de Alvalade,
ResponderEliminarnão é frequente, mas desta vez não está inteiramente correcto. Isso mesmo está espelhado num dos meus primeiros posts - cuja referência agradeço, pese embora todos os dias me pareça mais inútil... - sobre a eventualidade de se constituir uma Equipa B.
Muito sucintamente, em 1ª instância acreditava (de forma acrítica) no MRT que nos dizia que não era interessante ter uma Equipa B, mas tendo observado atentamente a evolução dos jogadores do Sporting (face às exigências competitivas nos clubes de acolhimento) na era pós-Equipa B, tendo (i) constatado as (gritantes) insuficiências ao nível do controlo da utilização dos jogadores (veja-se os 6 meses do DC3 em Olhão), em todos os modelos propostos (Olivais e Moscavide com treinador amigo, protocolo com Real Massamá, emprestados com pagamento de salários comparticipado em função da utilização, etc.), (ii) que o grau de maturação dos jogadores não é atingido por todos na mesma altura, (iii) que as exigências formativas de alguns jogadores são diferentes (nomeadamente agora que o Sporting importa mais jogadores no escalão júnior), bem como (iv) as potencialidades ao nível da redução de custos no plantel principal - com a redução do número de jogadores - tornei-me novamente um fervoroso adepto da reinstituição de uma Equipa B.
Tenho repetido isso à exaustão com argumentos que não me parecem ser contrariáveis, sendo o argumento financeiro o mais ausente de fundamento e o argumento desportivo o mais facilmente rebatível.
Infelizmente em futebol - porque há demasiados a decidir no futebol que pouca ideia têm de como se joga este desporto - parece ser mais importante aparentar estar-se a tentar reduzir a probabilidade de ficar em 3º no próximo ano, do que construir com boas bases a probabilidade de ficar em 2º ou em 1º durante um maior período de tempo.
A esmagadora maioria dos adeptos de futebol é - sem surpresas - como os jornalistas desportivos: julgam a qualidade de um jogo retrospectivamente pelo resultado final. E nunca dão mérito ao adversário.
Bruno Martins,
aceito todos os argumentos menos este "mas nós não os podemos aproveitar a todos". Sobretudo, porque é o mais utilizado. E sobretudo porque é utilizado por aqueles que não sabem que, discutir um ou outro jogador, não se subsume no "não os podemos aproveitar a todos".
No caso da geração do Renato Santos, que agora ascende a sénior, é paradigmático. O Ruben Luís? O Matheus Silva? O Luís Almeida? O Alex Zahavi? O Greg Garza? O Henrique Gomes?
Alguém discute se temos de ficar com todos eles? Não.
Portanto o "não os podemos aproveitar a todos" não é argumento.
E olhe que, como a qualquer espectador atento dos juniores, não fiquei minimamente surpreendido com a não renovação do Renato Santos. E olhe que, quando o Diogo Viana foi para o FCPorto, não embandeirei em arco a dizer que o Sporting tinha perdido o próximo Figo.
Esse é um autocolante que a muitos (não é só a mim) não colam. Aqueles que dizem mal do Adrien e do Pereirinha, ou outros que possam fazer imputações rasteirinhas sobre o Zezinando ou sobre o André Pires, não compreendem sequer (surpreendente seria...) que falham o alvo. Que jogadores como o Miguel Veloso - esse mesmo que só parece gerar antipatia, mas apesar de tudo até tem mercado e é capaz de render bom dinheiro - só está no Sporting porque alguém meteu uma cunha e porque o treinador que insistia que ele era defesa-central se viu obrigado a pô-lo a 6 em virtude da lesão do Paredes e do Custódio.
A Oportunidade por vezes é tudo.
Não tivessem metido uma cunha pelo Veloso, ele estaria neste momento pelas divisões inferiores. Porque as qualidades do futebol dele só servem para clubes grandes, porque não é bom no choque, nem corre muito. Vá lá, até chuta bem.
Enfim... sorrindo e cantando para um rumo (des)conhecido.
A formação não pode ser vista apenas sob uma óptica puramente financeira. Tudo bem: estamos a formar muitos jogadores que nunca ascenderão à equipa principal, mas!!!! e é um MAS importante, se soubermos formar atletas e homens no amor ao Sporting e à sua mística, estaremos a semear sportinguismo pelo desporto nacional. E claro: de vez em quando, necessariamente, surgirão os diamantes em brutos. Há é que dar-lhes hipótese!
ResponderEliminarSaudações Leoninas