A soma de todos os medos
Atravessamos tempos conturbados e onde qualquer previsão que seja feita por melhor que seja a sua fundamentação histórica e analítica corre o risco de falhar. Esta imprevisibilidade afecta todos os sectores da sociedade quer nacionais, quer internacionais. No futebol a silly season a que estamos habituados está invulgarmente activa e cheia de movimento nos planteis dos principais clubes nacionais.
Esta pujança financeira é também ela mais uma imprevisibilidade que nos saiu em sortes e que eventualmente só será esclarecida (e paga…) daqui a alguns anos. Até os jornais que lideram normalmente os ratings do folclore das hipotéticas contratações, parecem estar espantados com a velocidade a que entram e saem jogadores dos principais planteis e já pouco opinam sobre entradas e saídas. Felizmente o futebol a sério está à porta para ocupar as primeiras páginas com profecias de desgraça ou loas de invencibilidade.
Tenho visto várias vezes explorado o exercício de fazer a nossa melhor equipa com o plantel que agora dispomos (e do qual Carlos Freitas não põe a mão no fogo que esteja fechado…) a saber:
Plantel 2011/2012
Defesas Esquerdos: Evaldo e Turan
Defesas Centrais: Onyewu, Rodriguez, Polga e Carriço
Médios defensivos: Rinaudo e André Santos
Alas/Extremos: Izmailov, Carrillo, Jeffren, Capel e Pereirinha
Médios centro/nº10: Matias Fernandez, Schaars, André Martins e Luis Aguiar
Avançados: Postiga, Wolfswinkel, Rubio, Bojinov e Yannick
Proponho-me a fazer o exercício contrário. Qual é a pior equipa que conseguimos retirar deste plantel? A minha primeira dificuldade é avaliar os jogadores de que desconheço o valor (Arias, Turan, Capel, Carrillo e Bojinov) outra é que táctica utilizar. Para dar alguma coerência vou manter o 4-1-3-2 que Domingos tem apresentado e nesse sistema montaria a equipa assim:
Tiago
João Pereira, Carriço, Polga, Evaldo
André Santos
Pereirinha, André Martins Yannick
Postiga e Bojinov
Seria este na minha opinião o nosso pior onze (o que não equivale a dizer um mau onze). A primeira constatação que faço é – Epá, tanto português na equipa principal! – não vão ser tempos fáceis para Paulo Bento agora que o Sporting também se decidiu a comprar jogadores em barda para a sua equipa principal.
A segunda constatação é que definitivamente temos um problema nas laterais defensivas, os jogadores que escolho são os habituais (e previsíveis) titulares, por mais milhões que lá enterremos não conseguimos qualidade indiscutível. Do lado direito eu apostaria sem hesitar no Pereirinha mas, e do lado esquerdo? Não encontro melhor solução que Evaldo.
O meio campo poderia ser uma agradável surpresa pois tem o “ferro” da Academia Sporting e poderia surpreender muita gente pela dinâmica que o seu conhecimento de longos anos oferece. Já no ataque há de novo uma imensa incógnita, escolho Postiga não por ser mau jogador mas porque é um mau finalizador e em futebol não há sucesso sem golos, Bojinov apenas o coloco por desconhecimento. Fica contudo a questão sobre se os seus concorrentes serão realmente melhores que esta dupla.
A minha conclusão final acaba por ser positiva, porque se isto é o pior que podemos apresentar, para vencer Rio Aves e Navais chega e sobra. No fundo só podemos melhorar e muito!
Gostei! Parabens pelo post...
ResponderEliminarCumprimentos
Desculpa-me a injustiça, mas apenas vou comentar o último parágrafo.
ResponderEliminarNo dois últimos anos também tínhamos equipa para vencer Rio Aves & Navais e foi o que vimos...
Claro que este ano temos um técnico mais competente e um banco com mais alternativas.
Por isso espero, e acredito, que chegue para fazer melhor figura.
João
João, não é injustiça nenhuma, cada um comenta ou contra-argumenta o que quiser.
ResponderEliminarJulgo que qualquer plantel do Sporting ao longo da sua história teve qualidade para vencer Rio Aves e Navais, o facto é que são esses jogos de decidem campeonatos, nos tropeções que se vão dando contra essas equipas.
Se os três grandes cumprirem as suas obrigações os campeonatos eram decididos nos jogos entre eles, ou seja não existiam diferenças pontuais superiores a 12 pontos, os finalistas das taças eram dois deles e estavam sempre presentes nos quartos de final da competição europeia onde fossem inseridos.
Aquilo que pretendo destacar é que o nosso pior deve chegar e sobrar para ter resultados convincentes a nível nacional e isso equivale a terminar a época com um resultado igual ou superior a 68 pontos, sendo que quem quer ser campeão tem de conquistar mais de 70 pontos.
LMGM,
ResponderEliminarO exercício é interessante e mostra que, ao nível da qualidade das alternativas o Sporting tem boas hipóteses de ter melhorado o seu plantel. E digo isto porque o 11 que considera ser as "segundas escolhas" faz uma equipa a sério, e não forma um conjunto de jogadores desgarrado sem ideia do que é um colectivo.
O pior 11 da temporada passada seria:
Hildebrand; Abel, NAC, Torsiglieri, Grimi; Pedro Mendes, Zapater; Vukcevic, Matias, Salomão; Saleiro.
(escolhi pelo número de jogos efectuados e o Cédric pela sua estranha condição de "não opção" durante toda a temporada). Seria um 11 com muitos jogadores que não sabem mandar um pontapé na bola e quase nenhum com bom sentido colectivo. Por isso o upgrade é claro.
Veja bem que no seu "pior 11" até colocamos o 2º melhor central a jogar em Portugal e capitão de equipa do Sporting...
O capitão... pois exactamente! É por isso que se tornou o mais recente alvo. Se há a "maldição do 7", também há a maldição da braçadeira...
PLF
Duvido muito que essa equipa desse para ganhar a rio aves e outros que tais assim à babuje...o ano passado foi o que se viu e ainda tinhas Matias, liedson, valdes e foi o que se viu.
ResponderEliminarSó se fosse com o factor moral juntamente com o factor domingos
SL
LMGM,
ResponderEliminarConcordo com o sentido geral do post mas como treinador de bancada faria a pior equipa de forma diferente.
Não considero que haja uma grande diferença de qualidade de entre os centrais pelo pouco que vi até agora. O que me parece é que todos possuem os seus defeitos e qualidades (obviamente!) e que a escolha se fará sobretudo em função do modelo de jogo e aqui e acolá em função de uma característica especifica de um adversário.
Não me surpreenderia que André Santos venha a ser opção em muitas ocasiões e Pereirinha face à indisponibilidade de Matias, Izmailov e Aguiar venha a jogar de inicio em Cádiz e é uma opção séria para jogar mais vezes, se bem que nem sempre na mesma posição.
Bojinov seria o número 9 não tivesse no estaleiro. Pelo seu percurso julgo que estaria à frente do Wolfsvinkel.
LMGM
ResponderEliminarNaval? Só se for para uma das Taças. Naval é da Liga Orangina. Coimbra e Figueira sempre foram tão rivais. Mencionaste a Naval só para gozar?
Todos somos treinadores de bancada. Mesmo para escolher os “piores”. Eu como não sou treinador de futebol, e sou democrata, dei uma volta pela blogosfera Sportinguista e retirei este onze como o que tem mais ódios de estimação:
Patrício
Pereirinha, Polga, Onyewu e Evaldo
Djaló, L Aguiar e André Martins (com o lugar em risco se Izmailov não jogar bem rapidamente)
Wolfswinkel, Postiga e Bojinov
Mas como “cada cabeça, sua sentença” ninguém pode levar a mal os adeptos leoninos que exprimem os seus sentimentos, sejam justos ou não.
Já não aceito tanto que um profissional, possivelmente para continuar com “boa imprensa” seleccione um GR que não joga há um ano, outro que é suplente e que este ano ainda nem teve baliza, e um PdL que há dois anos deixou de ser jogador de futebol, sendo apenas um cromo para as fotos. Mas depois do Santos convocar Pelé para a final do Mundial de Clubes, já nada me admira.
LdA, há várias posições onde as diferenças de qualidade são ínfimas, mas como um vulgar treinador tinha de fazer as minhas escolhas e ... viver com elas. Espero deste grupo algumas surpresas, jogadores a quem damos menor valor hoje e no num meio competitivo salutar conquistem um lugar de destaque.
ResponderEliminarFaço essa referência com os jogadores que escolhi para o meio campo, a sua cumplicidade de "meninos da Academia" pode gerar algumas surpresas. O André Martins p.ex. está a fazer por isso, ninguém lhe vai oferecer um lugar mas ele está apostado em lutar por ele.
Com a altura que ele tem e os conceitos de obrigatoriedade de argumentos físicos ou melhor morfológicos de uns quantos iluminados deve andar a lutar por um lugar desde os iniciados. É uma óptima forja para construir carácter.
8, não me esqueço de ver o Sporting eliminado em Alvalade exactamente numa eliminatória da taça pela Naval quando todo o favoritismo era nosso.
ResponderEliminarEscolhi os nomes não pelos clubes ou sua divisão mas por durante muitos anos termos a sina de ser surpreendidos quando menos se espera por uma qualquer Naval.
Há algo que aprendi no desporto, o meu adversário pode ser muito inferior a mim mas entra em campo com um desejo idêntico, ganhar. Não menosprezo adversários mas para se ser maior há que afirmar essa condição em campo.
Para finalizar, Coimbra e Figueira rivais? Em quê? Há pouco das duas cidades que possa ser comparável de modo a existir uma rivalidade, no fundo são muito mais um complemento entre si porque aquilo que uma tem de forte na outra é inexistente ou irrelevante.
ResponderEliminarMesmo a nível desportivo o Ginásio Figueirense é para mim muito mais importante que qualquer clube de futebol, esse nascem e morrem todos os dias.
PLF,
ResponderEliminarOs centrais foram outro problema para escolher, primeiro porque pouco conheço de Onyewo, depois porque há qualidade suficiente em Carriço e Polga para não serem "os piores" de nenhum plantel, mas tinha de escolher dois e estes estão "queimados" pelo vox populi e como disse Mourinho em tempos sobre Ricardo "Um mau estado mental atrai erros".
LMGM
ResponderEliminarNo “meu tempo” meninos e meninas de Coimbra e da Figueira não “colavam”. Grandes guerras…E ainda menos o pessoal da AAC e do Ginásio, em basquete. Assim como os escalões inferiores do futebol da AAC e da Naval. Também sei que quem desdenha quer comprar.
Também me lembro dessa derrota com a Naval que tinha um cego de 12 dedos como treinador.
LMGM,
ResponderEliminaro "meu" problema é quando esse "mau estado mental" é dos adeptos (justificadamente ou não) e não dos próprios jogadores.
Se tivesse de escolher actualmente um 11 para o Sporting, escolheria sensivelmente aquele que colocou como sendo o pior. O que não deixa de ser curioso. Isto porque me faz uma tremenda confusão escolher o desconhecido sobre o conhecido. Oxalá o Capel seja melhor que o Yannick, era bom sinal. Mas até vê-lo jogar a sério, não saberei.
Porque para tantos desses jogadores, os "outros" sempre foram muito melhores. E os outros tiveram cara e nome com muita frequência: Salomão, Vukcevic, Torsiglieri, Hildebrand... como não jogavam, eram sempre muito melhores do que os que jogavam.
O que me leva tristemente a concluir que, para muitos adeptos do Sporting, jogar - que deveria ser sinal de se ser melhor do que o colega de equipa que fica na bancada - é uma cruz que um jogador carrega e que, em vez de o valorizar, desvaloriza-o. É apenas uma das muitas perplexidades que tenho com os sportinguistas.
Agora... o que para mim era importante - e foi o que o LMGM fez - era tentar não considerar os ódios de estimação tão partilhados como uns jogadores abjectos que não teriam lugar na 1ª divisão. Ou seja, que o sportinguismo se construa sem ser pela negação ou pela rejeição. Porque isso é que é chocante e vemos repetidas vezes, por alguns tetraplégicos das ideias, que são absolutamente incapazes de manifestar uma opinião (qualquer seja) sem deixar de denegrir os anões copinhos de leite de fraldas.
Espera aí... já não são os anões copinhos de leite, porque esses foram mostrar a sua qualidade para outros clubes...
Agora são os anões protegidos que fizeram deles o que nunca foram (leia-se que o "fizeram" foram os treinadores que os puseram a jogar em vez dos magníficos artistas da bola que estão na cabeça de cada um).
Isto não é a minha luta. E é uma conversa que me confesso sentir todos os dias cada vez mais isolado. É que simplesmente não consigo compreender como alguém escolhe o que não conhece (Turan) sobre o que conhece.
Abraço
8, sou um assumido coimbrinha com todos os defeitos pejorativos que essa designação pode ter, mas em relação à Figueira da Foz não sou um visitante de veraneio (ou de casino...), trabalho bastante naquela cidade durante todo o ano.
ResponderEliminarDesportivamente bebi a cultura daquela cidade e do que era praticar desporto noutras épocas, deste Homem:
http://www.ginasiofigueirense.com/personalidades/jose_rolinho_sopas.htm
Apenas registo respeito, saudade e o momento inesquecível de ouvir o relato da inauguração do Estádio José de Alvalade em 1956 contado por quem fez parte da festa.